Nota de repúdio da OPAN contra portaria 303 da AGU

A Operação Amazônia Nativa (OPAN) vem a público se somar às manifestações de repúdio contra a Portaria 303 da Advocacia Geral da União (AGU) do dia 16 de julho de 2012, conforme denunciaram organizações como o Instituto Socioambiental (ISA), Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Associação Brasileira de Antropologia (ABA), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Rede de Cooperação Alternativa (RCA) e a própria Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

A OPAN entende ser vergonhosa e equivocada a interpretação de que as condicionantes à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) sejam vinculantes a outras terras indígenas. As condicionantes estabelecidas para Raposa Serra do Sol foram elaboradas a partir de toda sua história e especificidade, especialmente para garantir a homologação da terra indígena de forma contínua e não em ilhas. Vincular uma decisão sobre ela a todas as demais terras indígenas denota má fé ou preguiça jurídica, pois para cada território é preciso haver aplicação da legislação em vigor. Além disso, o STF ainda não deu parecer conclusivo sobre o assunto.

Esta portaria atropela o processo de regulamentação do direito de consulta aos povos indígenas afetados pela instalação de empreendimentos em suas áreas e consolida, de forma decepcionante, mais um retrocesso às conquistas indígenas neste país.

Operação Amazônia Nativa (OPAN).

http://www.amazonianativa.org.br/noticia.php?id=118

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País tem desafio de combater pobreza intelectual, diz presidenta da SBPC na abertura de reunião da entidade

Heloisa Cristaldo, Enviada Especial

São Luís – Com o tema Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) abriu nesse domingo (22) a 64ª reunião da entidade. De acordo com a presidenta da SBPC, Helena Bonciani Nader, um dos desafios da reunião deste ano é encontrar caminhos para combater a pobreza intelectual.

“O que será discutido aqui não é só a pobreza no sentido socioeconômico, porque tirar da pobreza econômica não é difícil, isso está sendo feito. O que eu quero é um passo adiante. Daqui a quantos anos vamos ver essa população que precisa do Bolsa Família tendo seus filhos em escola de alta qualidade e com acesso à tecnologia que as classes mais abastadas têm? É isso que a gente quer para o Brasil, manter as pessoas com bolsa? Ou será que temos que dar para esses indivíduos a cidadania? A condição de ele poder ter o próprio trabalho?”, disse a presidenta da SBPC durante a abertura do evento.

Helena Nader reivindicou o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação e a partilha de 50% do Fundo Social formado por recursos obtidos com a exploração de petróleo na camada pré-sal para investimentos em educação e ciência e tecnologia. (mais…)

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Diário Oficial da União publica exoneração do presidente do Incra e nomeação de novo dirigente

Renata Giraldi, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Diário Oficial da União publica hoje (23) a exoneração do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso de Lisboa Lacerda. No lugar dele, assume Carlos Mário Guedes de Guedes. Os decretos com a exoneração de Lacerda e a nomeação de Guedes estão na Seção 2 do Diário Oficial, assinados pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

No final da semana passada, o novo presidente do Incra disse que vai dar continuidade ao trabalho de seu antecessor Lacerda. A substituição foi anunciada no dia 19 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Guedes disse que assume com o objetivo de ampliar o número de assentados no país. Ele trabalhava como secretário executivo adjunto do ministério. Economista e funcionário de carreira do Incra como analista em reforma e desenvolvimento agrário, Guedes disse à Agência Brasil estar honrado em conduzir a autarquia.

“A partir de agora vou honrar todos os compromissos com a reforma agrária”, disse Guedes. “Faremos uma reunião com o ministro para definir quais são as metas e planos para o órgão. Mas temos em mente dar continuidade ao excelente trabalho conduzido por Lacerda”, acrescentou.

Edição: Juliana Andrade

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-23/diario-oficial-da-uniao-publica-exoneracao-do-presidente-do-incra-e-nomeacao-de-novo-dirigente

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Indígenas do Cauca e governo colombiano abrem portas ao diálogo

Imagen activaBogotá, 23 jul (Prensa Latina) – Com a abertura de uma mesa de alto nível, líderes indígenas do Cauca e representantes do governo colombiano realizarão hoje um diálogo para tentar chegar à solução negociada de um conflito recrudescido ultimamente nessa região do sudoeste do país. As conversas serão em Santander de Quilichao, uma importante faixa do norte caucano. A etnia nasa irá à reunião com três premissas que definiu como irradutíveis.

