Amazônia deve sofrer grande extinção de espécies

Giovana Girardi

As piores consequências do desmatamento sofrido pela Amazônia ao longo de 30 anos ainda estão por vir. Até 2050, podem ocorrer de 80% a 90% das extinções de espécies de mamíferos, aves e anfíbios esperadas nos locais onde já foi perdida a vegetação. A boa notícia é que temos tempo para agir e evitar que elas de fato desapareçam. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada na edição desta semana da revista Science.

Um trio de pesquisadores da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos considerou as taxas de desmate na região de 1978 a 2008 e levou em conta a relação entre espécies e área – se o hábitat diminui, é de se esperar que o total de espécies que ali vivem diminua, ao menos localmente.

Acontece que os animais têm mobilidade, podem migrar para locais vizinhos ao degradado. Lá vão tentar sobreviver, competindo por recursos com animais que já estavam no local, de modo que o desaparecimento não é imediato, podendo levar décadas para se concretizar.

É essa diferença, que os pesquisadores chamam de “débito de extinção”, que foi calculada no trabalho. Grosso modo, é uma dívida que teria de ser “paga” – em espécies animais – pelo desmatamento do passado. A ideia por trás do termo é tanto mostrar o que poderia acontecer se simplesmente o processo de extinção seguisse o seu rumo, quanto estimar qual pode ser o destino dessas espécies que dependem da floresta, considerando outros cenários de ações. (mais…)

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GO – XII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

Ao longo dos anos o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros desabrochou. Grupos de cultura tradicional e mestres da cultura popular de todo o país passaram pela Vila de São Jorge. Essa grande reunião de tipos e saberes fez do Encontro um referencial no  debate e proposição de ideias que favoreçam a criação e efetivação de políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais brasileiras.

Em 2012, a festa continua seu caminho de volta às origens iniciado em 2011, priorizando o tradicional da Chapada dos Veadeiros: Colinas do Sul e sua Caçada da Rainha, a Catira e a Curraleira dos foliões de São João D’Aliança, a Sussa do Sítio Histórico Kalunga e o Congo da comunidade de Niquelândia.

Música, dança e fé se fundem em um espetáculo que traduz a essência dos verdadeiros representantes da Chapada. Além deles, o evento reúne convidados importantes, representantes de outras tradições que refletem a riqueza do patrimônio cultural imaterial produzido nos recônditos do país. (mais…)

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Estados Unidos, Venezuela e Paraguai

A política externa norte-americana na América do Sul sofreu as consequências totalmente inesperadas da pressa dos neogolpistas paraguaios em assumir o poder, com tamanha voracidade que não podiam aguardar até abril de 2013, quando serão realizadas as eleições, e agora articula todos os seus aliados para fazer reverter a decisão de ingresso da Venezuela. A questão do Paraguai é a questão da Venezuela, da disputa por influência econômica e política na América do Sul. O artigo é de Samuel Pinheiro Guimarães.

Samuel Pinheiro Guimarães – Especial para a Carta Maior

1. Não há como entender as peripécias da política sul-americana sem levar em conta a política dos Estados Unidos para a América do Sul. Os Estados Unidos ainda são o principal ator político na América do Sul e pela descrição de seus objetivos devemos começar.

2. Na América do Sul, o objetivo estratégico central dos Estados Unidos, que apesar do seu enfraquecimento continuam sendo a maior potência política, militar, econômica e cultural do mundo, é incorporar todos os países da região à sua economia. Esta incorporação econômica leva, necessariamente, a um alinhamento político dos países mais fracos com os Estados Unidos nas negociações e nas crises internacionais. (mais…)

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MG – 33 crianças viveram horrores da Colônia

Meninos e meninas dividiram com adultos as condições degradantes do Hospital de Barbacena

Crianças mantidas em Barbacena em condições degradantes

Por Daniela Arbex

Crime de lesa humanidade. Talvez essa seja a expressão possível para definir a rotina do Hospital Colônia de Barbacena onde, até a década de1980, crianças eram mantidas nos pavilhões e recebiam tratamento idêntico ao oferecido aos adultos, permanecendo, inclusive, no meio deles. Trinta e três meninos e meninas do hospital psiquiátrico da cidade de Oliveira (MG), que havia sido extinto nos anos 1970, foram transferidos para a unidade. Lá eles sentiram na pele os maus-tratos das correntes, da camisa de força, do encarceramento e do abandono. Deste grupo somente cinco vivem, entre eles Silvio Savat, que deu entrada na Colônia com cerca de 9 anos, e Maria Cláudia Geijo, que chegou à instituição, em 1974, aos 13 anos de idade, e permanece internada até hoje.

