FSM – Entrevista com ministra Maria do Rosário

A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, fala à TV Carta Maior sobre a participação do governo no Fórum, a participação e o protagonismo feminino nas atividades e sobre a posição do governo Dilma em relação ao trabalho escravo no Brasil.

(http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17383)

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Clima é pretexto para a apropriação da vida na Terra, dizem especialistas no FSM

A julgar pelos temas de muitas das mesas de debate ocorridas até agora no Fórum Social Mundial deste ano, que começou no dia 6 e acaba no dia 11, percebe-se que uma das principais preocupações de movimentos sociais e sociedade civil de todo o mundo é o fenômeno conhecido como “apropriação de terras”: a compra ou a toma de vastos territórios de países do Terceiro Mundo por governos estrangeiros e, principalmente, corporações transnacionais, que vem ocorrendo massivamente nos últimos anos.

As diversas mesas que trataram do assunto denunciaram a estratégia desses atores e seus objetivos principais: especulação, produção de commodities agrícolas, biomassa, entre outros. E, para atingir tal meta, as corporações e governos lançam mão de diversas formas de atuação. Uma delas é a incidência no debate sobre as mudanças climáticas.

Aparentemente, o fracasso das negociações para o corte das emissões de gás carbônico é, sob o ponto de vista corporativo, o melhor cenário, pois, assim, vem à tona o plano B: novas tecnologias que supostamente mitigam as alterações no clima do planeta. Dessa forma, o padrão de consumo e desenvolvimento das potências ocidentais poderia permanecer intocado.
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Código Florestal. Governo admite plantio em área protegida

O governo prepara uma proposta de flexibilização do Código Florestal que prevê o plantio em áreas de preservação permanente para a agricultura familiar e exclui qualquer anistia a desmatadores. A base da proposta foi elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente e está neste momento sendo discutida com outras pastas.

A presidente Dilma Rousseff, que se comprometera na campanha a não anistiar desmatamentos, encarregou a ministra Izabella Teixeira de costurar um consenso entre ruralistas e ambientalistas. A ideia é impedir a aprovação do polêmico projeto de reforma do código do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que tem votação em plenário marcada para o mês que vem.

Segundo os ambientalistas, o texto de Rebelo é conivente com o desmatamento, ao propor, por exemplo, que áreas desmatadas até 2008 sejam isentas de multa.

Os ruralistas pressionam pela mudança imediata do código, argumentando que a lei atual criminaliza o setor produtivo e atrapalha a produção de alimentos. Um decreto presidencial de 2009 determina multa para fazendeiros que não estiverem em conformidade com a lei. Sua entrada em vigor vem sendo prorrogada há mais de um ano -a nova data é 11 de junho. (mais…)

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Crianças levantam a voz contra a Vale

Padre Dário

“Não abrimos mão, em nenhuma hipótese, da segurança e do respeito à vida. Pessoas são mais importantes do que resultados e bens materiais. Se tivermos de escolher, escolhemos a vida”. Esse proclama do site institucional da Vale, multiplicado pelo poder mediático de quase 180 milhões de R$ por ano investidos em propaganda, revela-se totalmente vazio quando alguém visitar as comunidades impactadas ao longo dos trilhos.

Vamos hoje visitar Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão. O pároco, pe. Denys Perret, há anos trabalha na região. Sua indignação, porém, não diminuiu com o tempo: o padre não se conforma ao ver como, a cada dia, as crianças de Alto Alegre para ir para escola devem… passar debaixo do trem!

“Imaginem a dificuldade que as crianças enfrentam todos os dias, na hora de ingressar à escola, entre 7:00 e 7:30 hs, no momento em que estacionam dois trens quase todos os dias, devendo as crianças passar debaixo deles, com os riscos que isso representa, bem como para os adultos, e a falta de respeito à dignidade da pessoa devendo se baixar e até se sujar ou arriscando de se machucar!” (mais…)

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Fazendeiro cobra até lona de barraco dos escravizados

Aliciadas em Paragominas (PA), as vítimas foram encontradas no fim de janeiro em São João do Carú (MA), nas Fazendas Asa Branca I e II. Entre os escravizados, havia três adolescentes com 16 anos de idade e duas mulheres

Por Bianca Pyl

O grupo móvel de fiscalização e combate ao trabalho escravo libertou 20 pessoas que eram obrigadas a pagar até pela lona que cobria o barraco improvisado como alojamento. As vítimas foram encontradas no fim de janeiro em São João do Carú (MA), nas Fazendas Asa Branca I e II. Entre os escravizados, havia três adolescentes com 16 anos de idade e duas mulheres.

Todos foram aliciados em Paragominas (PA) por um “gato” (intermediário na contratação). Eles faziam a “limpeza” da área, retirando arbustos e ervas daninhas, para expansão da atividade pecuária.