A primeira delas: exercer a soberania e o controle territorial de sua região, de acordo com as normas do Direito Internacional Humanitário.

Em segundo lugar, exigir à Promotoria que se abstenha de judicializar aqueles que participam das atividades de domínio territorial; e em terceiro, instar o governo a se abster de qualificar suas comunidades de aliadas dos grupos armados ilegais.

O conflito, de profundas raízes históricas, explodiu no passado dia 11 de julho quando os nasas desalojaram do morro Alto Berlín – um lugar sagrado para eles – soldados em uma base militar a partir da qual vigilavam, nas imediações do município de Toribío, uma torre de comunicações . (mais…)

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Mulheres organizam protesto contra decisão do Cremerj de proibir partos em casa e doulas em hospitais

Alana Gandra, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Movimentos sociais e de mulheres do Rio de Janeiro estão preparando um ato de repúdio às resoluções do Conselho Regional de Medicina do Estado do estado (Cremerj) que proíbem a participação de médicos obstetras em partos domiciliares e a presença das doulas (acompanhantes) em ambientes hospitalares.

A causa é apoiada pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (Gama), cuja coordenadora, Ana Cristina Duarte, receia que a medida possa se espalhar por todo o país. A manifestação está programada para o dia 5 de agosto, no Posto 9, em Ipanema.

Para a conselheira da Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento (ReHuNa), Ingrid Lotfi, a decisão do Cremerj, publicada no último dia 19, foi uma “retaliação” à Marcha pelo Parto em Casa, ocorrida no dia 17 de junho em várias cidades brasileiras.

A marcha foi convocada por meio das redes sociais após o Cremerj ter solicitado ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) a punição do obstetra Jorge Francisco Kuhn, que defendeu, em um programa de televisão, o direito de mulheres saudáveis optarem pelo parto domiciliar, informou Ingrid. (mais…)

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MPF/GO quer a suspensão da exploração de minérios em terras Kalunga

Levantamentos realizados atestam que a quase totalidade do Sítio Histórico Kalunga está loteada com pedidos de pesquisa mineral, o que coloca em risco a própria relação dos quilombolas com a sua terra

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), pelo procurador da República Mário Lúcio de Avelar, ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a União suspendam o trâmite de requerimentos de pesquisa ou lavra mineral em território kalunga, bem como suspendam as concessões, autorizações, licenças ou permissões já concedidas sem a prévia consulta de tal comunidade remanescentes de quilombos.

O Sítio Histórico do Patrimônio Cultural Kalunga situa-se nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, no nordeste goiano. Estima-se que nele habitem mais de 5 mil pessoas, constituindo a maior comunidade de remanescentes de quilombos do Brasil. Sua área é de mais de 260 mil hectares, em que existem, atualmente, mais de 150 procedimentos de pesquisa ou lavra mineral.

De acordo com o que prevê a Constituição Federal, a terra ocupada por tais povos é de sua propriedade, bem como são tombados os documentos e os sítios detentores de suas memórias culturais. No cenário internacional, a Convenção nº 169 sobre Povos Tribais e Indígenas da Organização Internacional do Trabalho – OIT e a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos dispõem que para a exploração mineral nessas áreas, é imprescindível ouvir previamente a comunidade, o que não está sendo realizado pelo DNPM em relação ao território Kalunga. (mais…)

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“Bandido bom é bandido morto”, diz uma sociedade doente

Leonardo Sakamoto

Três assaltantes abordaram uma motorista e seu bebê de três meses, na zona sul de São Paulo, na noite de sexta (20). Nesse momento, um motociclista apareceu do nada, atirou contra dois dos ladrões, que morreram no local, e desapareceu após evitar o assalto. O terceiro foi detido pela Polícia Militar. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa.

