Vídeo mostra indígenas desfilando com gente no pau-de-arara e sugere que ditadura ensinou indígenas a torturar

 

Por Laura Capriglione, na Folha/UOL

Para se livrar de pressões externas e não ter os planos de expansão do interior alterados, a ditadura criou na década de 70 a Guarda Rural Indígena (Grin), informa a repórter especial da Folha Laura Capriglione. Segundo a portaria que criou a guarda, no ano de 1969, a tropa teria a missão de “executar o policiamento ostensivo das áreas reservadas aos silvícolas”.

A formatura da primeira turma da guarda era composta por 84 índios recrutados em aldeias xerente, maxacali, carajá, krahô e gaviões que aparecem em cenas gravadas há 42 anos e reveladas pelo pesquisador Marcelo Zelic, 49, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP e membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.

As imagens foram encontradas no Museu do Índio, no Rio de Janeiro, em um DVD com o título “Arara”, fruto da digitalização de 20 rolos de filme 16 mm, sem áudio.

A etiqueta levava a crer que se tratava de material sobre a etnia arara –índios conhecidos nas cercanias de Altamira (PA) desde 1850. Mas, em vez do “povo das araras vermelhas”, como se denominam até hoje seus 361 remanescentes (dados de 2012), era outra “arara” que nomeava a caixa. (mais…)

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Comissão da Verdade apura mortes de índios que podem quintuplicar vítimas da ditadura

Desenho feito por um waimiri-atroari entre 1985 e 1986 mostra homens, munidos de bombas, dinamites e fuzis, cercando uma aldeia; segundo a tradução do indigenista Egydio Schwade, as anotações citam índios mortos e questionam o porquê do “homem civilizado ter matado os waimiris-atroaris”

Guilherme Balza
Do UOL, em São Paulo

A Comissão Nacional da Verdade começou a investigar, em outubro deste ano, o desaparecimento de aproximadamente 2.000 índios da etnia Waimiri-Atroari durante a ditadura militar. O sumiço dos indígenas, cujo território se estendia de Manaus até o sul de Roraima, ocorreu entre 1968 e 1983, época em que o governo federal construiu a rodovia BR-174 –ligando a capital amazonense a Boa Vista– para atrair à região projetos de mineração de multinacionais. (mais…)

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Bancada ruralista faz pressão por CPI de terras indígenas

Tarso Veloso, em Brasília – Valor Online

O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), disse que a bancada ruralista vai se reunir com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para pedir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que discuta a demarcação de terras indígenas.

“O setor produtivo está sendo penalizado e se essa briga continuar, pode haver um confronto mais sério. Somente no meu Estado mais de 50 processos de desapropriação estão sendo julgados e podem afetar mais de 10 mil produtores”, disse.

A bancada ruralista pretende criar a CPI para discutir a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, que inclui entre as competências exclusivas do Congresso Nacional a demarcação de terras indígenas e a ratificação das demarcações existentes.

Em março deste ano, a FPA obteve uma vitória na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ao deixar o texto com a redação preferida pelos parlamentares. Não há, porém, acordo na Câmara para colocar a PEC em votação.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2012/11/06/bancada-ruralista-faz-pressao-por-cpi-de-terras-indigenas.htm

Enviada por Van Caldeira.

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2º Seminário A3P/JBRJ debate produção e consumo sustentáveis – Amanhã, no Rio

O evento, em 13 de novembro, promoverá a troca de conhecimentos e experiências exitosas relativas à Agenda Ambiental. Inscrições abertas

O 2º Seminário da Agenda Ambiental na Administração Pública do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – A3P/JBRJ – reunirá especialistas de diversas áreas para debater o tema “Os desafios da produção e consumo sustentáveis na Gestão Pública”, nesta terça-feira, 13 de novembro, das 8h30 às 17h. O encontro será no auditório da Escola Nacional de Botânica Tropical – ENBT, localizada na rua Pacheco Leão, 2040, no Horto.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail [email protected] informando nome completo, instituição, e-mail e telefones. Vagas limitadas.

Será disponibilizado transporte saindo do portão da Rua Jardim Botânico, 1008, às 8h15, 8h45, 9h15, 13h45 e 14h15, fazendo uma parada na rua Pacheco Leão 915, na subida para a ENBT. Ao final do evento, o ônibus deixará os passageiros na Pacheco Leão, 915 e na Rua Jardim Botânico, 1008. (mais…)

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Livro conta história das mulheres negras no Brasil

O livro reúne artigos de 20 importantes especialistas na temática, cobrindo o Brasil de norte a sul

Com pesquisas originais, que esmiúçam fontes e privilegiam as biografias, o livro ‘Mulheres Negras no Brasil Escravista e do Pós-Emancipação’ oferece um quadro amplo e fascinante das experiências das mulheres negras, primeiras agentes da emancipação da comunidade de africanos e de seus descendentes na diáspora

Da Redação em Brasília

Os temas da escravidão e da presença africana tiveram destaque no chamado pensamento social brasileiro desde o alvorecer do século 20. Por meio de inúmeras publicações, sabemos cada vez mais sobre as estruturas sociais, demográficas, econômicas e culturais de várias regiões, assim como de sua população de africanos e descendentes.

