Famoso psiquiatra se desculpa publicamente por estudo sobre ‘cura’ para gays

Robert L. Spitzer. (Foto: Reprodução)

Foram necessários 11 anos para o dr. Robert L. Spitzer, considerado por alguns como o pai da psiquiatria moderna, reconhecer publicamente: “Eu acredito que devo desculpas à comunidade gay”

Por Benedict Carey para o The New York Times. Tradução: George El Khouri Andolfato

O fato foi simplesmente que ele fez tudo errado, e ao final de uma longa e revolucionária carreira, não importava com quanta frequência estivesse certo, o quão poderoso tinha sido ou o que isso significaria para seu legado.

O dr. Robert L. Spitzer, considerado por alguns como o pai da psiquiatria moderna, que completa 80 anos nesta semana, acordou recentemente às 4 horas da madrugada ciente de que tinha que fazer algo que não é natural para ele.

Ele se esforçou e andou cambaleando no escuro. Sua mesa parecia impossivelmente distante; Spitzer sofre de mal de Parkinson e tem dificuldade para caminhar, se sentar e até mesmo manter sua cabeça ereta.

A palavra que ele às vezes usa para descrever essas limitações –patéticas– é a mesma que empregou por décadas como um machado, para atacar ideias tolas, teorias vazias e estudos sem valor. (mais…)

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Discriminação pode virar crime inafiançável

Comissão que prepara novo Código Penal quer punição para preconceito contra gênero, orientação sexual e procedência regional

Discriminar uma pessoa por ser mulher, homossexual ou nordestina pode virar crime inafiançável. A Comissão Especial de Juristas encarregada de elaborar proposta para um novo Código Penal aprovou nesta sexta-feira a alteração do artigo 1º da Lei 7.716/1989, conhecida como Lei do Racismo, para proibir a discriminação também por gênero, opção sexual e procedência regional. O texto já prevê a punição para “discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

A proposta leva para o anteprojeto de revisão do Código Penal a criminalização da homofobia, prevendo para este tipo de prática as mesmas penas já existentes para a discriminação de raça ou de cor. Se a proposta for aprovada pelo Congresso Nacional, passa ser prática criminosa, por exemplo, impedir um travesti de entrar em um estabelecimento comercial ou um aluno transexual de frequentar uma escola. As informações são da Agência Senado.

Também ficam proibidas as incitações ao preconceito e as manifestações ofensivas através de meios de comunicação, como a internet. A proposta tornaria claro o que fazer em relação a casos como o da estudante Mayara Petruso, condenada este mês a um ano e meio de prisão por ter divulgado ofensas contra nordestinos em redes sociais. As penas previstas para esses crimes continuam as mesmas expressas na lei, variando de um a cinco anos de prisão. (mais…)

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Médicos e dentistas protestam no Rio contra a privatização da saúde

Agência Brasil

Com nariz de palhaço e lenço branco na cabeça, médicos e dentistas das redes de saúde federal, estadual e municipal do Rio de Janeiro se reuniram neste domingo, na Praia de Copacabana, para denunciar a situação da saúde no país e o modelo de privatização aplicado atualmente ao setor.

Segundo eles, o modelo de gestão hospitalar privatizado é prejudicial à qualidade da assistência à população. Ao mesmo tempo, repudiaram a Medida Provisória 568, assinada pela presidenta Dilma Rousseff este mês, que ajusta o salário dos servidores ativos e inativos, além de pensionistas.

Os manifestantes alegam que a legislação reduz os salários dos médicos civis do serviço público federal em 50% e dobra a carga horária de 20 horas semanais. A Medida Provisória 568 institui partir do dia 1º de julho diversas mudanças na remuneração dos médicos, entre elas a criação da Vantagem Pessoal Nominal Identificada (VPNI), item apontado pelos servidores como o mais prejudicial à classe.

