Indígenas Nasa se declaram em resistência permanente pela saída dos atores armados de suas terras

Natasha Pitts, Jornalista da Adital

“Deixem-nos tranquilos, deixem-nos em paz, senhores da guerra”. Este é o apelo que os indígenas Nasa, da Colômbia, estão fazendo aos grupos e exércitos armados legais e ilegais que estão levando terror para o norte do departamento de Cauca. Para deixar claro o pedido de afastamento dos atores armados, os indígenas se declararam em resistência permanente até que todos saiam de suas das terras. Nesta quarta-feira (11), os Nasa entregaram um documento com demandas ao presidente Juan Manuel Santos.

Em carta aberta aos atores armados, os indígenas asseguram que não vão sair de suas casas e querem seus territórios livres das intervenções tanto do Exército colombiano como das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os povos Nasa denunciam que, no marco da guerra civil colombiana, são obrigados a enfrentar ataques guerrilheiros, assassinatos, deslocamentos forçados, destruição de casas, ameaças, explosões de campos minados, fechamento de escolas, destruição de colheitas e outros tipos de violações de direitos e desrespeitos.

Apesar de contar com Medidas cautelares emitidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a população do município de Toribio é uma das que mais está sofrendo. Nos últimos dias, principalmente no final de semana, os enfrentamentos entre grupos armados e exército se intensificaram e deixaram pelo menos cinco mortos, dez feridos e mais de uma centena de casas destruídas. (mais…)

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Para quem não tem medo de se emocionar: “Xingu+23: A luta continua!”

O vídeo foi enviado por Cláudio Teixeira para a lista do GT Combate ao Racismo Ambiental com uma frase: “Pra não esquecermos essa luta que é travada no coração do Pará-Amazônia”. Mas, na verdade, o presente que ele nos enviou faz muito mais do que isso.

É impossível não ir se ligando nas imagens que vão passando, inicialmente. A partir de determinado momento, a emoção começa a tomar conta, embora os neurônios continuem trabalhando e, assim, fazendo com que de certa forma adivinhemos o que virá a seguir, e a seguir, e a seguir… A vontade de repente é de viajar no espaço e no tempo e estar lá, com a pá na mão, também revolvendo a terra. E, quando acontece o que a gente agora já espera, ansiosa, é impossível evitar que as águas rolem também pela nossa cara e nos inundem de um amor imenso por todas e todos que, Brasil afora, continuam a se indignar, a lutar, a viver, enfim, pela justiça no seu sentido pleno! TP.

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A CESE apoia a Causa Indígena. E Você? Assine a Petição!

Povos indígenas no Brasil vivem um processo de intensificação de suas lutas por direitos. O avanço dos grandes empreendimentos econômicos, como a mineração e a geração de energia, e a intensificação do agronegócio são uma grande ameaça à sobrevivência desses povos. Esta pressão chega com apoio articulado no congresso e no judiciário e, para agravar ainda mais a situação, alia-se a isso omissão e morosidade do governo em relação à demarcação, fiscalização e gestão de suas terras, como por exemplo a proposta da PEC 215.

Mesmo estando assegurado na Constituição Federal, o processo de demarcação de terras indígenas caminha a passos lentos. Até ano passado, das 1023 terras indígenas existentes no país, apenas 360 estavam regularizadas. Ainda assim, muitos outros povos indígenas sofrem intensa pressão, que podem levar a ataques de milícias privadas, com seus acampamentos incendiados, ameaças e até mortes – tudo isso com o objetivo de coagi-los a abandonar as suas terras, com as quais têm tamanha relação que poucas são as chances de sobrevivência de seu modo de vida tradicional sem elas. (mais…)

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Congresso da Abraji começa hoje!

Os jornalistas Janio de Freitas, colunista da Folha, e Tim Lopes, repórter morto por traficantes em favela do Rio, em 2002, são os principais homenageados do 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), que começa hoje e vai até sábado.

A homenagem ocorre na próxima sexta, às 11h, na universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. A entrada é gratuita. Para outras atividades, é necessária uma inscrição, que varia de R$ 250 a R$ 500 e pode ser feita no local (informações em www.abraji.org.br).

O jornalista americano David Carr fará uma palestra no sábado, às 16h, sobre o documentário “Page One” e o cotidiano da redação do “New York Times”. (mais…)

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Nas grandes obras, governo dá todo apoio para as empreiteiras e nada para os atingidos

Ferrovia Transnordestina no município de Betânia- PE

A ODEBRECHT tem avançado bastante nas obras da Ferrovia Transnordestina. Aliás, os trilhos já chegam até o distrito de Varzinha que fica a 18km do município de Serra Talhada em direção a Custódia-PE. Há grande movimentação de máquinas e operários no lote 03 que vai de Varzinha até Custódia.

Mesmo sendo menos complicada e complexa em relação a obra da Transposição do Rio São Francisco, esta obra tem atingidos famílias, comunidades, agricultores e seus territórios gerando conflitos por terra, de interesses públicos e privados. (mais…)

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Vídeo-ação contra a criminalização dos 11 indiciados em Altamira (PA)

Entre os dias 13 e 17 de junho, na comunidade de Santo Antônio (localizada a 50km de Altamira e a 100m de um dos canteiros de obras da UHE de Belo Monte), ocorreu o Xingu+23, encontro que reuniu cerca de 300 pessoas, entre ribeirinhos, indígenas, pescadores, agricultores e indignados, e que teve como objetivo principal traçar novas estratégias de resistência ao modelo opressor de desenvolvimento que vem sendo implantado no Brasil.