Entretanto, pouco se sabe sobre as experiências de mulheres negras. Como foi sua participação na organização da sociedade escravista e nas primeiras décadas do pós-emancipação? Como elaboraram sociabilidades, modificando a própria vida e a de seus familiares? Como protestaram com obstinação, minando a escravidão e contrariando a ideia de que aceitaram com passividade a opressão imposta?

A principal proposta do livro, segundo os organziadores, foi não somente caminhar a partir das mulheres, mas com elas e por meio delas. Por conta disso, os textos tiveram como centro da análise os percursos de pequenas biografias, em uma diversidade territorial que abrange grandes cidades escravistas, destacando principalmente os estados de Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Goiás, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.  (mais…)

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A redução da desigualdade na América Latina, segundo o Banco Mundial

A maioria da população da América Latina, vilipendiada por décadas de neoliberalismo, hoje está melhor do que ontem, diz estudo do Banco Mundial. A pesquisa apresentada no mês passado pelo setor de Pobreza, Igualdade e Gênero da América Latina e do Caribe, do Banco Mundial, destaca que, dos 17 países para os quais há dados comparáveis, 13 experimentaram um decréscimo na desigualdade

Alfredo Zaiat – Página12

Buenos Aires – O documento do Banco Mundial “A diminuição da desigualdade na América Latina na década de 2000. Os casos da Argentina, do Brasil e do México” oferece uma análise oportuna para compreender o ciclo político aberto na região que setores conservadores combatem com perplexidade, porque têm poder econômico, os grandes meios de comunicação e agora também capacidade de mobilização e vontade de orientar a agenda pública, mas não conseguem debilitá-lo, nem da gestão diária nem na hora da contagem de votos. Não conseguiram até agora porque, em que pese o que afirmam representantes da direita e da esquerda, a maioria da população da América Latina, vilipendiada por décadas de neoliberalismo, hoje está melhor do que ontem.

A pesquisa que resultou no documento, apresentada no mês passado pelo setor de Pobreza, Igualdade e Gênero da América Latina e do Caribe, do Banco Mundial, destaca que, dos 17 países para os quais há dados comparáveis, 13 experimentaram um decréscimo na desigualdade com referência no coeficiente de Gini, enquanto em outras partes do mundo (como na China, na Índia, nos Estados Unidos e na Europa), houve aumento.

No total dos 17 países estudado da região, o coeficiente de Gini para a renda per capita da renda domiciliar passou de 0,530 em fins de 1990 para 0,497, em 2010 (indicador entre 0 e 1, onde o 0 corresponde à perfeita igualdade – todos têm as mesmas receitas – e onde o valor 1 é a máxima desigualdade). Os autores, Nora Lustig F. López-Calva e Eduardo Ortiz-Juárez observam que a magnitude desse declínio no coeficiente de desigualdade é muito relevante num continente marcado pela desigualdade. Eles mencionam que, em 11 desses 17 países, a diminuição da desigualdade na década de 2000 foi maior do que o aumento da década de 1990.  (mais…)

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Dilma inaugura adutora na BA que beneficia poucas áreas rurais

Dilma Rousseff durante cerimônia de inauguração do Sistema Adutor da Região de Guanambi

Paulo Peixoto

A presidente Dilma Rousseff inaugurou ontem uma adutora que leva água tratada do rio São Francisco para oito municípios do semiárido do sudoeste baiano, mas poucos habitantes das áreas rurais serão beneficiados diretamente com essa obra.

Os principais atendidos pela adutora do Algodão, obra de R$ 136 milhões e 279,5 km de dutos, são as sedes de sete dessas cidades e apenas quatro áreas rurais, normalmente as que mais sofrem com as prolongadas secas.

A primeira fase da obra beneficia 120 mil pessoas, sendo que cerca de 100 mil habitantes dessas cidades vivem nas sedes urbanas. Aproximadamente 70% da população rural continuará dependente dos açudes, cisternas, barragens e carros-pipa.

Essa obra, contudo, é de suma importância na região. É a primeira vez que a água totalmente tratada chegará às sedes, que há dois anos convivem com o racionamento decorrente da estiagem.

No distrito do Julião, no município de Malhada (914 km de Salvador), uma das quatro áreas rurais beneficiadas, a presidente Dilma disse ontem em discurso que vai “derrotar a seca” e que vai usar o que “há de melhor no mundo”, como adutoras e projetos de irrigação. (mais…)

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