Muita gente nas redes sociais está louvando a atitude do “Anjo da Motocicleta”, tuitando e lascando no Facebook que os assaltantes tiveram o que mereciam e pedindo que outros vingadores urbanos apareçam para salvar a capital paulista do caos. Há ainda os que exigem que a polícia faça o mesmo: chega de julgamentos longos e com chances dos canalhas se safarem ou de “alimentar bandido” em casas de detenção. Execute-os com um tiro, de preferência na nuca para não gastar muita bala, e resolve-se tudo por ali mesmo. Limpem a urbe para os cidadãos de bem.

E vamos indo da barbárie para a decadência sem passar pela civilização.

“Ah, lá vem o japa idiota defender bandido”. Pode ser uma visão por demais hobbesiana do mundo, mas o Estado – esse cretino opressor de uma figa – está aí para impedir uma catástrofe maior (pelo menos, enquanto não tivermos consciência o suficiente para tomar o seu papel – mas isso é outra história). E ao criticar execuções públicas, não defendo “bandido”, mas sim o pacto que os membros da sociedade fizeram entre si para poderem conviver (minimamente) em harmonia. Em suma, abrimos mão de resolver as coisas por nós mesmos para impedir que nos devoremos. E que, em uma decisão equivocada tomada na solidão do indivíduo, mandemos para a Glória alguém inocente. (mais…)

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Cá, nem tudo dredo

Termo de Ajustamento de Conduta assinado entre Ministério Público Federal, faculdades e estudantes guineenses tenta resolver um problema diplomático

A procuradora Nilce Cunha intermediou conflito entre universidades particulares e estudantes africanos no Ceará (foto: Kleber Gonçalves)

Pedro Rocha

Na manhã da última quarta-feira, no nono andar do prédio do Ministério Público Federal no Ceará, o estudante Nutchi César foi o primeiro a comparecer para assinar a adesão ao Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o MPF-CE e as Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene-Fortaleza), Faculdade Terra Nordeste (Fatene-Caucaia) e Faculdade de Tecnologia Evolução. Ali, no gabinete da procuradora da república Nilce Cunha, ele e os que o seguiram no ato firmaram novo acordo visando regularizar sua condição no Brasil ou ao menos prevenir o vencimento do visto temporário de estudante.

O gabinete da procuradora regional dos direitos do cidadão desde há duas semanas se tornara entreposto de parte dos estudantes universitários em Fortaleza oriundos de Guiné-Bissau, um pequeno país, de aproximadamente 1,5 milhão de habitantes, encravado entre duas antigas colônias francesas, Senegal e Guiné-Conacri, na costa ocidental da África. Nilce Cunha foi a responsável por intermediar uma situação já anunciada, mas que se agravou quando no último dia 10 uma estudante guineense foi autuada pela Polícia Federal com o visto vencido há quase três anos, enquanto trabalhava em um estabelecimento num shopping da Cidade. (mais…)

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Sentença do juiz faz justiça

do site Frente de Luta Por Moradia

“A municipalidade poderia atender com mais vigor o direito constitucional à moradia”

A Prefeitura de São Paulo entrou com ação na Justiça para retirar as famílias sem-teto que ocupam o imóvel situado na rua do Boticário, 40/48. A justificativa de Kassab é que no lugar vai implantar um circo escola.  O Ministério Público condicionou a reintegração ao cadastramento das famílias em programas habitacionais e alojamento das famílias.

É importante destacar alguns trechos do despacho do Juiz Luiz Fernando Camargo de Barros Vidal que indeferiu o pedido de reintegração solicitado pela Prefeitura:

“As pessoas que tomaram a posse do imóvel integram um grupo de cidadãos paulistanos desprovidos de habitação, aos quais a municipalidade recusa a oferta de atendimento habitacional. Informa ainda a municipalidade que 18.396 famílias estão inscritas em seu programa habitacional e que no ano de 2011 entregou 762 unidades para os interessados. Tais elementos permitem considerar provisoriamente que os requeridos alegam privação do direito social de habitação garantido pelo art. 6º da Constituição Federal, e que a julgar pelos dados ofertados pela municipalidade relativos ao ano de 2011, ela levará mais de 24 anos para quitar a atual fila de espera em seu programa habitacional, o que aparenta mora ou inadimplemento na prestação social.” Pg2 (mais…)

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