Piquiá, um povoado coberto por pó de ferro na Amazônia

Dona Angelita mostra a poeira de ferro acumulada nas folhas das árvores no seu quintal. Os fundos da sua casa disputam espaço com as indústrias Viena Siderúrgica S/A e a Gusa Nordeste S/ A. Foto: Fabíola Ortiz / O Eco
Dona Angelita mostra a poeira de ferro acumulada nas folhas das árvores no seu quintal. Os fundos da sua casa disputam espaço com as indústrias Viena Siderúrgica S/A e a Gusa Nordeste S/ A. Foto: Fabíola Ortiz / O Eco

Fabíola Ortiz, O Eco

Enviada especial a Açailândia, Maranhão – Piquiá de Baixo é um pequeno povoado onde vivem cerca de 300 famílias na zona rural de Açailândia, no sudoeste do Maranhão. Piquiá está morrendo. Os 1.100 moradores do vilarejo, localizado a 15 quilômetros do centro do município, respiram pó de ferro emitido pelas cinco siderúrgicas que recebem e processam o minério extraído em Carajás, no Pará. Muitos adoeceram e deixaram a cidade.

A história do povoado e seus moradores é o tema da série especial publicada no site ((o))eco. A reportagem visitou o vilarejo, caminhou entre as casas com telhados cobertos por poeira cinza, ouviu as buzinas e roncos dos caminhões da BR-222, e conversou com moradores, ambientalistas e representantes de movimentos locais sobre impactos ambientais e sociais graves.

O Maranhão integra o rol dos estados da Amazônia Legal, mas em Açailândia – a cidade do açaí – os poucos trechos remanescentes visíveis da floresta tropical estão cobertos pela poeira fina que deixa tudo escuro. Nas décadas de 1960 e 1970, a economia da região foi impulsionada pela extração de madeira, e hoje quase nada sobrou da mata. (mais…)

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O Circo da Globo [montado dentro e com a ajuda de um órgão público estadual de SP]

Advogados Ativistas

O vídeo a seguir revela como a Globo e a Polícia constroem um criminoso e assassinam sua reputação. Dessa vez trata-se do professor Jefte Rodrigues do Nascimento, preso ontem em São Paulo. A Globo sabia o tempo todo de sua prisão e foi a única a registrar sua chegada na delegacia. Todas matérias a respeito do caso mostram imagens não relacionadas à acusação criminosa que lhe é imputado. Quando os advogados de Jetfe chegaram ao DEIC* o carro da Globo estava estacionado na vaga da OAB. Os advogados não puderam conversar reservadamente com seu cliente, que encontrava-se chorando. Também não foi permitido a eles acompanhar desde o inicio do interrogatório a sua suposta confissão.

*O Departamento Estadual de Investigações Criminais.

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As crianças não fogem, elas são levadas

Imigrantes com crianças detidas na fronteira do Texas com o México em maio de 2014
Imigrantes com crianças detidas na fronteira do Texas com o México em maio de 2014

Quase 60 mil crianças da América Central cruzaram desacompanhadas a fronteira dos EUA em 8 meses, causando comoção mundial; o El Faro foi atrás dos fatos contados por coiotes e imigrantes de El Salvador

por Oscar Martinez e Jimmy Alvarado, A Pública

O Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos deteve 56.557 crianças desacompanhadas, a maioria da América Central, cruzando a fronteira entre os Estados Unidos e o México entre outubro de 2013 e junho deste ano, quando o presidente Obama reconheceu a crise e pediu ao Congresso a aprovação de um fundo de emergência de 3,7 bilhões de dólares para amenizá-la. Na quarta-feira passada (16/7) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou uma mensagem de alerta à Conferência Internacional sobre Migração, Infância e Família, em Tegucigalpa, Honduras, que reuniu representantes de El Salvador, Guatemala, México, Estados Unidos e integrantes da Organização de Estados Americanos (OEA), pedindo aos governos dos países de trânsito ou destino que protejam os direitos humanos das crianças, algumas com menos de sete anos.

