Marcha indígena, quilombola e camponesa começou hoje e se dirige para Campo Grande/MS

Marcha MSCPT

JORNADAS UNITÁRIAS DE LUTA EM MS: pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, reforma agrária, contra o capital e pela soberania popular. Organizada pelos movimentos sociais populares de Mato Grosso do Sul, a marcha desde Anhanduí, 60 km de Campo Grande, se iniciou hoje de manhã, 3 de junho, com aproximadamente 1000 pessoas.

A mesma se realiza num momento histórico e estratégico da luta dos Povos da Terra no MS, em que os indígenas e em especial o Povo Terena decidiram dizer basta às mentiras do Estado e Governo brasileiros, e à violência incentivada com o silêncio conivente do Governo do Estado, inimigo declarado dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul. E, num momento em que os nativos somam mais um mártir na luta pela terra e território no Estado, com a morte do índio terena Oziel Gabriel, durante uma reintegração de posse na Terra Indígena Buriti, a semana passada.

A marcha dos Povos da Terra, junto com os estudantes, militantes de sindicatos, entidades e organismos de defesa dos direitos humanos, é para reivindicar a demarcação das terras indígenas, titulação e demarcação dos territórios quilombolas e exigir a reforma agrária que esta totalmente parada no Estado. (mais…)

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A morte que se quer justificada, mais um indígena tombado! (Ótimo!)

Constituição 1988Por Igor Vitorino da Silva* para Combate ao Racismo Ambiental

O silêncio cotidiano sobre o genocídio indígena no Mato Grosso do Sul tortura-me. O grito e ação política dos indígenas e de seus apoiadores ecoam para muitos cidadãos sul-mato-grossenses como ação infundada, despropositada e inconsequente. Mais do que a indiferença política e social, como acusam muitos militantes, aterroriza-me certa cumplicidade social com o uso da violência e a celebração do extermínio social, ou seja, aceita-se e enaltece-se socialmente a morte como solução para a questão indígena tanto no Mato Grosso do Sul como no resto do país.

Talvez, haja certo exagero na minha afirmação. Ou uma “cegueira política”, dirão os conversadores, alimentada pela indignação e revolta que sinto ao ver as notícias de indígenas assassinados ou de povos que foram expropriados das condições de construírem a sua vida livre e digna, mas não há como não perceber que os povos indígenas constituem os seres “matáveis” do desenvolvimentismo projetado pelo Estado Brasileiro em articulação com tecnocracias, grandes empresas, elites econômicas e oligarquias políticas locais-regionais.

A percepção social dos povos indígenas como entraves, gargalos, usurpadores, aproveitadores e bloqueadores do “sonhado progresso e desenvolvimento” minimiza e negligencia as forças sociais e políticas descomunais e perversas que lhes ceifam dia-a-dia o direito de viver em suas terras ancestrais. Essas imagens sociais depreciativas difundidas pedagogicamente, de maneira descontextualizada e generalizada, por parte das mídias nacional e local associadas aos interesses dos grandes proprietários, buscam descredibilizar socialmente a luta sediciosa e crítica dos indígenas. Não é à toa que se ouve gente simples ou bem educada pelos botecos e palácios de qualquer cidade do país afirmando: Invadiram a propriedade alheia! Eles queriam o quê? Carinho? Tiveram o que mereciam. Esses bandos de marginais, bandidos, falaciosos! Tem que matar mesmo! (mais…)

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Indígenas ocupam sede do PT e bloqueiam rodovias no Sul

CIMI – Aproximadamente 30 indígenas da etnia Kaingang ocuparam o escritório sede do Partido dos Trabalhadores (PT), na manhã desta segunda-feira (03), em Curitiba. A mobilização teve início às 7h30.

O motivo da ação diz respeito às últimas declarações realizadas pelo PT através da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ao pedir para o Ministério da Justiça a suspensão de estudos da Fundação Nacional do Índio(Funai) para a demarcação de terras indígenas no Paraná. A decisão foi tomada depois que a presidente Dilma Rousseff determinou à Casa Civil que analisasse a situação das demarcações de terras indígenas no país, que está criando tensões entre ruralistas e índios em vários estados.

Além desta ação no Paraná, os estados de Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS) aderiram ao movimento. Na RS-480, aproximadamente 600 indígenas das etnias Kaingang e Guarani bloquearam a passagem de veículos, e na RS-343, cerca de 300 indígenas ocupam neste momento o local.

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Terena relatam terrorismo a que estão submetidos no conflito da Terra Indígena Buriti (MS)

425021_188322644658077_1745238613_nPor Karina Vilas Bôas, de Sidrolândia – Especial para o Cimi

Nos últimos dias o Brasil parou e voltou os seus olhos para Mato Grosso do Sul, por causa do conflito entre indígenas e forças policiais na fazenda Buriti, no município de Sidrolândia, muito se noticiou a respeito, mas poucos veículos de imprensa realmente retrataram a dor e o terrorismo que os Terena estão vivenciando neste conflito, por isso os movimentos sociais se uniram, tiveram a ideia de lançar a “outra face da história” e após conseguirmos colher vários materiais, estamos retratando um pouco dessa grande história de luta pela terra em um Estado latifundiário, onde a concentração de riqueza nas mãos de poucos, faz com que a desigualdade seja cada vez maior.