Silvio, fotografado por Napoleão Xavier, em 1979, aos 11 anos, vestido de mulher e com o corpo coberto de moscas na colônia deu ao autor da foto a impressão de ver um cadáver. Filho de uma família de ciganos, ele e a maior parte do grupo foi transferido, a pedido do psiquiatra Jairo Toledo, para o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil, em Belo Horizonte, em 1980, atual Centro Psíquico da Adolescência e Infância, onde Silvio, aos 43 anos, ainda recebe atendimento no Lar Abrigado. “O Silvio, como os outros, chegou aqui imundo. Vieram para passar um dia e acabaram ficando a vida inteira. Quem os recebeu ficou chocado com o estado dos vinte e tantos meninos de Barbacena. Aqui eles tiveram que aprender até como usar o banheiro. Fizemos todo um trabalho de resgate da cidadania, inclusive com a retirada de documentos que eles não tinham. Nenhum dos quatro que ainda estão vivos fala, mas a gente entende o que eles querem, inclusive seus gritos. O bonito de verdade é que eles não têm mais o olhar perdido”, afirmou a coodernadora do Lar Abrigado, Mercês Hatem Osório. (mais…)

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Na Vale, 55 projetos esperam licença ambiental do IBAMA

O Valor teve acesso a um levantamento detalhado dos processos ambientais envolvendo os empreendimentos da Vale. A mineradora tem hoje 55 projetos que aguardam sinal verde do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Só no setor ferroviário, há 27 empreendimentos da companhia em compasso de espera, que envolvem obras em 10 mil quilômetros de malha ferroviária. Entre eles, está a duplicação de 625 quilômetros da Estrada de Ferro Carajás, principal rota de escoamento de minério de ferro da empresa, entre os Estados do Pará e do Maranhão

Por André Borges e Rafael Bitencourt, Valor Econômico

A pressão que obras e projetos de infraestrutura têm exercido sobre a área de licenciamento ambiental por todo o país fica mais evidente quando observada a realidade encarada pela maior produtora de minério de ferro do mundo. O Valor teve acesso a um levantamento detalhado dos processos ambientais que atualmente cercam os empreendimentos da Vale. Os dados apontam que a segunda maior mineradora do planeta – só inferior à australiana BHP Billiton – tem hoje 55 projetos de diferentes setores que aguardam um sinal verde do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A maior parte das licenças que estão em análise pelo instituto está concentrada no setor ferroviário. À frente de aproximadamente 10 mil quilômetros de malha ferroviária, a Vale detém 27 empreendimentos de ferrovias em compasso de espera. Entre os principais projetos da área tocados pela companhia está a duplicação de 625 quilômetros da Estrada de Ferro Carajás, principal rota de escoamento de exportação da empresa, entre os Estados do Pará e Maranhão. (mais…)

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O “Gigante Gentil”

Mayron Régis

De uma hora para outra surgiram formigas na horta do Vicente, o “Gigante Gentil” da comunidade de Carrancas, município de Buriti de Inácia Vaz. Elas permaneciam próximas às margens do rio Preto. Ele não sabia responder o porquê dessa erupção de formigas. Vicente não se dava conta, mas pagava um preço pelo desmatamento de uma área vizinha a sua para que um “gaúcho” plantasse soja. Antes a mata fechada e os predadores naturais impediam que as formigas saíssem do seu habitat. A área permeada de agrotóxicos é proibitiva para elas, então sobrou para horta de Vicente ser atacada. O que resta ao Vicente é esperar que as formigas se tranquilizem em sua área e pulverizar sua horta com defensivos naturais.

Esse é um dos exemplos de desequilíbrio ecológico que a monocultura da soja trouxe para o Baixo Parnaiba maranhense e para a agricultura familiar. Os agricultores familiares podiam entrar na onda dos agrotóxicos que estaria tudo bem, pelo menos, para as fabricantes de agrotóxico e para o governo federal que recolhe impostos. As organizações da sociedade civil aconselham aos agricultores para não aderirem ao mercado dos agrotóxicos por mais tentador que seja.

