“O caso Amarildo é o caso Rubens Paiva”, diz comissão

Sem novidade. Comissão ouviu ontem mais três pessoas, que não acrescentaram nada às apurações
Sem novidade. Comissão ouviu ontem mais três pessoas, que não acrescentaram nada às apurações

Em duas semanas, CNV ouviu 21 agentes que atuaram na ditadura

O Tempo

Brasília. Um balanço da Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgado nesta sexta apontou que o colegiado ouviu 21 agentes que atuaram na ditadura militar em duas semanas de sessões no Rio e em Brasília. O advogado Pedro Dallari, coordenador da CNV, traçou um paralelo entre o Brasil atual e do período do regime militar, que durou 21 anos. “A tortura persiste como uma política sistemática na segurança do país. Ela ainda é vista como algo comum e corriqueiro”, disse Dallari.

O coordenador também afirmou que o caso do pedreiro Amarildo de Souza – detido por policiais militares em 14 de julho de 2013, levado à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), torturado e morto, cujo corpo foi desaparecido – remete ao caso Rubens Paiva, dado como desaparecido durante o regime militar.

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Extirpar a tortura

Wadih Damous* – Brasil 247

É comum que a ditadura militar seja responsabilizada pelo surgimento da prática de torturas a presos em nosso país. Como as novas gerações não viveram o período anterior a 1964, muitas vezes imaginam que a tortura tenha começado aí. Mas a tortura não começou com a ditadura. Vem de muito antes.

Não seria exagero afirmar-se que ela está na origem da própria constituição do Brasil como país, que foi associada à escravidão.

Antes do regime ditatorial, o espancamento de presos comuns – em geral pobres e negros – era rotina em delegacias policiais. Constituía-se, mesmo, na principal forma de “investigação” e apuração de crimes por parte dos agentes policiais.

É verdade que a tortura dos presos comuns se intensificou no regime militar. A censura à imprensa (mesmo que não tivesse vigorado durante todo o período ditatorial), a desvalorização dos direitos humanos, o fortalecimento do autoritarismo na sociedade e o aumento da impunidade dos policiais contribuíram para a criação de um terreno propício para tal. Mas não começou aí.

Aliás, embora haja quem ponha na conta da CIA e de agentes norte-americanos, como Dan Mitrione, os ensinamentos de tortura aos militares brasileiros, a verdade é outra. Foram policiais civis, escolados na prática de anos e anos de torturas em presos comuns, os professores dos oficiais e suboficiais brasileiros que torturaram presos políticos nos porões do regime.

Outro fator contribuiu para a maior identificação da tortura com a ditadura: ela começou a ser praticada também contra os presos políticos, de forma generalizada e numa dimensão nunca antes vista no país. A violência superou até mesmo a barbárie praticada contra os opositores do Estado Novo. E aí, já não só eram ladrões, pobres e pretos as vítimas. Mas estudantes, professores, intelectuais, operários chefes de família. Gente que “não merecia” ser tratada daquela forma. (mais…)

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Fazenda do aeroporto de Cláudio (MG) foi flagrada com trabalho escravo, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

A construção de um aeroporto em Cláudio (MG) não é o único estorvo envolvendo a propriedade rural da família do senador Aécio Neves, candidato à Presidência. Em outubro de 2009, uma inspeção de auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego, com a presença do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal, encontrou 80 trabalhadores que cortavam cana para uma destilaria da região, sob responsabilidade da família Tolentino (a mesma da avó materna de Aécio), trabalhando em regime análogo ao da escravidão. Destes, 39 estavam na fazenda Santa Izabel, pertencente a mesma família e localizada, hoje, ao lado da área desapropriada para o aeroporto.

Por conta dessa fiscalização, que também encontrou trabalhadores em outra fazenda, a Santo Antônio, a Destilaria Alpha Ltda, foi responsabilizada pela situação e inserida no cadastro de empregadores flagrados com mão de obra análoga à de escravo em junho do ano passado – a chamada “lista suja”. A relação, mantida pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, é utilizada por bancos públicos e privados e empresas nacionais e estrangeiras para evitar negócios.

