Em greve na capital, indígenas exigem a devolução de suas terras

A comunidade indígena Toba-Qom da Colônia Primavera, estado de Formosa na, Argentina, entrou ontem (28) no seu quarto dia de greve de fome na Avenida 9 de Julho, em Buenos Aires. Os manifestantes pedem justiça por causa do desalojamento violento que sofreram em novembro do ano passado e que culminou em duas mortes.

O objetivo da greve é chamar a atenção da presidenta do país, Cristina Fernández Kirchner, para tomar providências e fazer com que sejam devolvidos cerca de 1.300 hectares das terras ancestrais indígenas que foram tomadas pelo Estado e por uma empresa privada. Desde dezembro, quando integrantes da comunidade acamparam em uma praça no cruzamento da Avenida de Maio, que os Toba-Qom vêm tentando dialogar com o governo.

Caso não tenham nenhuma resposta das autoridades, os indígenas afirmaram que a greve continuará por tempo indeterminado, assim como a ocupação total da Avenida 9 de Julho. Os grevistas ocupam, por enquanto, apenas uma das vias da avenida.
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Jovens pobres e o novo mundo do trabalho

Entrevista especial com André Langer

“A ausência de uma perspectiva profissional, marcada mais pela ruptura do que pela continuidade, faz com que o trabalho fique desprovido de um sentido”, analisa André Langer na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, em que fala sobre as perspectivas e experiências dos jovens pobres em relação ao atual mundo do trabalho. Langer traz como os jovens, principalmente os mais pobres, absorvem a reorganização do trabalho e questões relativas ao trabalho imaterial, capitalismo e novas tecnologias. Sobre este último ponto, diz que “por ser uma revolução muito recente, esses jovens que já cresceram dentro dela, intuitivamente conhecem a realidade em que pisam. Por exemplo, sabendo que o domínio básico de noções de informática é importante para ampliar as chances de acessar o mercado de trabalho, muitos jovens pobres fazem cursos nessa área”.

André Langer é graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e em Teologia pelo Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus. É mestre em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná. É pesquisador no Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – Cepat, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Hoje, dia 28, André Langer apresenta no evento IHU ideias a palestra Mutações no mundo do trabalho: a concepção de trabalho de jovens pobres, onde vai lançar o Caderno IHU ideias com o mesmo título. Confira a entrevista.
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O sonho Xavante e a esperança de mudanças reais

Por Gilberto Vieira dos Santos
Coordenador Regional do CIMI-MT

Precariedade no atendimento à saúde indígena em Mato Grosso

Motivado pelas últimas notícias divulgadas na imprensa sobre a morte de 35 crianças do povo indígena Xavante, que viviam em Campinápolis, Mato Grosso, Gilberto Vieira dos Santos, missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no estado, escreveu artigo falando sobre o real abandono em que se encontram as comunidades indígenas da região, principalmente em relação ao atendimento à saúde. De acordo com ele, há omissão por parte do governo federal. Prova disso é que em pleno século 21 crianças ainda morrem por desnutrição e outras doenças simplesmente tratáveis.

As informações não refletem nenhuma novidade, visto que em 2010, das 200 crianças nascidas na região, 60 morreram devido a doenças respiratórias e infecciosas. Em 2009, 20 crianças Xavante morreram vitimas dos mesmos problemas, reflexos do precário sistema de atendimento à população indígena no estado e do descaso do governo frente ao problema.
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No Dia da Nacional da Caatinga um alerta contra a devastação

Nas comemorações do Dia da Nacional da Caatinga, parlamentares, ONGs e representantes do MMA defendem urgência para combater desmatamento e desertificação no bioma que já é o segundo mais devastado do País

A Caatinga, que abriga 27 milhões de pessoas e abrange cerca de 11% do território nacional, está em ritmo acelerado de devastação. Números apresentados nesta quinta-feira (28/04) em audiência pública na Câmara dos Deputados revelam que 2,8 mil Km2 do bioma são transformados em lenha anualmente no segundo mais ameaçado do País. O total equivale a 40% da matriz energética da região, uma das mais sujas do Brasil.

O encontro, que fez parte do Dia Nacional da Caatinga, serviu de alerta para a necessidade de se buscar urgentemente modelos de sustentabilidade socioambiental e econômica para a região. O Ministério do Meio Ambiente anunciou que vem avançando, em convênio com os estados do Nordeste, onde está a maior área de Caatinga, no sentido de criar e implementar pelo menos 40 novas Unidades de Conservação, na tentativa de conter o avanço da desertificação.
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Diferenças na definição de ”acusação confiável” em casos de abuso sexual

Recentemente, recebemos um telefonema de um leitor que perguntou, com relação à crise dos abusos sexuais do clero: “Quando eu leio “acusação confiável” nos jornais, o que significa isso?”. Nós demos uma olhada mais de perto nesse termo.

