A transposição e os vulnerabilizados

“As pessoas não estão em primeiro lugar”

Alice Souza – Diario de Pernambuco

O rio São Francisco representa 70% da oferta de água dos municípios nordestinos. Sob a promessa de trazer segurança hídrica à região, dando solução ao famigerado problema da seca em 390 municípios, o Governo Federal iniciou, há sete anos, o Projeto de Integração do Rio São Francisco. Maior obra de infraestrutura hídrica já realizada no Brasil, a integração – também conhecida como transposição – abre canais que juntos somam quase 500 quilômetros em linha reta. Divididas em dois eixos, as obras cortam oito municípios pernambucanos, uma mudança não só física, mas também de identidade das populações locais. Desde 2012, o engenheiro de saúde pública, e pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) André Monteiro estuda as mudanças provocadas pela integração em Pernambuco. A pesquisa “Estudos Ecossistêmicos dos Territórios e Populações Vulnerabilizadas na área de Abrangência do Projeto de Integração do Rio São Francisco” envolve 13 pesquisadores e se ramifica em teses de mestrado, doutorado e um documentário, a ser finalizado. Em entrevista ao Diario, ele detalha os resultados encontrados, assim como analisa o perfil de gestão do empreendimento. (mais…)

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Ato defende imediata desapropriação da Agropecuária Santa Mônica

Da Página do MST

Neste sábado (21/02), as mais de três mil famílias do acampamento Dom Tomás Balduíno realizaram um ato político em defesa da reforma agrária e da desapropriação da Agropecuária Santa Mônica, em Corumbá (GO), onde a ocupação está localizada.

O ato contou com a presença de vários setores da sociedade que estão integrados ao Comitê em solidariedade ao acampamento, bem como professores, estudantes e servidores técnicos da UnB e UFG. Também participaram, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, Dom Guillherme Werlang; e o integrante da direção nacional do MST, João Pedro Stédile. (mais…)

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Atingidos resistem contra hidrelétrica do Arrodeador, na Bahia

MAB – Desde do dia 11 de fevereiro, ribeirinhos do rio Formoso das comunidades atingidas por barragens dos municípios de Jaborandi e Coribe, na Bahia, realizam vigília em áreas de camponeses que estão ameaçadas por decisões judiciais que autorizam o início do levantamento topográfico na região pela empresa Data Traficc, responsável pelo projeto da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Arrodeador. (mais…)

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Maranhão: Incra recebe outra parte da Fazenda Cipó Cortado

Incra – Mais uma área de 1.547,6919 hectares da Fazenda Cipó Cortado foi transferida para a Superintendência Regional do Incra no Maranhão (Incra/MA) criar um projeto de assentamento. O ato de desafetação – ato pelo qual o Estado torna um bem público apropriável – da referida área, localizada no município de João Lisboa,  foi assinado no dia 3 de fevereiro, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. (mais…)

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Lançamento do relatório anual da Anistia Internacional ‘O Estado dos Direitos Humanos no Mundo 2014-2015’

Anistia Internacional Brasil

A Anistia Internacional convida para lançamento do relatório anual “O Estado dos Direitos Humanos no Mundo 2014-2015” e debate sobre segurança pública com Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional Brasil, e Luiz Eduardo Soares, antropólogo, cientista político, escritor e professor da UERJ, na quarta-feira (25), das 17h às 19h, no auditório da Universidade Cândido Mendes (UCAM), no Centro do Rio de Janeiro. (mais…)

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Frente Ambientalista se reúne para definir estratégia em defesa dos indígenas

Agência Câmara

A Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados discute na quarta-feira (25) estratégias para impedir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00, que transfere do Poder Executivo para o Congresso Nacional a prerrogativa de criar e modificar limites de terras indígenas, de quilombolas e áreas de proteção ambiental. (mais…)

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Entidades civis organizam “Twitaço e Facebookaço” contra desarquivamento do Estatuto da Família

Glauco Braga*

As entidades que lutam pela igualdade dos direitos LGTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Interssexuais) e a Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD) organizam para a próxima terça-feira, dia 24 de fevereiro, ao meio-dia, um “twitaço e um facebookaço” contra o desarquivamento do Projeto de Lei nº 6.583/2013, denominado Estatuto da Família, que voltou à tramitação por iniciativa do Deputado Federal, Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). (mais…)

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Os desafios da revolução bolivariana

Por Elaine Tavares, Palavras Insurgentes

No mês de janeiro a Venezuela viveu o ápice da crise do desabastecimento. Muitas filas, produtos faltando nas prateleiras e grupos golpistas atuando a todo vapor. Na mídia comercial, o ataque é sistemático. Televisão, jornal, rádio, vociferam dioturnamente contra o governo, como se o país nunca em sua vida tivesse passado por algo semelhante. Crises de desabastecimento são frequentes, inclusive nos governos anteriores, porque a Venezuela sempre foi refém do petróleo. A diferença é que, no passado, quando vinha a escassez, os mais pobres ficavam a ver navios e tinham de se virar sozinhos. Hoje, os mais pobres são a preocupação primeira do governo. Tanto que todos os esforços foram realizados no sentido de abastecer os mercados populares. “Antes do governo bolivariano, não havia uma rede estatal de distribuição. Tudo estava na mão privada. Depois de Chávez, o estado foi criando uma rede, que ainda não é suficiente, mas já consegue dar combate em situações como a que vivemos agora”, diz o professor de economia Luis Salas, da Universidade Bolivariana. Hoje, a distribuição estatal de alimentos consegue abarcar 30% do setor e essa porcentagem cobre 70% da população. (mais…)

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A Linguagem da Favela Parte 1: Resistência, Cultura e Identidade

Esta é a primeira de uma série de três sobre a língua falada nas periferias do Rio de Janeiro.

por Gitanjali Patel*, Rio On Watch

A gente pegou a linguagem que não foi feita para a gente, que não é nossa, e criou uma outra linguagem que é nossa e que é riquíssima! Mas ela não é aceita. Pouco a pouco na medida que a gente vai criando conhecimento, é assim que ela pode ser aceita, que ela deve ser aceita; ela é riquíssima, ela é invejável, e plausível. Só que ela é de outra academia, a academia da vida.” – Wesley DelírioBlack, rapper

A língua representa a cultura de uma sociedade e as práticas e atitudes que lhe dão consistência. Diferentes dialetos dentro de uma língua não só representam grupos sociais diversos, mas refletem as relações entre eles. O dialeto do grupo dominante em uma dada região é naturalmente refletido nas instituições governamentais e educacionais e representa o “dialeto padrão“; os dialetos de comunidades que vivem nas periferias da sociedade são consequentemente marginalizados. Comum em outros lugares, essa dinâmica é marcada no Rio de Janeiro, onde a língua falada nas áreas marginalizadas tem, de forma rotineira, sua legitimidade negada e ignorada, tida como um português mal falado. Essa rejeição é menos um veredito no que se refere aos méritos linguísticos do dialeto–que é de fato uma língua própria–e mais uma reflexão sobre a aguda estratificação e profunda desigualdade que caracteriza a sociedade brasileira. A língua é explorada como mais uma maneira de aumentar a distância entre a elite e os pobres, contribuindo para uma longa história de exclusão e estigmatização dessas comunidades. (mais…)

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