Índios discutem problemas gerados pela construção de hidrelétricas em suas terras

Roberta Lopes – Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os problemas gerados pela construção de hidrelétricas em terras indígenas, o atraso na assinatura do Estatuto dos Povos Indígenas e a necessidade de implementação do Conselho Nacional de Política Indigenista serão alguns dos temas discutidos durante o Acampamento Terra Livre, que reúne lideranças de todo o país. O acampamento foi aberto ontem (2) e vai até quinta-feira (5) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Segundo o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul, Cretã Kaingang, um dos líderes presentes ao evento, um dos principais problemas para os índios que não vivem na Amazônia são as hidrelétricas de pequeno porte, que acabam tomando parte de suas terras, normalmente menores do que as do Norte do país. Às vezes, as terras até mesmo desaparecem com a inundação do lago da represa, disse Cretã Kaingang.

Para um não índio, a construção de uma hidrelétrica significa apenas que parte da terra será inundada. Para um índio, não. “Ali dentro estão os animais, a floresta, há todo um ciclo de cultura. Ali estão nossos antepassados. Na nossa região estão sendo instaladas hidrelétricas de pequeno porte que acabam com a nossa terra, que já é pequena”, afirmou. (mais…)

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Frente de Luta Quilombola, Negra e Popular

Hoje no Brasil e no Mundo o povo vem sofrendo com os piores ataques. Em vários países, imigrantes oriundos de regiões pobres são perseguidos e mortos. No norte da África a população mostra sua força derrubando ditadores.

A crise econômica mostra a que veio: arrocho salarial, estatais em processo de privatização, as comunidades quilombolas estão permanentemente ameaçadas, locais de resistência cultural ameaçados de serem fechados. A violência policial aumenta principalmente para cima da juventude negra, com batidas a todo instante, agressões físicas, terror psicológico e mortes. Junto disso o governo Dilma corta 50 bilhões do orçamento, que já se reflete no aumento do custo de vida, na saúde, educação, emprego.

Por isso a FRENTE DE LUTA QUILOMBOLA E POPULAR faz um chamado à luta. A todos os ativistas e pessoas que sentem o peso nas costas de ter sua comunidade, seu emprego, seu local de manifestação política e cultural ameaçados constantemente, chamamos a fortalecer a luta em defesa dos Quilombos e locais de resistência cultural: abaixo a remoção de famílias de seu território em detrimento das obras da copa do mundo; contra o genocídio da juventude negra; defesa intransigente das estatais; abaixo a privatização.

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MT – Quilombo Mata Cavalo é tema de dissertação

O estudante de mestrado em História, Silvânio Paulo de Barcelos, apresenta amanhã  (4) a dissertação “Quilombo Mata Cavalo: terra, conflito e os caminhos da identidade negra”. A defesa será às 15h, na sala 14 do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS).

Na pesquisa, Silvânio trabalha com base, principalmente, nas questões da terra e da memória em uma comunidade que existe há 120 anos, em Livramento (MT). Ele fala do Quilombo Mata Cavalo, um “espaço negro” de pessoas que desenvolveram “um modo de vida baseado nas relações de reciprocidade e do trabalho comunal organização comunitária”, e de uma comunidade que resiste e luta pelo reconhecimento da negritude, mas que também possui dissensos dentro do próprio grupo.

Farão parte da banca examinadora o professor doutor Marcus Cruz (presidente), a professora doutora Leonice Aparecida de Fátima Alves (examinadora Interna), o professor doutor Paulo Roberto Staudt Moreira da Unisinos (examinador Externo) e o professor Ernesto Cerveira de Sena (Suplente).

http://www.ufmt.br/ufmt/site/index.php/noticia/visualizar/1751/Cuiaba

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Esplanada dos Ministérios é Terra Livre para os povos indígenas

Foto: Cleymenne Cerqueira

Principal mobilização do Movimento Indígena Brasileiro, acampamento segue até quinta-feira, quando povos definirão lista de reivindicações para apresentar ao governo federal

Por Renato Santana

Povos indígenas de todo o país ocupam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no Acampamento Terra Livre 2011. Local de manifestação e abrigo para os índios brasileiros, o evento, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), está em sua oitava edição.

A principal mobilização do Movimento Indígena Brasileiro teve início na madrugada desta segunda-feira, 2 de maio, e segue até a próxima quinta-feira. Integrantes de pelo menos 70 povos levantaram barracas para exigir do governo federal e da Fundação Nacional do Índio (Funai) que as leis protetoras dos direitos indígenas sejam respeitadas.

O secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), José Éden Magalhães, frisou o apoio da entidade ao Terra Livre como espaço de unidade do movimento indígena preocupado com as mais variadas formas de agressão aos territórios das comunidades. (mais…)

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Pobres lotam cadeias, mas grandes entopem os tribunais

Marcelo Semer, de São Paulo

Na mesma semana em que a polícia divulgou suspeitas que o médico Roger Abdelmassih esteja foragido no Líbano, o ministro Luiz Fux, do STF, negou liberdade a um condenado pelo furto de seis barras de chocolate.

Mesmo reconhecendo o valor ínfimo, Fux rejeitou o trancamento da ação, porque o réu seria “useiro e vezeiro” na prática do crime.

Roger Abdelmassih teve mais sorte. Foi condenado pela Justiça paulista a 278 anos de reclusão, por violências sexuais que teria praticado durante anos contra dezenas de mulheres que buscavam seu consultório para reprodução assistida. Nas férias forenses, ganhou a liberdade em liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes.

Nem tudo está perdido, porém.

O furtador de chocolates não fugiu, e em relação a ele, o direito penal poderá ser aplicado em toda a sua plenitude: um ano e três meses de reclusão. Afinal, por sua reincidência, a insignificância deixou de ser insignificante. (mais…)

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