A reportagem é de Zoe Ryan, publicada no sítio National Catholic Reporter, 22-04-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A frase “acusação confiável” aparece regularmente nos relatos da mídia sobre o abuso sexual de menores por parte de membros do clero. Ela geralmente indica que aqueles que fazem um julgamento inicial acreditam que a acusação contra um clérigo tem algum mérito.

Embora os especialistas entrevistados para esta reportagem tenham salientado repetidamente que uma acusação confiável não significa que o acusado é culpado, ela significa, sim, que o acusado é removido do ministério imediatamente e não tem a permissão de voltar, a menos que a acusação não possa ser fundamentada, o que pode levar anos. Enquanto isso, a reputação de um clérigo está prejudicada e, alguns diriam, nunca poderá ser totalmente restaurado.

Entretanto, não há uma definição ou padrão precisos para o que significa ser “confiavelmente acusado”, deixando a cada diocese a decisão individual do que significa “confiável”.
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Erundina: “desprivatizar as metrópoles brasileiras”

Abriu-se nesta quinta-feira, em São Paulo, uma nova etapa de uma das lutas sociais que marcou o primeiro semestre. Depois de promover, ao longo de muitas semanas, manifestações seguidas contra o aumento da tarifa de ônibus (de R$ 2,70 para R$ 3), o Movimento Passe Livre decidiu aprofundar o debate sobre o tipo de cidade que quer ajudar a construir – e lançou, na USP, a campanha pela Tarifa Zero nos transportes públicos.

Apresentada em mais detalhes num novo espaço na internet, a campanha nasceu para confrontar duas das piores características das metrópoles brasileiras. Insurge-se contra a segregação que separa o Centro da Periferia, numa atualização do apartheid que dividia a colônia em Casa Grande e Senzala. E denuncia a mercantilização dos serviços públicos – que também fratura as cidades, ao estabelecer barreiras que só podem ser vencidas pelos que têm dinheiro.

Na batalha contra o aumento das tarifas, buscava-se a resposta imediata. Bem-sucedida (embora sem vitória econômica), ela deve continuar agora na forma de um debate mais intenso sobre o tipo de ambiente urbano que o Brasil quer construir. Aceitamos o papel de figurantes passivos, num modelo em que os protagonistas são o automóvel e a via expressa? Ou estamos dispostos a desbravar as possibilidades de novas metrópoles – menos desiguais, mais humanas e, por isso mesmo, dispostas a conviver com a natureza?
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Indígenas se pronuncian contra transgénicos

Exigen derogación del reglamento que permite el cultivo de transgénicos y respaldan moratoria al ingreso de organismos genéticamente modificados en el Perú.

Denuncian que en México y Argentina los transgénicos causaron dependencia económica, desplazamiento forzado y perdida de la cultura alimentaria.

Los pueblos indígenas andinos y amazónicos hemos heredado al mundo nuestros conocimientos y tecnologías para la domesticación y aprovechamiento de especies como el maíz, la papa, la yuca, el algodón y la quinua y somos los gestores de una gastronomía que apunta a ser Patrimonio de la Humanidad. La autorización para el cultivo de transgénicos, aprobado el 15 de abril a través del Reglamento Sectorial sobre Biotecnología, desconoce el derecho del pueblo peruano a preservar este legado económico y cultural.

“En Ayacucho promovemos una propuesta de mejora nutricional en base a productos andinos que permitió a las comunidades quechuas de Vilcashuamán recuperar 125 variedades de papas nativas, 13 de olluco, 12 de mashua, 17 de oca, 20 de maíz, 86 de frijol, 44 de haba y 185 tipos de plantas medicinales y aromáticas. Sin embargo, la entrada de semillas transgénicas favorece la instauración de un sistema de producción orientado a la dependencia de semillas y alimentos que desplazará a nuestra cultura, conocimientos y tecnologías tradicionales” explica Tarcila Rivera Zea, directora de CHIRAPAQ Centro de Culturas Indígenas del Perú y presidenta del Foro Internacional de Mujeres Indígenas FIMI, que agrupa a mujeres indígenas activistas de diversas partes del mundo. (mais…)

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