Elaine Tavares – Palavras Insurgentes
Os trabalhadores das universidades estão em greve há mais de 100 dias. Querem data-base, reajuste salarial e ainda têm uma longa pauta específica que inclui arranjos na tabela de cargos, contra a EBSERH e outros tópicos mais. Um deles é bem importante. Diz respeito ao reposicionamento dos aposentados. É um tema meio árido para quem não conhece a lógica da carreira pública, mas em linhas gerais posso explicar assim: quando veio o novo plano de cargos em 2004, foi feita uma equação para colocar cada trabalhador num determinado lugar na tabela. Quem já estava aposentado acabou sendo colocado em lugares diferenciados na tabela, enquanto deveria ter ido automaticamente para o último degrau.
Como naqueles dias de mudança de plano de cargos, a coisa foi posta pelo governo praticamente como uma obrigatoriedade – afinal quem não aderisse ao plano ficaria sem representação – os aposentados não tiveram escolha e acabaram aderindo ao plano, mesmo com os prejuízos. Por conta disso, desde aí a categoria tem feito uma luta intensa para garantir o reposicionamento, sem encontrar eco no governo, que insiste em alegar que como já estavam aposentados não poderiam mais “produzir” e subir na carreira. Não leva em conta o governo que a maioria dos aposentados passou a essa condição já tendo cumprido todos os degraus do plano anterior e não pode ser penalizado por ter nascido uma nova tabela com mais degraus que a antiga. (mais…)
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