Ao negar liberdade para o professor Rafael Lusvarghi, e o servidor do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) Fábio Hideki Harano, detidos em um protesto em São Paulo, o juiz Marcelo Matias Pereira, da 10ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), argumentou que, se soltos, os dois poderiam promover e participar de novos protestos “provocando todo o tipo de destruição e quiçá consequências mais graves como mortes”. Ele chamou os manifestantes detidos de “black blocs” e “esquerda caviar”.
O pedido de revogação das prisões preventivas foi negado, pelo juiz, na última sexta-feira (1º). Na decisão, o juiz argumentou que depoimentos mostram que Lusvarghi e Harano foram flagrados portando artefatos explosivos. “As imagens indicam que os acusados possuíam liderança e comando sobre a massa de alineados, sendo que há depoimentos consistentes que apontam que em poder dos mesmos foram apreendidos artefatos explosivos/incendiários, de modo que presentes estão os indícios suficientes de autoria”, disse.
De acordo com o juiz, o grupo, os black blocs, “atenta contra os Poderes Constituídos, desrespeitando as leis, os policiais que tem a função de preservar a ordem, a segurança e o direito de manifestação pacífica, além de, descaradamente, atacarem o patrimônio particular de pessoas que tanto trabalharam para conquistá-lo, sob o argumento de que são contra o capitalismo, mas usam tênis da Nike, telefone celular, conforme se verifica das imagens, postam fotos no Facebook e até utilizam de uma denominação grafada em língua inglesa, bem ao gosto da denominada ‘esquerda caviar'”. (mais…)