Rede de Combate ao Racismo e a Intolerância Religiosa apresenta plano de ação para 2015

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SEPROMI – A elaboração de uma plataforma on-line para a convergência de informações sobre casos de racismo e intolerância religiosa registrados nos órgãos competentes é uma das ações previstas no plano da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa para o próximo ano. Somente no Centro de Referência Nelson Mandela, órgão vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), já foram registrados mais de 80 casos relacionados – média de dois a três por semana, número que tem crescido com o estimulo à denúncia por parte da Rede.

Segundo a coordenadora de Promoção da Igualdade Racial da Sepromi, Tricia Calmon, a divulgação dos serviços oferecidos pelo Centro – atendimento jurídico, psicológico e social a vítimas de racismo e intolerância religiosa na Bahia – a partir de campanhas durante o Carnaval e a Copa do Mundo, aumentou a procura pela unidade, “o que é bom porque demonstra que o incentivo à denúncia está dando certo, mas por outro lado é ruim ao percebemos que essas situações são cotidianas”. (mais…)

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Ifes Linhares e Coletivo Negrada (Ufes) realizam o I Seminário de Combate ao Racismo do Ifes Linhares: “Formar para Superar”

cartaz_racismoNos dias 27, 28 e 29 de novembro de 2014 será realizado o I Seminário de Combate ao Racismo do Ifes Linhares: “Formar para Superar”, que tem como objetivo colocar em pauta a discussão acerca dos efeitos da discriminação de raça e etnia nas relações escolares, assim como possibilitar um diálogo entre as comunidades interna e externa, atendendo a necessidade urgente de uma formação anti-racista que busque livrar nossa sociedade de preconceitos e discriminações em razão de raça / cor / etnia ou origem.

A realização do evento faz parte da atividades do Ifes Linhares referentes ao mês da Consciência Negra, numa homenagem ao herói Zumbi do Palmares, morto em 20 de novembro de 1965, data denominada como o “Dia da Consciência Negra”. O Seminário é uma oportunidade para a comunidade em geral debater politicamente a conjuntura das opressões vividas atualmente no Brasil. Após 126 anos da assinatura da lei áurea, ainda se efetivam formas modernas de escravidão: a população de negros e negras, os povos indígenas e demais etnias distintas do “padrão europeu” continuam sendo subjugados, tratados como seres desprovidos de direitos, segregados e submetidos à pobreza, à marginalização, à criminalização e à invisibilidade social e econômica brasileira. (mais…)

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Ministério da Saúde suspende campanha de Combate ao Racismo no SUS

SUS sem racismo

Por Ana Flavia Magalhães Pinto, em População Negra e Saúde

Estava previsto para hoje o lançamento oficial da campanha “SUS sem Racismo”, a se realizar durante a reunião da Comissão de Intergestores Tripartite (CIT). A despeito da seriedade da ação, convites foram enviados apenas ontem por volta das 17h30. Esses, todavia, foram pouco depois cancelados.

A razão para tanto é que o Ministério da Saúde decidiu pela suspensão da Campanha. As peças produzidas previam intervenção nos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol, comerciais de TV (até mesmo no intervalo do Jornal Nacional), inclusão do item nos espaços de comunicação do Ministério da Saúde, entre outras.

Uma vez que vários ministros já reconheceram a arraigada presença do racismo no SUS, a Campanha SUS sem Racismo viria como uma estratégia para estimular os usuários a denunciarem as práticas discriminatórias, uma vez que a solução do problema passa pela identificação detalhada de como ele acontece e pelo desenvolvimento de medidas voltadas à transformação de atitudes e comportamentos. Nas últimas semanas, houve até mesmo uma capacitação de atendentes do Disque Saúde (136), a fim de que a equipe estivesse minimamente preparada para receber e encaminhar corretamente as queixas.

Todo esse esforço, porém, corre o risco de se perder. Afinal, não é a primeira vez que uma campanha de combate ao racismo no âmbito do SUS é organizada e depois engavetada pelo Ministério. Após questionamentos feitos ao longo do dia, recebemos a resposta de que o lançamento da Campanha foi apenas adiado. Mas o fato de não indicarem a previsão de uma nova data só reforça a apreensão criada em torno da resolução. Quem acompanha os sucessivos entraves postos à Política Nacional de Saúde da População Negra sabe muito bem aonde isso pode levar: ao nada.

Convidamos, pois, que visitem as páginas no Ministério da Saúde e a fanpage SUS sem Racismo e manifeste sua opinião.

O SUS é de todos @s brasileir@s e o racismo tem impedido que isso se torne uma realidade.

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Violência, ilegalidade e impunidade sem limites na fronteira de Melilla

Sos Racismo

Este vídeo foi filmado nas fronteiras da cidade espanhola de Melilla, no norte de África, onde se pode observar a violência dos militares marroquinos sobre um conjunto de pessoas que tentavam passar a fronteira. Os militares marroquinos, que entraram em território espanhol fardados e armados, sob a passividade da Guarda Civil de Espanha, agrediram violentamente os imigrantes e, segundo a Associação Pro.De.In Melilla, foram levados novamente para Marrocos onde sofreram atos de tortura e roubo.

A União Europeia, a mesma que ganhou o prémio Nobel da Paz em 2012, é a principal responsável por estes crimes contra a Humanidade através da implementação de políticas violentas de controlo de fronteiras como o Frontex/Eurosur.

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O colonialismo nunca existiu?

africanas em fila na estrada

Por Miguel Cardina, em Buala

O colonialismo continua a ser um tema incómodo em Portugal. Se é verdade que tem vindo a crescer a literatura sobre o Império e a guerra colonial – muitas vezes a partir de uma memorialística com alguns traços saudosistas – também é verdade que as feridas do colonialismo continuam por sarar. A rasura do colonial surge frequentemente através de um duplo mecanismo de revelação e ocultação. Por um lado, retomam-se narrativas associadas à “grandeza pátria” e à excepcionalidade da gesta expansionista lusitana. Por outro lado, este discurso celebratório conduz necessariamente a reconfigurações semânticas, desvios interpretativos e silenciamentos historiográficos. Observe-se brevemente como isto ocorre num domínio particular, mas ainda assim publicamente relevante: os discursos proferidos pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, entre 2006 e 2014, nas sessões comemorativas do 25 de Abril e do 10 de Junho.

Um olhar sobre estes discursos permite identificar a presença de cinco tópicos fundamentais relativos à questão colonial. O primeiro tópico reside na imaginação da colonização como tendo consistido essencialmente num encontro de culturas. No discurso do 10 de Junho de 2008, Cavaco Silva afirma: “Portugal não se limitou a andar pelo mundo e a conhecer vagamente outros povos com quem se defrontou ou negociou. Portugal entendeu-se e misturou-se realmente com os outros, criou raízes fora de casa, lançou as bases para novas nações e pontes para o diálogo internacional que hoje tanto reivindicamos.”  (mais…)

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