A fazenda Buriti está em área reivindicada pelos índios em um processo que se arrasta há 13 anos. A Terra Indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia Terena. A área de 17,2 mil hectares foi delimitada, e a portaria foi publicada no Diário Oficial da União. Mas até hoje a Presidência da República não fez a homologação. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio), mas decisões judiciais suspendem o curso do procedimento demarcatório. (mais…)

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O monopólio da Rede Globo

REDE-GLOBO-MAFIA-TELEVISIVAAnonymous Brasil – Mais de 16 milhões de comerciais por ano e um relacionamento com 6 mil agências. Esse é um resumo do desempenho da Rede Globo junto ao mercado publicitário brasileiro, orgulhosamente exibido na página de internet da emissora.

Líder na arrecadação de verbas publicitárias entre todos os meios de comunicação, a Globo também mostra sua força em cifrões. Somente em 2012, os canais de TV (abertos e por assinatura) das Organizações Globo arrecadaram R$ 20,8 bilhões de reais em anúncios, segundo informe divulgado pela corporação.

Por trás dos números, porém, se esconde uma prática que os grandes grupos de mídia preferem ocultar: o pagamento das Bonificações por Volume (BV), apontado por especialistas como um dos responsáveis pelo monopólio da mídia no país.

Monopólio
Desconhecidas pela grande maioria da população, as Bonificações por Volume são comissões repassadas pelos veículos de comunicação às agências de publicidade, que variam conforme o volume de propaganda negociado entre eles. (mais…)

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Liderança da comunidade Dandara é morto com dois tiros no Céu Azul

A PM suspeita que a motivação do crime seja passional, já que Pereira mantinha um relacionamento com uma mulher que tinha outros companheiros

Fernanda Viegas – Jornal O Tempo

Uma das lideranças da comunidade Dandara, no bairro Céu Azul, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, foi assassinada com dois tiros na manhã desse domingo (2).

Moradores do local encontraram o corpo e acionaram a Polícia Militar (PM) que constatou o óbito. José Adilson Pereira, de 52 anos, foi atingido com um tiro na região do tórax, próximo ao ombro direito e um outro no pescoço, que saiu pela nuca. (mais…)

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Vale dos Esquecidos

‘Vale dos Esquecidos’ é um documentário de longa-metragem que investiga a disputa por terra em uma remota região do Mato Grosso, onde o fogo é a principal arma usada entre grupos rivais: índios expulsos de suas casas, posseiros em busca de um pedaço de chão, grileiros invadindo terras ilegalmente, sem-terra esperando as decisões do governo, fazendeiros brigando para manter suas propriedades. Neste relato sobre a experiência universal da disputa por terra, e o impasse que normalmente a acompanha, um retrato duro dos personagens envolvidos nesta região, assim como da vítima comum, silenciosa, deste conflito: a Amazônia, consumida pelo fogo humano. (mais…)

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Terena e os “outros 500”, por Egon Heck

“Sempre é bom fazermos a memória perigosa passear pelas nossas lutas e veias. São 13 anos de muita luta pelos direitos, especialmente a terra. O brutal assassinato de Oziel, dia 30, fez a luta desse povo repercutir pelo Brasil e mundo, com muita indignação e solidariedade. É lamentável que o Estado brasileiro não dê nenhum sinal de decisão política em resolver o gravíssimo problema da demarcação das terras indígenas no Mato Grosso do Sul”, escreve Egon Heck, ao enviar o artigo que publicamos a seguir

IHU On-Line – Gildo Terena avança, resoluto diante do batalhão de choque, que com suas armas antimotins tenta impedir a marcha indígena, que se dirigia a Porto Seguro, onde a invasão começou.  Era 22 de abril do ano 2000.

Como Terena e pensando na luta de todos os povos indígenas do país se ajoelha e abre os braços em forma de cruz. Suplica as policiais que não matem os índios. Vendo que os enfurecidos policiais continuavam sua marcha violenta contra os eles, se deita no asfalto e a tropa passa por cima. O fato e a foto correram o mundo.  Os povos indígenas do Brasil  fizeram a grande marcha de retomada da esperança, de seus sonhos, de suas lutas.

Um grupo familiar de seu povo haviam saído da Terra Indígena Buriti, na década de 80, pela impossibilidade de continuarem sobrevivendo em reduzido espaço de terra.  Em busca de um pedaço de terra, já haviam perambulado por vários lugares, sem que o governo se dignasse lhes garantir um pedaço de chão para trabalhar e viver em paz. (mais…)

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Desalojamento pelo porrete, artigo de Bruno Peron

Bruno Peron Loureiro – EcoDebate

Há duas causas dos desalojamentos: naturais e forçadas. A primeira decorre de condições ambientais como erosão de solos, caída de árvores, chuvas excessivas e inundações. No entanto, abordarei a segunda como um aspecto da falta de conciliação entre o discurso oficial do Maquinário brasileiro e os desalojados, que sustentam lutas históricas por maior inserção social.

A modernidade estabeleceu uma incompatibilidade entre os meios rural e urbano: adotam-se práticas agrícolas modernas no campo e criam-se distritos industriais. Nesta relação, milhões de pessoas mudam sua forma de vida ou mudam-se a outro lugar. As maiores vítimas do desalojamento são os povos originários e as comunidades ribeirinhas onde se constroem barragens, camponeses e pequenos produtores rurais que sentem a pressão do agronegócio, favelados e moradores de áreas irregulares que incomodam a lucratividade do setor imobiliário.

Não há casas para todos nem condições para que todos tenham casa própria devido ao aumento populacional descontrolado e à falta de planejamento urbano no Brasil. Dentro deste panorama pouco animador, o governo traça algumas políticas que amenizam a marginalização, tais como seu programa de financiamento habitacional Minha Casa, Minha Vida. (mais…)

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