O encontro fez contraponto à Rio+20, expondo o quanto a política ambiental do Brasil contradiz os princípios de qualquer ideia de sustentabilidade. (mais…)

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Na PB, funcionário confunde reunião indígena com invasão e aciona a PM

Três equipes da Força Tática da PM e uma do Bope foram o local.  Cerca de 30 índios participavam de reunião com Ministério da Saúde.

Policiais estiveram no local e constataram que não havia invasão (Foto: Walter Paparazzo/G1)

Três veículos da Força Tática da Polícia Militar e um do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram ao prédio da Fundação Nacional da Saúde, no bairro Jaguaribe em João Pessoa, após um funcionário ligar para polícia e informar que o local estava sendo invadido por índios, nesta quinta-feira (12). O capitão Clecitoni Fransciso, comandante da 1ª Companhia da Polícia Militar, disse que tudo não passou de um mal-entendido.

Segundo o capitão, o funcionário informou o caso para Centro Integrado de Operações Policias (Ciop) da PM. “Um funcionário viu muitos índios chegando no local e achou que era uma invasão”, disse Clecitoni . Mas o que estava acontecendo, realmente, era uma reunião. “Quando chegamos aqui, vimos que os índios estavam em reunião no Distrito Sanitário Indígena, que funciona no prédio da Funasa, com os representantes de Brasília”, explicou o capitão Clecitoni Francisco. Após ver que tudo não se tratava de um mal-entendido, as equipes policiais deixaram o local. (mais…)

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MP recomenda ao município do Rio medidas de regularização do serviço educacional para pessoas com deficiência

A recomendação prevê que o município disponibilize matrículas, no horário diurno, para as pessoas com deficiência, maiores de 17 anos, em escolas perto de suas residências

Agência Brasil

A 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital oficiou recomendação ao município do Rio de Janeiro, com 15 medidas a serem adotadas, para regularizar o sistema educacional para pessoas com deficiência. O município tem 120 dias de prazo para a comprovação das providências adotadas.

A recomendação é uma medida jurídica extrajudicial prevista na Lei da Ação Civil Pública e tem como objetivo resolver problemas que afetem direitos coletivos sem a necessidade de acionar a Justiça.

Segundo informações do Ministério Público Estadual, as ações recomendadas deverão ser executadas para facilitar o acesso de pessoas com deficiência às escolas. Elas abrangem desde a prioridade na matrícula até o número máximo de alunos com necessidades especiais matriculados em creches da capital. (mais…)

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Terras indígenas: ”o filé do mercado de carbono mundial”. Entrevista especial com Augusto Santiago

São os territórios indígenas da América Latina “que os operadores do mercado pretendem usar como base de troca para que as corporações possam dar continuidade a seus negócios”, declara o coordenador do Programa Direito a Terra, Água e Território – DTAT.

“Defendemos formas de vidas plurais e autônomas, inspiradas pelo modelo do Bom Viver/Vida Plena, onde a Mãe Terra é respeitada e cuidada, onde os seres humanos representam apenas mais uma espécie entre todas as demais que compõem a pluridiversidade do planeta. Nesse modelo, não há espaço para o chamado capitalismo verde, nem para suas novas formas de apropriação de nossa biodiversidade e de nossos conhecimentos tradicionais associados”. É a partir desse discurso, publicado no documento final do IX Acampamento Terra Livre – Bom Viver/Vida Plena, elaborado e assinado por mais de 1800 lideranças indígenas que participaram da Cúpula dos Povos no mês passado, no Rio de Janeiro, que as comunidades indígenas propõem a sustentabilidade do planeta. De acordo com Augusto Santiago, coordenador do Programa Direito a Terra, Água e Território – DTAT, as comunidades indígenas têm um modo de produção diferenciado do manejo comercial e, nesse sentido, destaca, as terras indígenas brasileiras “têm sido mais eficientes do que as unidades de conservação para a conservação da biodiversidade”.

Na avaliação de Santiago o modo de produção e de vida das comunidades indígena está ameaçado, especialmente porque “os quase 20 milhões de hectares reconhecidos na América do Sul como de posse de povos indígenas são ‘o filé’ do mercado de carbono mundial. É ele que os operadores do mercado pretendem usar como base de troca para que as corporações possam dar continuidade a seus negócios”, diz em entrevista à IHU On-Line, por e-mail. Ao defender o modo de produção e de vida das comunidades indígenas da América Latina, ele enfatiza que a “tradição não deve ser vista como algo estático e imobilizante, ela se inova e reinventa a partir do contato com o novo. As comunidades também se interessam pelo uso dos produtos e das tecnologias, e nosso objetivo não é voltar ao passado, mas sim construir um futuro com mais justiça. O que questionamos em nosso coletivo é o lucro acima da vida, a obsolescência programada, o patenteamento da vida”. (mais…)

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Escola Nacional Florestan Fernandes promove a socialização do conhecimento

Com matriz curricular alternativa, a escola do MST oferece cursos voltados aos movimentos sociais.

Yahell Luci Lima

Organizada como uma espécie de universidade, a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), fundada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e localizada no município de Guararema (SP), oferece cursos alternativos destinados  a grupos organizados da sociedade, como os próprios militantes do MST, os indígenas e também estrangeiros vindos de toda a América Latina e da África.

As atividades e os cursos oferecidos pela escola são organizados para promover a colaboração e a solidariedade por intermédio da socialização do conhecimento e do trabalho.

De acordo com Erivan Hilário, diretor da ENFF, o objetivo da escola é qualificar a luta dos movimentos sociais a partir do conhecimento crítico e da análise da dinâmica social atual. Para isso, a escola oferece cursos que são ministrados por mais de 500 professores voluntários das mais importantes universidades do país – como a Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a UFF (Universidade Federal Fluminense) – nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social, Educação do Campo e Estudos Latino-Americanos. (mais…)

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