O blog tentou contato com advogado da Destilaria Alpha, mas ainda não obteve sucesso. Assim que conseguir uma posição da empresa, publicará neste espaço.

Aécio Neves evidentemente não pode ser responsabilizado pela forma com a qual seus parentes tratam os trabalhadores.

Mas o caso é uma amostra de algo que muitos ainda fingem não enxergar: como grupos próximos do centro do poder político são capazes de subverter a lei para garantir a perpetuação da exploração dos trabalhadores. E como damos pouca importância a isso. (mais…)

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Amigos, por Aldo Luis Novelli*

menino atirando pedra tanque - palestina
afuera hace frío
hace muerte absurda
hace hambre injusta/
allá lejos hace guerra
hace genocidio en Palestina
hace dolor y esclavitud.
amigos debemos reunirnos
y encender un fueguito
para hablar de nosotros
de nuestras historias
más entrañables
cara a cara/ corazón a corazón
es necesario y urgente
hay que salvar al niño
que está muriendo en la calle.

*Desde Buenos Aires, Argentina. Especial para Argenpress Cultural

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Manifesto: “Por una Revolución Poética Mundial”

"Near death experience", de Christian Edler
“Near death experience”, de Christian Edler

El Movimiento Poético Mundial se declara en rebeldía ante la lamentable historia humana.

Nos oponemos a la historia guerrera de las bárbaras civilizaciones, que han producido cientos de millones de muertos a través de la mal llamada evolución humana sobre la Tierra.

Nos oponemos a las mezquinas y peligrosas prácticas de la expoliación de la Naturaleza y de los pueblos del mundo, que han deteriorado y dañado los océanos, lagos y ríos, la atmósfera y el clima y derribado los bosques, invitando a avanzar a los desiertos sobre el glorioso verde del planeta, y aprisionando a la especie humana en una dimensión miserable.

Nos oponemos a la esclavitud material y a los rígidos dogmas religiosos, que han destrozado la libertad y la dignidad de millones de personas encadenándolas al abatimiento a la desesperanza.

Contra el fracaso de los modelos económicos, políticos, sociales y culturales que nos aprisionan, llamamos a la humanidad a desarrollar una Revolución Poética Mundial. (mais…)

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BA – Quilombo de Salamina Putumuju comemora posse de seu território às 9:30h de hoje, 2 de agosto

Manoel Antônio da Conceição, 55 anos, ao saber que poderá usufruir da área. Morador do Salamina Putumuju desde que nasceu, Conceição já vivenciou períodos difíceis. "Aqui nós comíamos o que eles davam, existia um armazém que o fazendeiro estocava os alimentos e vendia pra nós quando já estavam vencidos e estragados", relata.
Manoel Antônio da Conceição, 55 anos, quilombola do Salamina Putumuju: “Aqui nós comíamos o que eles davam. Existia um armazém que o fazendeiro estocava os alimentos e vendia pra nós quando já estavam vencidos e estragados”.

Incra

A comunidade do Território Quilombola Salamina Putumuju, situado no município de Maragogipe, no Recôncavo baiano comemora, neste sábado (02), às 9h30, a posse de um imóvel de 1,4 mil hectares.  O ato representa uma vitória para as famílias e para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que desde 2005 se empenha para transferir a posse da área à comunidade. Os ministros do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o presidente do Incra, Carlos Guedes, participam da comemoração.

A incorporação dessa área, a terceira  desapropriada pelo Incra, soma 1,7 mil hectares de terras obtidas, o que corresponde a 84% do total do Salamina Putumuju. O Incra na Bahia está finalizando o processo de desapropriação de outras quatro propriedades para englobar toda a área. A obtenção dos imóveis é a última fase antes da titulação comunitária do território.

Atualmente, cerca de 40 famílias vivem no Salamina Putumuju. Elas cultivam mandioca, milho e feijão e se dedicam à pesca. A história desse território tem origem no século XVI com o cultivo da cana-de-açúcar, que se baseou na exploração da mão de obra escrava. A comunidade quilombola se formou em uma área de 2.061 hectares, onde estão as sete fazendas que o Incra vem destinando à comunidade. (mais…)

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