Uma revolução começou — e será digitalizada

Por Heether Brooke*, do The Guardian

A diplomacia sempre incluiu jantares com as elites dominantes, acertos de bastidores e encontros clandestinos. Agora, na era digital, os relatos de todas estas festas e diálogos aristocráticos pode ser reunido numa enorme base de dados. Uma vez recolhidos em formato digital, é muito fácil compartilhá-los.

Na verdade, é para isso que a base de dados Siprnet, de onde os segredos diplomáticos norte- americanos são vazados, foi criada. A comissão governamental criada nos EUA para avaliar a segurança nacional após o 11 de Setembro fez uma descoberta notável: não era o compartilhamento de informações que ameaçava os EUA, mas o não-compartilhamento. A falta de cooperação entre agências governamentais e a retenção de informações por burocratas desperdiçaram muitas oportunidade para bloquear os ataques contra as Torres Gêmeas. Em resposta, a comissão ordenou uma restruturação dos serviços do governo e da inteligência, para que se adaptassem à própria web. A nova prática era de colaboração e compartilhamento de informações. Mas, ao contrário de milhões de membros do governo e empresas terceirizadas, o público não tinha acesso à Siprnet. (mais…)

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Brasil atualiza o racismo por não discutir ‘branquitude’

Na Escola, instituição discriminatória, ser branco é ser exemplo, perpetuando a ideia de superioridade racial

Nos debates sobre raças e racismo pouco se fala sobre “branquitude”. E foi a partir desta constatação que a pedagoga e professora de educação infantil, Luciana Alves, demonstrou que ações afirmativas, como a lei sobre ensino da cultura africana, só fazem sentido se forem realizadas em ambiente de reflexão e reconstrução sobre o “ser branco”.

O tema “miscigenação” é muito falado no Brasil, mas o que se esconde por trás desse discurso é uma cultura que atualiza o racismo. A escola se apresenta como instituição discriminatória, onde o assunto “branquitude” é pouquíssimo discutido nos debates sobre raça. Essa situação colabora para que o branco se sinta superior e em posição de neutralidade a respeito do tema, fazendo perpetuar a “positividade da brancura” e os estereótipos negativados do “ser negro”.
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Relatório de Direitos Humanos analisa avanços e pendências de 2010

Natasha Pitts

Adital – Pelo 11º ano consecutivo, foi lançado o “Relatório Anual Direitos Humanos no Brasil”. O documento, publicado pela Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, tem a participação de membros de mais de 30 organizações sociais que fazem um apanhado do cenário brasileiro no que diz respeito aos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. O relatório foi apresentado ontem (7), na Câmara Municipal da cidade de São Paulo.

Política agrária, demarcação de terras, direito ao trabalho, à infância, segurança pública, trabalho escravo, questão LGBT, ações afirmativas para afrodescendentes e educação são apenas alguns dos temas analisados em 26 artigos que compõem o relatório de Direitos Humanos. A publicação, lançada em português e inglês, faz ainda um balanço sobre a situação dos direitos reprodutivos no último ano e uma análise dos quatros anos da Lei Maria da Penha.
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A titulação dos territórios quilombolas: uma breve leitura dos oito anos de governo Lula

OBS.: Este artigo é parte integrante do Relatório Direitos Humanos 2010 da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, hospedado no sítio eletrônico: http://www.social.org.br/.

Por: Roberto Rainha* e Danilo Serejo Lopes**

Meu avô preto de Angola me ensinava a cantoria
Foi herança de um passado quando fez a travessia
Na bagagem a esperança consciência e valentia
Capoeira quilombola derrubava e não caía

(Osvaldinho da Cuíca: Ditado Antigo)

Anunciada a promulgação da Constituição Federal em 05 de outubro de 1988, enquanto Ulisses Guimarães discursava e a denominava “Constituição Cidadã”, os quilombolas e mais otimistas festejavam a novidade lida no artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) (1). Festejavam, vislumbrando uma política efetiva voltada para suas demandas e que, após 100 (cem) anos passados da abolição formal da escravidão, os considerasse como sujeitos de direitos iguais aos de outros segmentos da sociedade, mas também com direitos mais, diferenciados, em especial, o direito de receber do Estado o merecido título de propriedade sobre os territórios por eles ocupados. (mais…)

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Sonia Guajajara, da COIAB, entrega Motoserra de Ouro a Kátia Abreu

Sonia Guajajara, vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira-COIAB, entrega uma motosserra à Senadora Katia Abreu, em Cancún: "Este é o troféu motossera de ouro pelo reconhecimento do que está fazendo com as florestas e os povos indígenas no Brasil".
A senadora Kátia Abreu recebeu ontem em seu hotel, em Cancún, o prêmio Motosserra de Ouro, por sua defesa ferrenha de mudanças no Código Florestal, em prol de mais desmatamentos no Brasil.

Líder da bancada do agronegócio no Congresso e fiel defensora das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) recebeu das mãos de Sonia Guajajara, vice-coordenadora da COIAB, o prêmio Motosserra de Ouro, símbolo de sua luta incansável pelo esfacelamento da lei que protege as florestas do país.

A senadora recusou o troféu, visivelmente irritada, e deixou para a ativista apenas os comentários irônicos de seus assessores. A condecoração serviu para lembrar aos ruralistas defensores do relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê alterações na lei, que essa proposta representa uma grave ameaça ao ambiente. (mais…)

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Mapa inédito mostra evolução do uso da terra no Brasil

O IBGE lançou ontem, 08/12/10, o primeiro Mapa da Cobertura e Uso da Terra no Brasil, produto inédito que revela dados sobre a história e as tendências de ocupação e utilização do território nacional. Apresentado na escala de 1:5.000.000 (em que 1 cm corresponde a 50 km de território), o mapa pode ser acessado no site do IBGE.

O mapeamento permite visualizar concentrações e direções que o uso da terra desenha no país. A lavoura temporária se organiza desde a região Sul do país, se estende pelo Sudeste e entra na região Norte através da abertura de frentes de ocupação mais recentes. A pastagem plantada tem grande expressão na região Centro-Oeste, onde desde 1985 vem substituindo a pastagem natural.

A maior área de incidência do extrativismo vegetal está na região Norte, onde a cobertura da vegetação representa a principal reserva de biodiversidade do mundo, apesar dos desmatamentos; enquanto a região Nordeste se destaca pela grande diversidade de usos agrícolas e extrativos. (mais…)

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