Moradores da região de Belo Monte se sentem traídos por Lula

Comunidades indígenas e ribeirinhas que vivem na região onde o governo pretende construir a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), se dizem traídas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, segundo lideranças locais, havia se comprometido em discutir o projeto com as comunidades atingidas.

Em julho de 2009, em uma reunião com movimentos sociais da região e o bispo da Prelazia do Xingu, dom Erwin Kräutler, o então presidente disse que o projeto não seria empurrado “goela abaixo” das populações locais.

“Lula não honrou a palavra e está enfiando Belo Monte goela abaixo. Disse que jamais faria nada se não ouvisse a sociedade, se não fosse viável, mas não cumpriu o que disse, nos deve”, disse hoje (7) a coordenadora do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antônia Melo.

O cacique Raoni, um dos principais líderes kayapó do país, também reclamou da retomada do projeto de Belo Monte pelo governo Lula e da falta de diálogo com os povos tradicionais que serão atingidos direta ou indiretamente com a construção a hidrelétrica.
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Antropólogos e lideranças indígenas dizem que Belo Monte desconsidera direitos indígenas

O processo de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), não tem levado em conta os direitos e a voz dos povos indígenas e das comunidades tradicionais da região. A crítica é de antropólogos e lideranças indígenas.

A resistência dos índios kayapó e de comunidades ribeirinhas, que desde a década de 1980 protestam contra a instalação de projetos hidrelétricos no Xingu, não foram considerados pelo governo quando o projeto foi retomado, de acordo com o líder indígena Marcos Terena

“Os governos não compreendem a linguagem indígena. Uma hidrelétrica dessa envergadura agride o presente e o futuro das comunidades”, disse ontem (7) durante seminário em Brasília.

Segundo o antropólogo e assessor do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Ricardo Verdum, a questão indígena foi negligenciada durante o processo de negociação de Belo Monte e a decisão de levar adiante a construção da usina sem o consentimento dos kayapó fere tanto a Constituição quanto regulamentações internacionais sobre direitos dos índios.
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