A manifestação contou ainda com a apresentação de um grupo de teatro que expôs à população, em pequenos esquetes, as diversas faces da crise da saúde pública e suas mazelas. (mais…)

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Pré-vestibular comunitário leva a favela até a universidade

Estudantes de baixa renda na UFMG e na PUC representam cerca de 5% do total

Flavia Martins y Miguel

O som do forró vindo de um bar vizinho diariamente obriga a professora de química a aumentar o tom de voz e os poucos alunos a se esforçarem para tentar ignorar o incômodo. Na pequena casa de muro pichado cedida por uma ONG do Conjunto Taquaril, aglomerado da região Leste de Belo Horizonte, um pré-vestibular comunitário tenta driblar o ambiente desfavorável para oferecer aos moradores aulas preparatórias para o ingresso na universidade.”Antes, eram dois bares concorrendo para ver quem colocava a música mais alta”, conta Jéssica da Silva, 21, que quer fazer biologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e completou o ensino médio na rede pública.

A iniciativa, também presente em outras poucas comunidades da capital, em sua maioria é desenvolvida por entidades sem fins lucrativos ou religiosas que lutam contra grandes desafios na tentativa de aumentar a diversidade socioeconômica no ensino superior do país. A estrutura dos cursos conta, na maioria dos casos, apenas com a boa vontade de professores voluntários e com a dedicação de alunos de diferentes faixas etárias que enxergam no curso gratuito uma chance única de conseguir um diploma acadêmico.

E para quem não consegue ter sucesso no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o lugar na sala de aula continua garantido no próximo ano. É o caso do pedreiro Claudemir Rodrigo Marinho, 27, que pela quinta vez tenta uma vaga no curso de engenharia civil da UFMG. “Já trabalho em construção e entendo de obra”, afirma. (mais…)

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Mulher é espancada até a morte em Uberlândia, no Triângulo Mineiro

Ana Clara Otoni

Uma mulher, de aproximadamente 35 anos, foi espancada até a morte em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, neste domingo (27). De acordo com os militares do 17º Batalhão da Polícia Militar, a vítima não portava documentos e nenhum outro tipo de identificação. Ela tinha várias lesões pelo corpo e um trauma profundo na cabeça.

O corpo dela foi encontrado no bairro São Jorge, na rua Célio Pontes, por moradores. Os militares acionaram a perícia e, após os trabalhos, o corpo dela foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Uberlândia. A Polícia Civil vai apurar o crime, já que não há informações sobre a autoria e motivação do crime. Ninguém foi preso.

http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=350994

Enviada por José Carlos.

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Pesquisadores apontam riscos da mineração de urânio para a saúde

Marcelo Firpo

Luciene Paes

Na entrevista concedida ao Informe ENSP por Marcelo Firpo, pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Cesteh/ENSP), e Renan Finamore, doutorando da ENSP e pesquisador do projeto Environmental Justice Organisations, Liabilities and Trade (EJOLT), eles explicaram como acontece a contaminação por urânio e os riscos da mineração do urânio para os trabalhadores e a população que reside no entorno das mineradoras, inclusive dos casos suspeitos de câncer. Outros assuntos tratados na entrevista foram o movimento de justiça ambiental, a oficina Justiça Ambiental, Exploração de Urânio e Monitoramento Comunitário de Radioatividade e a participação na Rio+20. Confira, a seguir, a entrevista:

Informe ENSP: Onde é feita a mineração de urânio?

Marcelo Firpo: Atualmente, no Brasil, só em Caetité, na Bahia. No futuro, existe a possibilidade de explorar urânio associado a fosfato em Santa Quitéria, no Ceará. Em Poço de Caldas, Minas Gerais, a mineração de urânio já cessou, e a mina encontra-se em processo de descomissionamento.

Renan Finamore

Informe ENSP: Por que a mineração de urânio ganhou importância?

