Uma homenagem: ‘Verdejar”, de Luiz Poeta (1955-2011)

Morar em Piabas, quando será!
A Serra é quem clama, misericórdia!
Por entre balas e fumaças zona norte Rio
A Serra se lança no maior desafio
Verdeja Já!

Já te amo Serra da Misericórdia!
Te amo!!

O seu verde precisa verdejar
Esta redondeza sem paz, pálida e poluída
Te amo Serra da Misericórdia!
Te amo!!

Penha, Inhaúma, Complexo do Alemão
Olaria, Ramos, Bonsucesso, Engenho da Rainha
Tomás Coelho, Vicente de Carvalho, Vila Kosmos,
Vila da Penha e Penha Circular.
Circundam a Serra da Misericórdia
Te amo Serra da Misericórdia
Te amo!!

O seu verde precisa verdejar esta redondeza
De paz, pálida e poluída
Te amo Serra da Misericórdia.

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“Desabafo de um agricultor”

AS-PTA – Abaixo vocês lerão carta que nos enviou um agricultor do oeste do Paraná, que se sente “encurralado” por querer manter-se fora do sistema imposto pelas empresas de transgênicos e seguir produzindo suas próprias sementes.

A família dos Guerini voltou do Paraguai em 2001 após alguns anos de agricultura convencional nas terras que lá estavam sendo “desbravadas”. Decidiram manter-se na agricultura porque é a atividade que amam e o que sabem fazer. Para isso buscaram uma área vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu tendo em mente um projeto de agricultura orgânica. Mas por diversos motivos a ideia acabou não se viabilizando como planejado. A zona de amortecimento de impacto no entorno de unidades de conservação caiu de 10 km para 500 metros para o plantio de soja transgênica.

As sementes convencionais registradas eram compradas e plantadas como convencionais, mas já vinham contaminadas. O produtor prejudicado ainda corria o risco de ser penalizado por ter plantado sementes transgênicas na margem do parque e sem pagar o royalty cobrado pelas empresas. “As sementeiras não sofrem nenhuma penalização por vender sementes contaminadas, o agricultor sim”, denuncia.

Encurralar: meter em curral, encantoar em local sem saída, sem opção de escolha, perda da liberdade… é assim que está o agricultor que não deseja aderir ao plantio de organismos geneticamente modificados, no meu caso a soja e o milho. Gostaria que me permitissem um desabafo. (mais…)

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DNPM tem 4 mil requerimentos de pesquisa mineral em terras indígenas

Josie Jerônimo

A regra do “quem pediu primeiro leva” provoca nova corrida mineral em relação às terras indígenas. Existem no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) 5.048 processos minerários parados. Desses, 4.441 são requerimentos de pesquisa, 77 de lavra garimpeira e cinco já pleiteiam registro de extração. Mapa com a mancha de solicitações de pesquisas e outorgas de lavras registradas obtido pelo Estado de Minas mostra que, antes mesmo de a exploração de jazidas ser permitida em áreas de proteção, empresários e especuladores se apressam para garantir a abertura de processos nos estados do Pará, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. Fiando-se nos procedimentos de emissão de declaração de prioridade, os investidores e especuladores esperam encontrar brechas jurídicas para garantir direito às jazidas quando a exploração for liberada.

O critério cronológico aplicado desde 1967 nas concessões de áreas permitidas movimenta a expectativa de que a abertura das terras à exploração mineral dará vantagem a quem já fez o pedido de lavra. No rastro das discussões sobre o novo marco regulatório da mineração, o Congresso decidiu ressuscitar um projeto de 1996, de autoria do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que propõe o aproveitamento de recursos minerais em terras indígenas. A proposta será debatida na Comissão Especial de Exploração de Minerais em Terras Indígenas e relatada por um correligionário e conterrâneo de Jucá, o deputado Édio Lopes (PMDB-RR).

Mesmo com um atraso de 40 anos no inventário mineral do país, estudos mostram que o subsolo da Região Amazônica é rico em minério de ferro, alumínio, cobre, ouro, manganês e nióbio. Uma jazida de diamante na terra indígena de Roosevelt, em Rondônia, por exemplo, está na mira de investidores internacionais.  (mais…)

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Semeando cruzes e sonhos, por Egon Heck

Velas contra massacres, no Ato Público do dia 25, na AL/MS.

O dia amanhece!
Sobre as cruzes Guarani,
Cresce o capim,
A soja e a cana,
No caldo amargo
De vidas moídas
Na engrenagem
Do sistema de ambição!
Outro dia amanhece
Cresce a revolta,
Forma-se um turbilhão,
Da gente Guarani Kaiowá,
Dizendo – Alto lá!
Chega de invasão e morte,
Queremos justiça,
Que é vida, paz,
Liberdade
No caminho
Da terra sem males!
Anoitece!
O Brasil fecha os olhos
A seus filhos primeiros

Egon Heck
Povo Guarani Grande Povo
Cimi 40 anos, novembro de 2011.

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“De Marçal a Nisio – semente e sonho Guarani”, por Egon Heck

“Há 28 anos quiseram fazer calar a voz do líder indígena Marçal, o grito foi além fronteiras e fez ao mundo dirigir o seu olhar para o povo Guarani-Kaiowá , porque é forte o grito dos homens,  que estão juntos como um arco-íris no abraço de Mar a mar. Vamos continuar a gritar a invencível causa dos pobres, como irmãos e irmãs com o amor da Mãe Terra, como um sinal de bondade de ternura e vida plena, acreditemos na proposta de vida dos povos indígenas” (Francy Perez).

Os milhares de manifestações, de atos contra a impunidade e solidariedade ao povo Guarani, são sinais claros de que é necessário dar um basta a esse massacre e genocídio dos povos nativos desta terra. Essa guerra secular tem que acabar!

“É o que está acontecendo neste Estado, onde, em ondas sucessivas de repetidos assassinatos contra grupos indígenas, semeia-se ao lado de corpos crivados de balas, a sensação de que se vive num Estado cuja lei só submete os pequenos. Enquanto aguardam pela identificação e delimitação de suas áreas, um a um do povo Guarani vai tombando, semeando cruzes, misturando-se ao pó e ao capim braquiária e a cana, e seu dono, de hálito de pólvora e bovinos métodos de extermínio” (Carlos Alberto – “Acorda Mato Grosso do Sul” – novembro 2011).

Contra a impunidade e em defesa dos povos indígenas do Mato Grosso do Sul

“Queremos justiça, queremos justiça!” Em coro, mais de 300 pessoas, gritam no auditório da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. A voz potente de Mercedes Sosa, pede que não sejamos indiferentes ante tantas vidas matadas, num mundo tão injusto! De Marçal Tupã’i a Nísio Kaiowá Guarani,  muitas vidas foram plantadas no chão encharcado de sangue. Forte emoção no plenário. Uma criança Kaiowá entra trazendo uma vela acesa. A luz não pode ser sepultada. Nísio, assim como Marçal e centenas de lideranças desse povo, irão iluminar os passos na reconquista de suas terras. (mais…)

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