RJ – Parentes do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há 10 dias, entram para programa de proteção a testemunhas

Foto: Notícias Rio Brasil
Foto: Notícias Rio Brasil

Flávia Villela, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os parentes do pedreiro Amarildo de Souza, morador da Favela da Rocinha, que desapareceu há dez dias, depois de ser levado por policiais para uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, entram hoje (24) no programa de proteção a testemunhas. A decisão foi tomada pelo governador Sérgio Cabral, que recebeu, nesta manhã, na sede do governo, parentes do pedreiro.

Cabral não quis dar entrevista, mas, segundo o secretário de Assistência Social, Zaqueu Teixeira, colocou à disposição da família toda a estrutura do estado para as buscas de Amarildo, que tem 42 anos. “[Isso] significa a possibilidade de a família sair da comunidade nos próximos dias e garante a proteção do estado para que seus membros cheguem aonde queiram, sem sofrer algum tipo de repressão ou coação”, explicou Teixeira.

A mulher de Amarildo, Elizabete Gomes da Silva, não acredita que o marido esteja vivo e disse que tem medo de continuar na Rocinha. “Tenho certeza de que meu marido está morto. Já procuramos em todos os lugares, e nada. Não recebi nenhuma ameaça, mas estou com medo de que, quando a poeira baixar, os policiais possam fazer uma maldade contra mim e minha família”, disse ela. O filhos de Elizabete porém, não querem sair da Rocinha, e ela tem medo até de sair para comprar pão. “Não estou dormindo nem na minha casa, com medo de chegar à noite e me matarem”, desabafou. (mais…)

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Presidenta da Funai diz que consulta a outros órgãos não deve retardar criação de terras indígenas

Alex Rodrigues, Repórter Agência Brasil

Brasília – A pouco mais de um mês ocupando a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai),  Maria Augusta Assirati disse hoje (24) que o resultado de novos estudos de identificação e delimitação de terras indígenas será divulgado em breve. Evitando falar em prazos, Maria Augusta disse acreditar que a proposta do governo federal de confrontar os estudos antropológicos da Funai com levantamentos produzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) não vai retardar a conclusão dos processos demarcatórios e a criação de novas reservas indígenas.

“Espero que não [retarde]. Espero que a discussão se dê em um plano de respeito ao trabalho e à missão institucional de cada órgão”, disse a presidenta da Funai que, até substituir a antecessora, a antropóloga Marta Azevedo, estava à frente da diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai. “Há muitas áreas em estudos e alguns [laudos antropológicos] estão para ser publicados ainda durante este ano”.

A proposta do governo anunciada em maio pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, prevê também a consulta a outros órgãos como os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e das Cidades. A iniciativa, conforme explicou a ministra à época, é prevenir e aperfeiçoar a gestão de conflitos, qualificando a tomada de decisões do governo sobre a criação ou a ampliação de terras indígenas. (mais…)

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A situação da cultura diante dos protestos de rua

roberto-schwarzApresentação preparada para o primeiro encontro do Cultura Atravessa, dia 08 de julho de 2013.

Por Roberto Schwarz, em Blog da Boitempo

Caros amigos, vou ser breve. É uma grande alegria estar aqui com vocês, tentando tomar pé numa situação que é nova. Até onde sei, há tempos que não aconteciam reuniões como esta, o que torna o prazer maior ainda. Há uma frase de Brecht, acho que no Galileu, que diz que a liberdade é como um cachorro: basta alguém dizer o nome dela, que ela vem logo pulando.

Como muitos aqui, não tenho opinião firmada sobre o rumo que as coisas vão tomar. Não sei se o transporte público, a educação e a saúde – para ficar nas calamidades mais citadas – vão melhorar, nem sei quem vai ser o beneficiário dos protestos. Será o PT, o PSDB, o PMDB, o PSB etc., ou um movimento novo, ou, ainda, um aventureiro? Muita coisa pode acontecer, inclusive nada, e neste sentido devemos estar preparados para resultados decepcionantes. Entretanto, seja como for, para nós artistas e intelectuais é fato que algo de importante ocorreu e que a nossa situação mudou. Essa em todo caso é a minha impressão, mas naturalmente posso estar enganado. (mais…)

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Os bons negócios da estiagem

Enquanto o Nordeste enfrenta a pior seca em 50 anos, tem gente ganhando dinheiro com a venda da água retirada do subsolo no semiárido.

Ires descobriu o ouro líquido em suas terras e, sob seca prolongada, está ganhando dinheiro vendendo água (Foto: Alexandre Mazzo)
Ires descobriu o ouro líquido em suas terras e, sob seca prolongada, está ganhando dinheiro vendendo água (Foto: Alexandre Mazzo)

Por Mauri König, Gazeta do Povo, em Rema

No remoto sertão pernambucano, o sertanejo Ires Pereira de Mendonça, de 59 anos, vem fazendo há anos o que o presidente da multinacional Nestlé, Peter Brabeck-Letmathe, defende num vídeo que corre a internet. O austríaco propõe privatizar o fornecimento da água, dando a ela valor de mercado. Os governos, diz ele, devem garantir o suficiente para beber e para a higiene pessoal. O resto seria gerido segundo critérios empresariais. Para o empresário, a percepção de que a água é gratuita leva à desvalorização e ao desperdício.

