De esquerda? É PT. Do PT? É desonesto. Desonesto? Porrada nele, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

– Você não é aquele blogueiro petista?
– Hehehe. Sou um blogueiro. Mas não sou filiado a nenhum partido.
– Ah, claro que é. Vai dizer que seu blog não ganha dinheiro do governo?
– Não, não recebe. Aliás, se você quiser anunciar, é só entrar em contato com o UOL (risos). Mas, olhe, brincadeiras à parte, uma coisa não tem a ver com outra. Grandes jornais, revistas, TVs são os que recebem milhões do governo e os donos não são filiados ao partido do governo.
– Mas você é! Defende essas coisas de esquerda…
– Bem, aí você está partindo de duas premissas: de que o PT representa toda a esquerda e de que o PT ainda é integralmente um partido de esquerda…
– Hã?
– Deixa pra lá. Bem, me dá um exemplo dessas “coisas de esquerda”.
– Ah, você fica defendendo índio vagabundo que impede o progresso.
– Ué, mas a usina hidrelétrica de Belo Monte é questão de honra do governo federal e faz parte do plano de geração de energia. E eu acho Belo Monte uma besteira sem tamanho, social e econômica. (mais…)

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Xenofobia se converte em agressões contra imigrantes haitianos

Trabalhador haitiano diz lamentar mais o preconceito do que a dor física
Trabalhador haitiano diz lamentar mais o preconceito do que a dor física

Desde julho, 13 trabalhadores do Haiti denunciaram espancamentos sofridos dentro de empresas em que trabalhavam, em Curitiba

Felippe Aníbal – Gazeta do Povo

O tórax do haitiano Mau­­rice*, de 26 anos, ainda dói quando faz movimentos bruscos. Há pouco mais de um mês, ele foi espancado até perder os sentidos, por dois colegas de trabalho. As agressões ocorreram dentro da cerealista da qual eram empregados. O rapaz foi surrado depois de pedir que parassem de lhe ofender por sua cor e condição de migrante. Além de, por mais de um mês, ter sido chamado diariamente de “escravo” e de “macaco”, aguentava colegas que lhe atiravam bananas, como forma de ofendê-lo. Mais do que os ferimentos físicos, é a dor do preconceito que incomoda o haitiano.

“Eu falava pra eles: ‘Você é meu irmão. Sou humano igual a você, criado pelo mesmo Deus’. Mas me bateram, bateram e ninguém separou”, disse o migrante. “Eu não entendo porque isso, se sou gente como eles”, lamenta.

Antes velada, a xenofobia em Curitiba parece ter ultrapassado os limites da injúria e do racismo. Se antes o ódio se manifestava em olhares, em xingamentos e em algumas reações mais contidas, agora alguns casos passaram a se cristalizar em atos violentos. (mais…)

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