Outro conselho dado ao Vicente foi que recusasse a proposta do André, plantador de soja, de trocar seus 160 hectares de Chapada por uma colcha de retalho de várias propriedades. Ele conta o tanto de vezes que seu primo Mazinho, funcionário do André, ia a sua casa para convencê-lo a aceitar a proposta. De forma inteligente, Vicente pediu um valor muito alto que fez com que o André recuasse. Depois disso nunca mais o primo Mazinho deu as caras. Só se sabe que levou uma sova da esposa.  (mais…)

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SP – Movimentos protestam contra genocídio na periferia

No mês passado, em apenas 11 dias, 127 pessoas foram assassinadas – em sua maioria, negras e pobres; ato no MASP reuniu cerca de 200 pessoas 

José Francisco Neto

Com velas e crucifixos nas mãos, cerca de 200 pessoas ligadas a movimentos sociais protestaram nesta quarta-feira (11) contra o genocídio da população negra e pobre de São Paulo, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista.

O objetivo do ato foi denunciar as chacinas que se intensificaram no mês de junho na capital paulista que, segundo dados do Sistema de Informações Criminais (Infocrim) da Secretaria de Segurança Pública, atingiram 127 assassinatos em apenas 11 dias.

A maioria dessas mortes ocorreu na periferia de São Paulo, em que grupos de extermínio não identificados, mas apontados pelos movimentos de serem ligados à polícia militar, promoveram chacinas que atingiram principalmente a população negra.

Para José Henrique, militante do PSOL, o estereótipo do “bandido” para a polícia é sempre o mesmo: negro e pobre. Segundo ele, com o pretexto de combater o crime organizado, o secretário de segurança pública e o governador do estado dão carta branca para a polícia matar nas periferias.  (mais…)

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CE – “A organização forja a luta!”

A violência sofrida por africanos(as) no Ceará vem se acentuando nos últimos meses. Já foram feitas algumas denúncias nos órgãos federais, na Procuradoria da República, no Conselho Nacional de Imigração e Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Como parte desse cenário, duas estudantes africanas foram apreendidas em Fortaleza, no interior do shopping Benfica, por policiais federais. Sem nenhuma motivação oficial foram levadas para o Aeroporto Pinto Martins onde prestaram depoimento. Quando perguntado para o policial sobre o motivo da apreensão, foi respondido, de forma grosseira, que as estudantes foram flagradas, trabalhando e sem documentação numa situação “suspeita”. Questionado que atitude suspeita seria essa, foi respondido que as jovens estavam em frente de uma loja com uma prancheta na mão e “pareciam” estrangeiras. O policial argumentou ainda que esse procedimento faz parte do trabalho de investigação da polícia, e que esse é seu papel no setor de migração da polícia federal.

A presença de jovens do continente africano no território brasileiro, principalmente daqueles oriundos de países lusófonos, tem se intensificado nas últimas décadas. O processo de luta e conquista da independência de alguns países como, por exemplo, Cabo Verde e Guiné-Bissau, somadas às iniciativas de reconstrução desses países africanos depois de séculos de colonização e escravização, contribuíram para a firmação de acordos internacionais em diversas áreas, estabelecidos com países de outros continentes, entre eles, o Brasil. (mais…)

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Brasil vai inaugurar na África fábrica de remédio para tratamento da aids

Maputo (Moçambique) – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai inaugurar, na semana que vem (dia 21) uma fábrica de medicamentos antirretrovirais para o tratamento da aids no Continente Africano. Depois de quatro anos dedicados às etapas de planejamento e construção, as instalações em Maputo, capital de Moçambique, estão prontas. A fábrica será capaz de produzir 21 tipos de remédios para o combate à doença.

Segundo a Fiocruz, em uma primeira etapa, os medicamentos serão suficientes para atender às necessidades de Moçambique, um dos países com mais alta incidência de aids no mundo – um infectado em cada grupo de três habitantes. Mas, em dois anos, a produção será capaz de atender a toda África Subsaariana.

O investimento total no projeto e na construção foi estimado em cerca de R$ 200 milhões. O governo do Brasil contribuiu com a metade deste valor, aproximadamente. Também houve doações de empresas privadas, como a multinacional brasileira Vale, que atua na África nas áreas de mineração e transporte ferroviário.

Na inauguração, que está marcada para um sábado, a presidenta brasileira Dilma Rousseff será representada pelo vice-presidente da República, Michel Temer.

Enviada por José Carlos.

http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2012/07/13/interna_tecnologia,305861/brasil-vai-inaugurar-na-africa-fabrica-de-remedio-para-tratamento-da-aids.shtml#.UAAVWkoDfn0.gmail

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