Sementes nativas recebem nomes que reforçam as identidades do semiárido brasileiro

Agricultores observam os cuidados com o banco de sementes durante visita à experiência na Paraíba. | Foto: Fernanda Cruz/Arquivo Asacom
Agricultores observam os cuidados com o banco de sementes durante visita à experiência na Paraíba. | Foto: Fernanda Cruz/Arquivo Asacom

Por Helen Santa Rosa, do Caa-Caanm, em Asa Brasil

Do Maranhão a Minas Gerais, de uma ponta a outra do semiárido, agricultoras e agricultores guardam sementes herdadas de seus avós e pais. Sementes da Paixão, da Fartura, da Resistência, da Vida, da Liberdade, Crioulas, da Gente. Sãos nomes que recebem as sementes nativas, conservadas pelas guardiãs e guardiões da biodiversidade. Elas e eles se encontram no 3º Encontro Nacional de Agricultores e Agricultoras que termina hoje (31) em Campina Grande, Paraíba.

As sementes são batizadas com nomes que expressam o sentido delas para a vida dos povos do semiárido. No estado do Sergipe recebe o nome de Semente da Liberdade. Seu Carlos Soares, conhecido por Carlinhos, guardião de sementes  diz que ela recebeu este nome por ser sinal de libertação. “ Antes eu era escravo e não sabia. Eu só plantava quando as pessoas doavam,  quando chegava a semente do governo. Hoje eu planto porque eu tenho”, relata.  Também no Piauí, agricultores e agricultoras conservam sementes resistentes e dão a elas o nome de Semente da Fartura. “O pouco que a gente planta desbanda sempre mais e dá com fartura ”, relata a guardiã Maria Alves Pereira.  (mais…)

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Agricultores do Semiárido usam o teatro para criticar impacto do agronegócio

3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores. Apresentação da peça de teatro "Margarida e Biu - Os caminhos da agricultura na Borborema (wilson Dias / Agência Brasil)
3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores. Apresentação da peça de teatro “Margarida e Biu – Os caminhos da agricultura na Borborema” (Fotos: Wilson Dias / Agência Brasil)

Luciano Nascimento, Enviado Especial da Agência Brasil/EBC*

Campina Grande (PB) – Enxadas, facões e foices estão saindo da roça e ocupando os palcos para contar a história de pessoas que vivem na zona rural do Semiárido brasileiro. As ferramentas agora também fazem parte da cenografia de um grupo de teatro formado por trabalhadores rurais da região da Borborema, no agreste paraibano.

Situações vividas no cotidiano das famílias do sertão são o ponto de partida para uma reflexão sobre a agroecologia e os impactos do agronegócio na vida da plateia. Ontem (30), o grupo formado por 12 pessoas representou para os cerca de 300 participantes do 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido. (mais…)

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Nem tão limpa, nem tão barata

A Pública – Reportagem cinematográfica produzida nas hidrelétricas do Uruguai questiona custos reais da energia hidrelétrica

Por Coletivo Catarse

“A população brasileira precisa estar informada de que a energia limpa e barata de hidrelétricas não existe”, alerta o professor da USP Célio Bermann. Percorremos os caminhos do rio Uruguai, divisa dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para apurar a questão. O resultado desse trabalho é a reportagem cinematográfica “Barragem”. (mais…)

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Procuradores debatem racismo, democracia participativa e cultura indígena

Fotos: ANPR
Fotos: ANPR

Em Associação Nacional dos Procuradores da República

Na manhã desta quarta-feira, 30, os participantes do 30º Encontro Nacional dos Procuradores da República discutiram a cidadania com foco em temas como racismo, cultura indígena e fortalecimento da democracia participativa.

A primeira palestra do dia “Projeto do Instituto Nossa Ilhéus – a cidade é movida pela cultura” surpreendeu os procuradores. A diretora da instituição, Maria do Socorro Mendonça, mostrou como uma iniciativa popular pode mudar a realidade política de uma cidade. (mais…)

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Felício Pontes, Procurador da República, diz que ações contra Belo Monte vão continuar

felicio pontes jrMinistério Público já apresentou 20 ações contra hidrelétrica no Pará. Nesta semana, juiz mandou parar obra, mas tribunal reverteu decisão.

Mariana Oliveira, do G1, em Brasília

O procurador da República Felício Pontes, que atua em processos sobre a hidrelétrica de Belo Monte há mais de dez anos, afirmou em entrevista ao G1 que continuará questionando a atuação do governo federal em relação à obra realizada no Rio Xingu, no Pará.

Nesta semana, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) Souza Prudente atendeu um pedido do MP e decidiu suspender as obras do empreendimento, iniciadas em 2011.

