Estrada financiada pelo BNDES corta terra indígena na Bolívia

Representantes dos povos indígenas da Bolívia prometem colocar um freio na construção da estrada Villa Tunari–San Ignacio de Moxos, em andamento no país. A obra é conduzida pela empreiteira brasileira OAS e conta com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

As lideranças indígenas decidiram realizar a partir de agosto uma grande marcha no país, na tentativa de proteger o Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS). Eles afirmam que a construção da via poderá dividir ao meio os 12 mil km² do parque, reconhecido como terra indígena.

Em nota, os organizadores alertam para os riscos da região ser controlada por cocaleiros e madeireiras irregulares. Outra preocupação é que a estrada facilite a expansão da indústria extrativista, em especial, a exploração de petróleo na Amazônia. (mais…)

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Protocolo de adesão voluntária vai avaliar sustentabilidade e impacto de usinas hidrelétricas

A adesão é voluntária, mas pode ajudar a melhorar a imagem de consórcios e empresas responsáveis pela construção de hidrelétricas. Brasileiras disseram que querem passar pela avaliação, mas Belo Monte não está na lista.

O convite é da Associação Internacional de Hidroeletrecidade (IHA), e a decisão de participar ou não do desafio é das próprias construtoras de usinas: demonstrar o quão sustentáveis são os projetos que levantam enormes barragens em rios para gerar uma energia renovável tida como limpa e responsável por 16% de toda a eletricidade produzida no mundo.

O chamado Protocolo de Avaliação de Sustentabilidade de Hidrelétricas avalia novos projetos em quatro áreas vitais: social, econômica, ambiental e técnica. Em parceria com organizações como Transparência Internacional, WWF, Oxfam e Nature Conservancy, a IHA espera despertar mais engajamento no setor privado, para que ele se comprometa em projetos que tenham o menor impacto possível. (mais…)

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Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo recebe críticas em audiência pública

Lançado a partir de demanda da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, em 2005, o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo foi alvo de críticas durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, nesta quinta-feira (7), sobre a escravização de trabalhadores. O receio era de que a iniciativa pudesse enfraquecer a fiscalização do Ministério do Trabalho (MTE) e a organização do cadastro de empresas – a chamada “lista suja” – autuadas pela exploração de trabalho escravo.

O representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), frei Xavier Plassat, discorda que entidades não-governamentais concedam alguma certificação ou organizem uma “lista limpa” de empresas que não compactuariam com o trabalho escravo.

Em seguida, a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosângela Rassy, defendeu a manutenção da “lista suja” realizada pelo Ministério do Trabalho e considerou arriscado delegar a entidades não-governamentais a montagem de uma lista de bons empregadores. Rassy também aproveitou para denunciar dificuldades na ação fiscalizatória, como falta de pessoal e material de logística. (mais…)

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Código Florestal: o desafio não está entre velho e novo, artigo de Ricardo Nunes

Ricardo Nunes

A mudança no Código Florestal é sem dúvida uma daquelas questões que dificilmente se chega a um consenso. Os ruralistas mais radicais acreditam “carregar o país nas costas” produzindo alimento e enfrentando todo o tipo de dificuldade e que apenas isso justifica o desmatamento. Os ambientalistas mais radicais acreditam que a maioria dos grandes produtores estão na ilegalidade, são criminosos, agem apenas para aumentar o seu patrimônio e que todos deveriam ser pequenos, pois pequenos produtores são mais sustentáveis e tal modelo de produção distribui melhor a renda no país. Mas será que toda essa discussão justifica que podemos mudar o Código Florestal?

Será que não está dentre os direitos fundamentais previstos em nossa Constituição o de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum ao povo, essencial a sadia qualidade de vida, impondo ao Poder Público e a coletividade o dever de protegê-lo para as presentes e futuras gerações (art. 225 da Constituição Federal)?

Direito? Não sejamos ingênuos, pois a liderança política no Brasil goza de muitos direitos, mas mal cumpre os seus deveres. Nesse país, direito é a “preço de ouro” e os deveres são enfiados pela sua goela e não me venha com reclamações. (mais…)

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