Por William Pedreira, de Brasilia, Da CUT
A reforma agrária anda a passos de tartaruga. Não é à toa que o Brasil apresenta o maior índice de concentração de terras no mundo. Cerca de 85% de todas as melhores terras estão nas mãos de grandes proprietários, utilizadas para o plantio de soja/milho, cana-de-açúcar ou pasto. Em sua maioria, destinadas sem nenhum valor agregado à exportação.
Enquanto o governo federal prioriza financiamentos públicos e incentivos fiscais voltados ao agronegócio, num claro direcionamento ao modelo de produção agroexportador, a terra se consolida como um simples ativo econômico a serviço do mercado e suas formas de especulação.
E a reforma agrária agoniza. Ano a ano o Brasil vem piorando seus índices. O governo Dilma registrou um recorde negativo: foi o que menos desapropriou para fazer reforma agrária nos últimos 20 anos. Na primeira metade do mandato, apenas 86 imóveis foram destinadas a assentamentos.
Enfrentar a concentração fundiária
Com um quadro alarmante, a luta por uma reforma agrária ampla e democrática, com o assentamento de 200 mil famílias sem-terra, se traduziu em uma das principais reivindicações da Marcha das Centrais a Brasília que acontece nesta quarta, dia 6. A concentração dos/as trabalhadores/as será no estádio Mané Garrincha. De lá, por volta de 10h, sairão em caminhada até o Congresso Nacional. (mais…)