Claudia Antunes, do Rio – Folha de São Paulo
Especialista em materiais para reatores atômicos e professor da Escola Politécnica da USP, Angelo Padilha defendeu a essencialidade da tecnologia nuclear para a humanidade ao tomar posse na presidência da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
Em discurso na última quinta-feira (7) e em entrevista à Folha, Padilha quis enfatizar que a utilidade da tecnologia vai além da produção de energia nuclear, que está sendo questionada depois do acidente na usina de Fukushima, no Japão, atingida pelo tsunami de 11 de março. Citou como exemplos o reator de propulsão para o submarino nuclear da Marinha, de cujo projeto participou, e a produção de radioisótopos para a medicina.
Disse que a prioridade dele e do Ministério de Ciência e Tecnologia (ao qual a Cnen está subordinada) é a construção do reator multipropósito que tornará o Brasil autossuficiente na fabricação de elementos usados em exames de imagem e tratamento de doenças.
Padilha evitou opinar sobre se o Brasil deve ou não construir novas usinas além de Angra 3. Afirmou que é favorável à criação de uma agência reguladora nuclear, que assumiria atividades de licenciamento e fiscalização hoje exercidas pela Cnen. (mais…)