Brabeck sabe do métier. Líder mundial na venda de água engarrafada, a Nestlé deve ao setor 8% do faturamento anual de US$ 110 bilhões. As cifras do sertanejo são bem mais modestas, mas é um dos afortunados que vêm ganhando dinheiro com a seca de três anos no semiárido brasileiro. Ires extrai até 100 mil litros de água por dia em dois poços artesianos, no distrito de Mimoso, em Pesqueira (PE). A água não segue o processo industrial da Nestlé. É extraída dos poços, colocadas em tonéis de 250 litros e distribuída em caminhões na casa do consumidor, e ali armazenada em baldes ou cisternas. (mais…)

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A barra de Élson chegou para ele

Foto: Luciano Bernardi (março 2013).
Foto: Luciano Bernardi (março 2013).

Ruben Siqueira, por Articulação São Francisco Vivo

ÉLSON RIBEIRO BORGES era quilombola, lavrador, pescador, ribeirinho do Rio São Francisco, liderança de sua comunidade Barra do Parateca, em Carinhanha-BA, e dirigente do CETA – Movimento dos Trabalhadores Rurais Assentados, Acampados e Quilombolas da Bahia.

Ontem, 23 de julho de 2013, pelas 19 hs, sua vida de luta encontrou sua “barra” intransponível. Voltando de Bom Jesus da Lapa para casa, de moto, já próximo de chegar, não conseguiu evitar o choque fatal com um cavalo na estrada. Tantas barreiras na vida tinha conseguido driblar: prisão, ameaças de morte e todo tipo de pressão de grileiros poderosos sobre ele e sua comunidade…

O caso de Barra do Parateca e de suas lideranças, como Élson, é exemplar. Comunidade tradicional ribeirinha, tem no rio São Francisco seu eixo e fonte vital. Agricultura de vazante nas terras de margem e ilhas fertilizadas pelas cheias do rio, vários tipos de pesca e criatório de animais se combinam para gerar e manter 214 famílias. Uma história tão gloriosa quanto desconhecida: estas comunidades negras do Médio São Francisco baiano e mineiro, únicas resistentes à “febre dos alagadiços” (malária), forneceram os mantimentos para os viajantes do “Rio da Integração Nacional” até praticamente o século XIX. Como remanescentes da escravidão, ocupavam áreas da União (margens de um rio federal) e contíguas terras devolutas. (mais…)

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Roberto Antonio Liebgott: Povos indígenas do Brasil e a necessária luta contra as ações anti-indígenas

Roberto Antonio LiebgottIHU – “É inaceitável que ruralistas concentradores de terras e exploradores da natureza continuem determinando os rumos das políticas indigenista, agrária e quilombola. É inaceitável que um número reduzido de pessoas, cerca de 70 mil de acordo com o IBGE, concentre impunemente 228,5 milhões de hectares de terras improdutivas; que 43% das propriedades rurais tenham mais de 1.000 hectares de terras; que cinco milhões de estabelecimentos rurais detenham mais de 360 milhões de hectares, sendo que o território nacional conta com 851 milhões de hectares”, escreve Roberto Antonio Liebgott, Cimi-Equipe Porto Alegre. Eis o artigo.

Nas últimas semanas, uma parcela significativa da população brasileira se mobilizou e ocupou as ruas das grandes cidades, nos mais diversos estados brasileiros, para combater os desmandos políticos e a precariedade dos serviços públicos em nosso país. A partir de então, parlamentares, tanto no Senado Federal, quanto na Câmara dos Deputados, passaram a incorporar em seus discursos referencias ao “grito das ruas”, mas na pratica pouco fazem no sentido de acolher e contemplar as reivindicações e apelos dessa massa atuante e participativa. Paralelamente, a mídia divulga denúncias que evidenciam a imoralidade no trato e uso dos bens públicos por parte de ministros, senadores e/ou deputados. Surgem denuncias, por exemplo, de uso indevido de bens públicos, a exemplo dos aviões da Força Aérea Brasileira para fins particulares, por parte do presidente do Congresso Nacional,Renan Calheiros, e do presidente da Câmara dos Deputados, José Henrique Alves.

Na encenação de escuta das vozes das ruas, parlamento e governo dizem que acolhem as reivindicações daqueles que exigem a punição dos corruptos, assistência em saúde, educação, segurança e transporte público gratuito. Na vida real, no entanto, eles legislam e governam para assegurar os interesses privados de empreiteiras e de latifundiários, a quem, como sempre, são outorgadas as desonerações de tributos, as concessões de financiamentos e liberação de verbas bilionárias (obras da Copa do Mundo, de barragens, de estradas, de estrada de ferro, de aeroportos superfaturadas continuam recebendo vultuosas quantias, enquanto permanecem contingenciados recursos destinados a ações e políticas publicas). (mais…)

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Niña yemení: “Prefiero morir a casarme a la fuerza con once años”

Una niña yemení de 11 años de edad ha conmocionado a los internautas con su monólogo en contra del matrimonio concertado, práctica muy común en la región, en el que subrayó que “prefiere morir” a casarse a la fuerza a su edad

RT – En el vídeo publicado en YouTube, la niña, cuya familia trató de forzar a contraer matrimonio, obtuvo más de un millón de visitas en un solo día. Nada Al-Ahdal confesó que huyó a la casa de su tío ya que sus padres amenazaron con matarla si se atrevía a ir contra su voluntad.

“Me escapé de mi familia. No puedo vivir más con ellos, quiero irme a vivir con mi tío. He logrado resolver mi problema, pero algunas niñas inocentes no pueden resolver los suyos y podrían morir, suicidarse”, afirma la niña. (mais…)

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