Entre as explicações que vem sendo cogitadas para a migração crescente de menores estão um alegado acirramento da violência na América Central e a existência de leis americanas que facilitariam o asilo para menores de idade. No momento, o Congresso americano estuda mudar a legislação para que os agentes da Guarda da Fronteira (U.S Border Patrol) possam interrogar as crianças e decidir se o medo que sentem de voltar a situações de violência merece “crédito”, suspendendo o direito de serem ouvidas por uma assistente social e por um juiz antes da decisão final. (mais…)

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Revista Usina mostra fotos de Maureen Bisilliat sobre o Alto Xingu

Foto de Maureen Bisilliat sobre o Xingu
Foto de Maureen Bisilliat sobre o Xingu

Usina

Fotógrafa inglesa naturalizada brasileira, Maureen Bisilliat é referência para a iconografia do Xingu. Foi a pedido de Orlando Villas Boas (depois de ter conhecido suas fotos inspiradas na literatura de Guimarães Rosa) que Maureen visitou o Parque em 1973, rendendo a série de fotos intitulada “Cenas do dia-a-dia” de 1975, e dela vemos algumas fotos a seguir. Predomina em sua fotografia o caráter expressivo de cuidado plástico e formal, a atenção às cores e ornamentos marcantes do Xingu e o sentido cênico e ritual da vida indígena.

A fotógrafa, a convite de Darcy Ribeiro em 1988, foi personagem importante na formação do acervo de arte popular da Fundação Memorial da América Latina, em São Paulo. Seu acervo integral faz parte hoje da coleção do Instituto Moreira Salles.

Veja outra fotos de Maureen Bisilliat visitando diretamente a Revista Usina.

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RJ – Seminário “Territórios Fraturados: a expansão do fracking e do ‘gás de xisto’ na América Latina” foi antecipado para 29 de julho

fracking Atenção: o Seminário foi antecipado para o dia 29 de julho e será transmitido pela internet!

A Campanha por um Brasil Livre de Fracking (ASIBAMA/RJ), o Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica das cercanias da Baía de Guanabara – FAPP-BG, o SINDIPETRO-RJ e o Observatorio Petroleo Sur (Argentina) convidam para o seminário “Territórios Fraturados: a expansão do fracking e do “gás de xisto” na América Latina”.

O seminário irá enfocar a recente ameaça de utilização do fracking na exploração de petróleo e gás não-convencionais no Brasil, e a expansão do uso deste método em outros países latino-americanos.

Palestrantes confirmados até o momento: – Antônio Terra (Campanha por Um Brasil Livre de Fracking – ASIBAMA/RJ) – Bianca Diele (FAPP-BG) – Diana López (Observatorio Petroleo Sur)

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Indígenas guarani da Grande São Paulo realizam hoje ato na Av. Paulista em protesto contra a reintegração de posse nas aldeias do Jaraguá e pela demarcação das suas terras

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Comissão Guarani Yvyrupa CGY – Cerca de 200 indígenas das aldeias do povo guarani-mbya na Grande São Paulo, realizam hoje ato em frente ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, na Av. Paulista, nº 1842, para protestar contra decisão de reintegração de posse na aldeia Tekoa Pyau, localizada na Terra Indígena Jaraguá, e exigir o andamento do processo de demarcação da área.

Os indígenas estarão em frente ao Tribunal realizando suas danças, cantos e rezas tradicionais, e esperam com isso sensibilizar o poder Judiciário sobre a grave crise social que ocorreria com o cumprimento de reintegração de posse contra os mais de 700 habitantes da TI Jaraguá. Também levarão desenhos feitos pelas crianças para protocolar no TRF. (mais…)

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Manifesto das Lideranças Indígenas (Documento final da Aty Guasu em BH)

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Documento Final da Grande Assembleia (Aty Guasu) das Lideranças Indígenas no Brasil, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais

Aos 21 a 23 de julho de 2014, no Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais, no âmbito do 46º Festival de Inverno da UFMG, foi realizada a Grande Assembleia Aty Guasu, com a presença das lideranças, acadêmicos e professores indígenas dos seguintes povos: Terena (Mato Grosso do Sul), Tupinambá (Bahia), Guarani (Mato Grosso do Sul), Kaiowá (Mato Grosso do Sul), Mbya (São Paulo), Kaingang (Rio Grande do Sul), Pataxó (Minas Gerais), Maxakali (Minas Gerais), Guajajara (Maranhão). Nesta Assembleia, relatamos nossa situação atual vivida nas terras tradicionais em litígio histórico em cinco regiões do Brasil.

Quando os europeus entraram aqui, nos mataram com doenças, nos mataram com bala. Hoje continuam nos matando com isso tudo e também com a Justiça que decretam os despejos, aquilo que chamam de reintegração de posse, que na verdade são apenas áreas recuperadas que pertenciam a nossos pais e avós. Eles, não-indígenas, são os verdadeiros invasores. São 514 anos de invasão. Nós somos povos resistentes. A ciência, a história dos brancos, por exemplo, ainda dizem que os Tupinambá da Costa brasileira foram extintos, acabaram, mas, não, eles estão aqui, hoje. Os não-indígenas se esquecem que, quando queimaram o tronco, ainda havia as raízes e elas estão brotando. São nossas retomadas. Não vamos desistir. Vamos lutar. Não temos arma, só temos maracá e reza, no caso dos Guarani, temos Ñanderu, e, além disso, estamos estudando, formando nossos jovens na graduação e na pós graduação . Vamos lutar, não vamos desistir, nunca! (mais…)