Renan Finamore: O Programa Nuclear Brasileiro ganhou força nos últimos anos. Além de Angra 3, no Rio de Janeiro, há projetos de construção de mais quatro usinas, mas o governo federal divulgou a suspensão desses planos, que serão tratados após 2020. (mais…)

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Na encruzilhada da vida

Mais um belo artigo de Mãe Stella. Foto: Fernando Vivas/ Ag. A TARDE/ 31.07.2010

Maria Stella de Azevedo Santos*

Quando se fala em encruzilhada, imediatamente surge na cabeça dos brasileiros a ideia de Exu e de “bozó”, nome pelo qual o povo gosta de designar as oferendas que o povo de candomblé faz fora do terreiro-templo. Claro que a referida divindade está, sim, ligada aos entrecruzamentos de caminhos. Mas o simbolismo da encruzilhada e, consequentemente, da cruz está presente em muitas religiões, sendo, assim, universal. O catolicismo soube enaltecer e ao mesmo tempo popularizar a imagem da cruz, mostrando Jesus sacrificando-se pela humanidade, momento em que ultrapassou seu estágio humano. A cruz, com seus quatro “braços” que apontam para os quatro pontos cardeais, é símbolo de orientação no espaço, para que a jornada humana não seja perdida.

A encruzilhada, portanto, é um lugar de pausa, um momento parado no tempo, que leva à mudança de um estágio a outro ou, simplesmente, de uma situação a outra. Quando, portanto, oferendas nas encruzilhadas são depositadas, está se pedindo inspiração para o novo caminho que se deseja trilhar. Está se pedindo a quem? A Exu, que é, na crença nos orixás, a divindade orientadora dos caminhos, responsável por mostrar a direção correta a ser tomada, tendo em vista que as dúvidas e incertezas possam, por fim, dar o descanso necessário à mente. Exu é a nossa bússola, aquele que nos protege para que não fiquemos desnorteados. Afinal, enquanto seres humanos, nós somos muito instáveis.

Em rituais celebrados pelo candomblé, a característica de instabilidade do ser humano é cantada: Pákun aboìxá; Ibà pa ràn tán axó dá ma aro; a fi dà wa rá àxé akó ma orixá; orixá wa baba alaye = Apague o fogo dos incêndios e nos proteja do aguaceiro; apague o fogo, o calor que se alastra; termine com as muitas discussões e tristezas criadas; nós somos instáveis, transforme-nos, imploramos sempre pelas suas instruções e sua doutrina, orixá. Seja nosso mestre, o dono do nosso modo de viver. Cecília Meireles, em seu poema Ou isto ou aquilo, também nos lembra dessa particularidade, que tanto desgaste dá à mente humana: (mais…)

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Africa 24 – Um novo olhar noticioso sobre o continente

A atualidade internacional, ou melhor, as notícias que são mais facilmente veiculadas no mundo hoje, continuam a obedecer uma lógica demasiado pró-ocidental. Nestes termos, e dentro do que os teóricos consideram ser os fatores ou valores de noticiabilidade – o que distingue os fatos e faz com que cada um seja notícia, ao contrário dos outros – sobretudo no que toca o continente africano, as bad news são as notícias divulgadas, que lemos, ouvimos e assistimos diariamente.

Com isso, camufla-se por vezes outros interesses, ao mesmo tempo que se cria um olhar condicionado e parcial da realidade. De África, por exemplo, o que lhes interessa efetivamente noticiar são as guerras e golpes de Estado, a fome e a miséria, sendo muito raros os casos em que se dá vazão a uma outra realidade dos países do continente onde se nota progresso, crescimento, mudanças e inovação. Ou quando assim é, há sempre alguma reserva ou a prioris.

Por outro lado, alguns setores do Ocidente, porventura os mais críticos em relação ao desempenho dos média, são bastante contudentes na avaliação negativa deste modus operandi, apesar dos pretextos mercadológicos e outros que se levantam pelos gestores e pensólogos desta new média. (mais…)

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