Novos ‘Amarildos’ surgem após violência policial no Rio

Viviane (à esq.) e Daiana, respectivamente, irmã e mulher de presos, dizem que eles são inocentes
Viviane (à esq.) e Daiana, respectivamente, irmã e mulher de presos, dizem que eles são inocentes. Foto: Marcio Isensee e Sá – Folhapress

Por Luiz Fernando Vianna, especial para a Folha, do Rio

A revolta provocada pela morte do pedreiro Amarildo de Souza, torturado na sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha em julho, criou ou renovou forças em mulheres que buscam justiça para seus parentes, alvos de agentes do Estado.

Amiga de uma irmã de Amarildo e moradora há 50 anos da favela, a diarista Maria de Fátima dos Santos Silva, 54, nunca procurou advogados ou promotores para falar sobre o caso do seu filho. Hugo Leonardo dos Santos Silva, 33, foi assassinado em 17 de abril de 2012, quando a ocupação policial preparava a instalação da UPP na favela.

Mirelle Araújo, sua irmã, conta que viu cinco policiais, dois civis e três militares, indo atrás dele num beco. Quando ela chegou ao lugar, o primeiro tiro já tinha atingido a barriga de Hugo. O disparo provocou uma discussão entre os policiais. Mas outros dois tiros foram dados. O último acertou a cabeça.O caso foi registrado na 15ª DP (Gávea) como auto de resistência, que é quando há troca de tiros. Nunca foi apresentada, porém, a arma com que Hugo estaria. (mais…)

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Dom Waldyr, o nosso Bispo, por José Ribamar Bessa Freire

Waldyr CalheirosNenhum pombo pousou sobre o seu caixão. A mídia não fotografou “a presença do Espírito Santo” no seu velório. O governador Sérgio Cabral não decretou luto oficial. O prefeito Eduardo Paes não deu um pio. Os parlamentares do Rio, nem te ligo. As autoridades de Brasília, nem seu souza. Os jornais, apenas notinhas discretas aqui e ali. Dom Waldyr Calheiros (1923-2013), bispo de Volta Redonda (RJ), enterrado nesta segunda, 2 de dezembro, morreu como viveu: longe do poder. Deo gratias!

A cobertura contrasta com a espetacularização do funeral televisionado do cardeal dom Eugenio Sales (1920-2012), há um ano e meio, num show exacerbadamente sensacionalista. Ambos, o bispo e o cardeal, tiveram intensa atuação pastoral e política no cenário nacional. No entanto, no processo de rememoração que ocorre nessas despedidas, cada um recebeu tratamento oposto. Para Eugênio, tudo, até a voz trêmula e o tom compungido de William Bonner no Jornal Nacional. Para Waldyr, nada. Por que?

A comparação pode ser útil para colocar a mídia na berlinda. A chave para entender isto está no poema preferido de uma freira da Congregação do Preciosíssimo Sangue, filha do Rodolfinho, o sacristão. Irmã Paula foi minha professora em Manaus, em 1956, quando me escalou para recitar “Minha Terra“, de Casimiro de Abreu na comemoração do 7 de Setembro, no Colégio Aparecida. Decorei. Subi ao palco, gaguejei e parei logo no início, no verso “a terra de amores, alcatifada de flores”. Esqueci o resto. Um fracasso. Minhas irmãs choraram de vergonha. As primeiras estrofes, porém, ficaram gravadas na minha memória:

– Todos cantam sua terra / Também vou cantar a minha / Nas débeis cordas da lira / hei de fazê-la rainha. (mais…)

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MA – Importantes avanços na luta pelo reassentamento de Piquiá de Baixo

O Estado

AÇAILÂNDIA – Avança o processo de reassentamento de Piquiá de Baixo, bairro de Açailândia. Na quarta-feira (4), aconteceram duas importantes reuniões que trataram do reassentamento do bairro industrial. Membros da Associação Comunitária dos Moradores do Bairro e integrantes de entidades e organizações não governamentais que apoiam a causa se deslocaram para a capital maranhense, São Luís, com o intuito de avançar rumo a uma moradia digna para 312 famílias.

O objetivo das reuniões era apresentar o projeto urbanístico e habitacional definitivo do novo bairro, para onde serão reassentados os moradores. O projeto, elaborado pelos próprios moradores com a assessoria do Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado (Usina CTAH) foi apresentado. (mais…)

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O Brasil que condena por desinfetante e mata por pão de queijo

Justiça $Por Leonardo Sakamoto

Rafael
Condenado a cinco anos de prisão por carregar pinho sol e água sanitária durante as manifestações de junho. O Ministério Público e a Justiça consideraram que o catador de material reciclável iria fazer um coquetel molotov.

Maria Aparecida
Mandada para a cadeia por ter furtado um xampu e um condicionador em um supermercado e perdeu um olho enquanto estava presa.

Sueli
Condenada pelo roubo de dois pacotes de bolacha e um queijo minas em uma loja.

Januário
Espancado por cinco seguranças, durante 20 minutos, no estacionamento de um hipermercado pois acharam que o vigilante estava roubando o próprio automóvel.

Domingos
Assassinado ao tentar entrar em uma agência bancária. Não adiantou ele mostrar um documento comprovando que usava um marca-passo, o que faria e a porta-giratória apitar: levou bala. (mais…)

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