Depois, o presidente do TRF-1, desembargador Mário Cesar Ribeiro, reverteu a decisão por entender que o caso não poderia ser analisado por Souza Prudente em razão de outros processos que aguardam decisão em instâncias superiores. (mais…)

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Luz amarela no céu de Belo Monte, por Antônio Claret Fernandes*

Sitio Pimental visto do km 52 da Rodovia Transamazônica. Os buracos gigantes nas rochas vão abrigar as turbinas da casa de força principal de Belo Monte. Foto: Leticia Leite (ISA)
Sitio Pimental visto do km 52 da Rodovia Transamazônica. Os buracos gigantes nas rochas vão abrigar as turbinas da casa de força principal de Belo Monte. Foto: Leticia Leite (ISA)

Numa situação normal Belo Monte não se teria iniciado ou já teria parado há muito pelo caminho.  Pela 20ª vez, o Ministério Público Federal pede a sua paralisação. A Justiça Federal acatou a ação com argumento de não cumprimento de condicionantes e suspendeu a licença da hidrelétrica na sexta-feira à tarde, 25 de outubro, inclusive com proibição de repasse de dinheiro do BNDES à Norte Energia. Na noite adentro do dia 30/10, quando o tempo é todo escuro ou penumbra, antes que a Norte Energia desmobilizasse seu batalhão de operários e máquinas, a Advocacia Geral da União – AGU cassou a Liminar. Desde que se iniciou a construção de Belo Monte, em junho de 2011, a obra já foi paralisada em média 100 dias por conta de manifestações e decisões judiciais.

A nota de imprensa da empresa é pouco esclarecedora. O que entendi é o seguinte: quem tem poder, manda e pronto! O fato é que Belo Monte, que teria parado, não parou sequer um segundo, e o próprio governo federal cuidou de desobstruir o seu caminho, retirando-lhe mais esse pequeno obstáculo. (mais…)

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Para especialista, ruralistas são os responsáveis pelo retrocesso ambiental

Da Unisinos

A questão ambiental no Brasil vem passando por uma série de avanços mesmo antes da Constituição Federal de 1988. No entanto, após uma série de passos para frente, o assunto sofreu um grande passo para trás em 2012, com a imposição de uma reforma do Código Florestal que perde de vista as conquistas anteriores. Esta é a opinião do advogado e assessor especial de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, André Lima.

O advogado prefere não ser chamado de operador, mas sim de operário do direito. Isto porque atua na linha de frente da lei, defendendo e militando questões envolvendo o direito dos quilombolas, dos indígenas e o meio ambiente. Lima também milita em organizações da sociedade civil, “atuando na formulação, avaliação e acompanhamento de políticas públicas nessa área”.

E é com esta expertise que ele esteve em 22-10-2013 na Unisinos, onde ministrou a palestra A questão ambiental no Brasil e a Constituição Federal hoje. Avanços e retrocessos, parte do ciclo de eventos Constituição 25 Anos: República, Democracia e Cidadania. A palestra ocorreu na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)

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Assentamento Milagres: território da agricultura camponesa

milagres

Por Najar Tubino
Da Carta Maior

O assentamento de Milagres não é um projeto de resistência armada. Muito pelo contrário, é totalmente pacífico. Na verdade, é o primeiro assentamento do país totalmente saneado, que usa a água das casas e da fossa, depois de tratada para irrigar vários tipos de plantio: mamão, milho, pimenta, forrageiras para os animais. (mais…)

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O que é agronegócio?

IHU On-Line – “Se as fazendas de natureza patronal geram tão pouco emprego é porque a maior parte de suas terras está coberta de pastagens que suportam a mais extensiva pecuária bovina de corte do mundo. O que até permite entender porque esse grupo de fazendeiros é vítima do grosseiro e ofensivo estigma “gigolôs de vaca”, escreve José Eli da Veiga, professor titular da USP, em artigo publicado no jornal Valor.

Segundo ele, “o uso da expressão “agronegócio”” pode ser ‘perverso’ por “acobertar interesses dos mais parasitários”.

“Como o absurdo sistema eleitoral garante que regiões periféricas estejam super-representadas no Congresso – conclui -, só podem mesmo predominar na chamada bancada ruralista parlamentares com objetivos até opostos aos das atividades empreendedoras de última geração”. Eis o artigo.

A metade dos habitantes das grandes cidades brasileiras ainda nem ouviu falar de agronegócio. E poucos dos que ouviram chegaram a entender seu significado, o que leva os mais incautos a tomarem esse rótulo pelo seu valor de face. Vale, portanto, breve retrospectiva, mesmo para os bem-informados leitores do Valor. (mais…)

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Secretário de Haddad diz que disparo contra jovem no Jaçanã foi intencional

'Não acho que os mascarados representam preocupação com a democracia', diz Sottili
‘Não acho que os mascarados representam preocupação com a democracia’, diz Sottili

Rogério Sottili conversou com parentes e amigos do rapaz de 17 anos. Para ele, PM responde por mortalidade ‘absurda’, mas mortes nos últimos dias não são reação a agressão de coronel durante protesto

por Tadeu Breda, da RBA

São Paulo – O secretário de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, Rogério Sottili, acredita que a morte de dois jovens na periferia da capital nos últimos domingo (27) e terça-feira (29) é a demonstração de que a Polícia Militar atua de forma violenta, comprovação de que é preciso promover mudanças em sua estrutura e nas maneiras de investigar abusos cometidos pela corporação.”Há uma mortalidade absurda”, diz.

Ele levanta dúvida sobre a versão da PM a respeito da morte do jovem Douglas Rodrigues, de 17 anos, no último domingo, no Jaçanã. Depois de ir ao local dos fatos e de conversar com amigos e parentes do rapaz, Sottili diz que o disparo promovido pelo policial durante uma abordagem foi intencional.  (mais…)

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