Os empregados eram obrigados a viver em dois barracos cobertos por lona preta e folhas de bananeiras que eles mesmo construíram. A estrutura dos barracos era de madeira roliça, facilmente encontrada na mata nativa. “O custo era zero para o empregador, já que a madeira e as folhas de palmeira ainda podem ser colhidas gratuitamente”, explica Klinger Moreira, auditor fiscal do trabalho que coordenou a operação do grupo móvel.
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Belo Monte de escândalos e de ‘específicas’ manobras, artigo de Iara Tatiana Bonin e Roberto Antonio Liebgott

Mesmo com a intensa e ininterrupta onda de protestos contra a construção do Complexo de Belo Monte, o governo Dilma apressa o passo, impõe um ritmo de urgência a este e a outros projetos do PAC e inventa um novo tipo de licença para dar início ao mega-investimento. A “licença específica” concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) permite que a empresa Norte Energia S.A. (NESA) se instale no “sítio” de Belo Monte, faça terraplanagem e construa estruturas. Em outras palavras, permite que seja “suprimida a vegetação” de uma área de preservação permanente para que se implantem no local as primeiras peças de uma engrenagem de devastação que é, acima de tudo, uma incontestável prova do desrespeito aos direitos humanos e ambientais protegidos por um conjunto de leis e normas específicas.

Vale ressaltar que, conforme tem se pronunciado alguns especialistas em direito ambiental, existem apenas três formas de licença legalmente constituídas para a construção de qualquer obra deste porte: licença prévia, de instalação e de operação. Em função disso, o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública, para impedir que essa manobra “específica” se concretize.

Há que se perguntar: sem o licenciamento definitivo, quem assumiria o risco de iniciar um empreendimento? Tal procedimento só se explica se imaginarmos que o Executivo já tem, previamente, certeza de que a obra será autorizada. Através de ações ilegais como esta recém-parida licença, a sombra desse monstruoso empreendimento se projeta como se fosse algo inevitável – ou mais um fato consumado!
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Irmã Dorothy, Anapu e Belo Monte. Entrevista com Felício Pontes Júnior, procurador do MPF

Há mais de seis anos, antes de ser assassinada por fazendeiros em Anapu, no Pará, a Ir. Dorothy Stang já temia pelas consequências que a Hidrelétrica de Belo Monte provocaria naquela região caso fosse aprovada. “Ela temia pelo impacto socioambiental e pelo dinheiro público que seria jogado fora em uma hidrelétrica que vai ficar parada em torno de quatro meses por ano sem gerar um quilowatt de energia”, contou o procurador do Ministério Público Federal Felício Pontes Júnior, em entrevista, por telefone, à IHU On-Line.

Após o homicídio da religiosa, Pontes Júnior não deixou de lutar pelas principais causas defendidas por Dorothy, inclusive contra Belo Monte. Na entrevista, o procurador critica fortemente o Ibama, que concedeu licenciamento para o início das obras no rio Xingu. “O Ibama será o grande responsável por uma degradação sem precedentes na nossa história.” Pontes Júnior também segue acompanhando de perto a evolução do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, iniciado por Dorothy. “É o verdadeiro projeto de reforma agrária para a Amazônia.”

Felício Pontes Junior é procurador da República junto ao Ministério Público Federal em Belém com atuação na área indígena, ambiental e ribeirinha, e é mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio. Confira a entrevista.
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Violação dos direitos de ribeirinhos a uso de terras no Marajó vira alvo de investigação

Açaizais do Marajó
Açaizais do Marajó: foco das denúncias

Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Pará verifica denúncias de que estariam sendo cobrados “aluguéis” por áreas cujo uso está legalizado para comunidades de extrativistas e pescadores

Apesar de terem recebido da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) termos de autorização de uso de terras no Marajó, famílias de pescadores e extrativistas do arquipélago informaram ao Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) que estão sendo forçadas a pagar ‘aluguéis’ a pessoas que se dizem proprietárias das áreas. Diante dessa denúncia, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão abriu oficialmente investigação sobre o caso nesta última segunda-feira, 7 de fevereiro.

O procurador regional dos direitos do cidadão, Alan Rogério Mansur Silva, encaminhou ofício à SPU solicitando informações sobre o caso, principalmente as relacionadas aos municípios onde as denúncias são mais recorrentes: Ponta de Pedras e Cachoeira do Arari.
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África: coração do Fórum Social Mundial, artigo de Esther Vivas

Esther Vivas
Esther Vivas é membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais de la Universitat Pompeu Fabra en Barcelona, ativista e co-autora de livros como Del campo al plato (Icaria editorial, 2009) o Supermercados, no gracias (Icaria editorial, 2007), entre outros.

Passados mais de cinquenta anos da descolonização do continente, o Fórum Social Mundial (FSM) quis render homenagem aqueles que ontem lutaram contra o colonialismo reafirmando seu combate contra as políticas neoliberais e neocoloniais, asim como reflexionar sobre os processos migratórios, da África ao mundo, e sua diáspora.

Se no anterior FSM em Belém(Brasil), em 2007, os povos originários e seu compromisso em defesa da Pachamama, a mãe terra, ocuparam um papel central, nesta ocasão a África e sua diáspora tomaram o fórum. Tanto os dias prévios ao FSM como sua primera jornada, segunda-feira 7, estiveram dedicados, especialmente, a estas questões.

A ilha de Gorée, próximo a Dakar, onde partiram milhões de escravos para a América Latina, acolheu, justamente antes do evento, uma assembléa internacional de migrantes, principalmente de origen africano e vários deles vindos da América Latina, que culminou com a elaboração de uma Carta Mundial de Migrantes, uma declaração de princípios elaborada pelas mesmas pessoas migrantes com o lema de ‘Uma carta por um mundo sem muros’. Este proceso começou no ano 2006 e teria como objetivo reivindicar o direito universal a circular, viver e trabalhar livremente em qualquer lugar do planeta.
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