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Pedro Dallari, coordenador da CNV: “Houve uma política pública de violação dos direitos humanos”

TV Brasil mostra o ex-delegado Cláudio Guerra, que em depoimento à Comissão Nacional da Verdade confirma, entre outras coisas, a participação do Estado no assassinato da estilista Zuzu Angel. Em seguida, entrevista o Coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, para quem a anistia foi “uma ação preventiva daqueles que, ainda no poder, procuraram se acautelar cotra possíveis ações criminais”. (TP).

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A Copa do Amarildaço

“De junho a 2013 até agora, o governo é que se deslocou no campo discursivo e prático, até coincidir com o discurso tradicional da direita, não só se omitindo diante da criminalização dos movimentos, como acionando ele mesmo os mecanismos administrativos e policiais à disposição na esfera federal. Não por acaso, cada vez mais, nos âmbitos de formulação da “quarta força”, se faz cada vez menos distinções entre o governo e a oposição de direita, vistos como um bloco único bipolar cujo efeito final tem sido sempre o fechamento das brechas democráticas, a negação da luta por direitos e a perseguição política”, analisa o texto coletivo da UniNômade que propõe algumas linhas mais amplas de reconstrução do momento histórico e político publicada em seu portal.

Segundo o texto, “não estamos em uma ditadura. Os pobres das favelas sabem muito bem que a “exceção” é na realidade a regra. Rafael, condenado a cinco anos por porte de água sanitária, sabe que só existe “aplicação da lei” e que a lei não é mesma para ele e para Cabral, pois não usam os mesmos guardanapos. Todo jovem negro sabe que a PM o trata diferentemente, até mesmo nas manifestações, de um colega branco”.

“A novidade é outra, – afirma UniNômade – aquela de junho de 2013: de uma exceção constituinte, de uma brecha democrática para poder lutar, construir democracia radical, dentro e contra as “copas”. É essa brecha democrática das lutas que precisamos manter aberta, inclusive no terreno da invenção de novas instituições. A “revolução” é a conquista da democracia plena e radical e, nesse momento no Brasil, a conquista do direito efetivo dos pobres de fazer política autonomamente”. Eis o texto

IHU On-Line 

“Em 2013, o levante da multidão aconteceu no Brasil em meio à Copa das Confederações, evento preparatório para a Copa do Mundo da FIFA. Deflagrado pelos protestos contra o aumento da tarifa do ônibus, o levante se acelerou e massificou com a visibilidade proporcionada pela Copa das Confederações. Em 2013, o país do futebol também foi o país da mobilização democrática por direitos.

“Não vai ter Copa” foi um dos gritos que emergiu no levante do ano passado. Rapidamente, o grito se tornou a hashtag #NãoVaiTerCopa nas redes sociais, eixo ao redor do qual passaram a aglutinar-se os manifestantes. “Não vai ter Copa” brotou espontaneamente das redes e ruas de junho de 2013. Foi gritado com ênfase durante momentos críticos, como aqueles em que as marchas eram atacadas e os manifestantes perseguidos pela repressão policial comandada pelos governos. Foi um grito marcante de um breve período em que o medo mudou de lado, significando o reconhecimento da própria força coletiva. Os governantes se entrincheiravam em mecanismos defensivos da própria identidade e, no limite, por trás das tropas de choque, enquanto milhões de manifestantes iam para as ruas para, diretamente, exigir mais democracia. (mais…)

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O mundo tem quase 2,2 bilhões de pobres

Crises financeiras, desastres naturais e políticas públicas ineficazes podem aumentar a pobreza no mundo, ao passo que mais de 2,2 bilhões de homens e mulheres, quase um terço da humanidade, estão na pobreza ou sob o risco de cair na pobreza

Le Monde

É o que alarmou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em seu relatório 2014, divulgado na quinta-feira, 24 de julho, citando especialmente os preços dos alimentos e os conflitos violentos como outras fontes agravantes da pobreza.

Entre os números mais chocantes do relatório estão os seguintes:

  • 1,2 bilhão de pessoas vivem com o equivalente a 1,25 dólar ou menos por dia;
  • 1,5 bilhão de pessoas em 91 países em desenvolvimento estão vivendo “na pobreza, com sobreposição de privações em saúde, educação e padrão de vida”;
  • 800 milhões de pessoas estão sob o risco de voltar à pobreza.

(mais…)

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