Lentidão da Justiça colabora para aumentar tensão entre índios e fazendeiros em MS

Ivan Richard, Enviado Especial

Tacuru (MS) – A lentidão da Justiça brasileira para finalizar os processos relacionados às homologações de terras indígenas colabora para aumentar o clima de tensão e violência em as áreas de conflito, em especial no estado de Mato Grosso do Sul. A avaliação foi feita pela desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo e uma das fundadoras da Associação de Juízes pela Democracia (AJD) Kenarik Baujikian.

Uma das observadoras da Aty Guasu, uma grande assembleia do povo indígena Guarani-Kaiowá do estado de Mato Grosso do Sul, que ocorre no município de Tacuru até amanhã (3), a desembargadora acredita que devido à lentidão do Poder Judiciário tanto índios quanto fazendeiros e produtores rurais partem para o conflito a fim de defender seus direitos.

“O Judiciário brasileiro precisa saber dos reflexos do descumprimento da sua obrigação, que é fazer justiça. Nesse caso, acaba criando mais injustiça e isso é gravíssimo. É preciso ter consciência de que a falta de decisão está fomentando situações muito tristes que estamos vendo agora, especialmente em Mato Grosso do Sul”, disse Kenarik Baujikian à Agência Brasil. (mais…)

Ler Mais

Era das utopias: “O futuro nos espera” e “A criação do mundo futuro”

“Era das Utopias” é uma minissérie de seis episódios divididos em três temas: ‘Utopia Socialista’, ‘Utopia Capitalista’ e ‘Novas Utopias’. “Qual sua utopia?” foi a pergunta que guiou a minissérie da TV Brasil, dirigida pelo cineasta Silvio Tendler em 2010. Como cada episódio tem perto de 30 minutos, vamos postá-los em três partes, hoje, sábado e domingo, sempre às 12:30h. Observação: a “dica” foi enviada por Antonio Ateu para o blog de Luis Nassif.

(mais…)

Ler Mais

Kassab promove política habitacional de exclusão em São Paulo, diz especialista


Ponte estaiada na zona sul paulista: em vez de moradias populares, privilégio a automóveis e especulação imobiliária (Foto: ©Mario Angelo/Folhapress)

Por Suzana Vier

São Paulo – A política de desenvolvimento urbano e habitacional em vigor na capital paulista tem ares de excelência, mas na prática prima pela “exceção”, analisa Mariana Fix, pesquisadora do  Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). A avaliação foi feita durante lançamento do livro “O enigma do capital e as crises do capitalismo”, do geógrafo britânico David Harvey, na noite da segunda-feira (28), em São Paulo.

“As duas principais operações urbanas, a Faria Lima e a Água Espraiada, representam frentes de expansão do capital imobiliário”, enfatizou Mariana, que é autora de “Parceiros da exclusão” e “São Paulo cidade global”.

Para a pesquisadora, a gestão de Gilberto Kassab (PSD) concebeu e colocou em prática projetos urbanísticos suntuosos, mas socialmente excludentes. Operações urbanas em andamento, que envolvem obras bilionárias, e a utilização do intrumento de concessão urbanística, que está levando à privatização de um bairro inteiro da cidade, revelam interesses do mercado imobiliário como pano de fundo de grandes obras que foram apresentadas como necessidades sociais, abordou Mariana.

“Na operação Água Espraiada foi lançado um mecanismo jurídico de parceria público-privada alegando-se não haver recursos para resolver carências urbanas. O que houve de fato foi uma injeção brutal de recursos públicos concentrados naquela região da cidade. O que o instrumento fez foi justificar intervenções que não eram prioritárias afirmando que teriam custo zero”, apontou. (mais…)

Ler Mais

Mulheres indígenas da América Latina reclamam o direito à terra

Nova Iorque (RV) – As mulheres indígenas trabalham a terra, cuidam dos animais, semeiam e fazem a colheita, são responsáveis pela comercialização de seus produtos e, ao mesmo tempo, cuidam e educam seus filhos. Contudo, em muitos países, possuem menos de 2% da terra e enfrentam grandes dificuldades ao tentar obter um título de propriedade.

Quem afirma é Otília Lux de Cotí, diretora executiva do Fórum Internacional de Mulheres Indígenas (FIMI), num encontro na sede das Nações Unidas, esta semana, sobre o direito à terra das mulheres rurais. Cotí explicou a filosofia que a mulher indígena tem com a terra.

“Nós, como povo indígena, não estamos à margem, estamos sempre articulados com o cosmos, com a Mãe Natureza. Obviamente, para nós a Terra é a Mãe de onde vem a vida e, por ser doadora da Vida, devemos protegê-la. Se não fizermos isso, não haverá mais vida”.

Essa forma de ver a Terra é muito distinta daquela moderna e ocidental que a considera um “bem de propriedade”. Entretanto, Otília Lux diz que em alguns países da América Latina já é possível encontrar um equilíbrio entre essas duas visões.  (mais…)

Ler Mais

Ameaças à Comunidade Quilombola de Pimentel – Pedro Leopoldo/MG continuam

A Comunidade Quilombola de Pimentel e o vereador Vanderlei Dias continuam recebendo ameaças, conforme já foi divulgado neste Blog. Desta vez, elas foram gravadas em áudio, mas sua qualidade é precária, o que faz com que optemos por não postá-las.

Já foram feitos encaminhamentos junto ao Ministério Público Federal e à Comissão de Direitos Humanos da ALMG, que aprovou a realização de uma visita técnica à Comunidade. Após as ameaças gravadas em vídeo (ver abaixo), aconteceram duas reuniões ordinárias na Câmara Municipal de Pedro Leopoldo que serviram de instrumento para os fazendeiros reafirmarem suas ameaças e intimidações. Na primeira reunião, o fazendeiro do vídeo levou familiares que formaram um bloco de oito pessoas que perceptivelmente intimidaram, não só ao Vanderlei, mas a todos os demais vereadores.

O presidente da câmara tentou impedir o vereador Vanderlei de se manifestar sobre o ocorrido, como se quem estivesse errado no contexto fosse o vereador e não o ameaçador.

A Comunidade havia se mobilizado e lotou a câmara com seus descendentes e apoiadores, mas apenas um dos demais vereadores (excetuando o Vanderlei) se lembrou de que essas ameaças têm um significado e abrangência à Comunidade e também a todo o povo negro da cidade. Como se não bastasse, na segunda reunião foi cedida a palavra livre a um dos fazendeiros, que mais uma vez reiterou as ameaças. A Comunidade tentou, por várias vezes, sem sucesso, o direito à palavra livre na Câmara, o que foi negado sem maiores explicações ou justificativas. (mais…)

Ler Mais

VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) (COPENE 2012)

A Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN – constitui um dos órgãos fundamentais da rede de instituições que atuam na sociedade brasileira no combate ao racismo, preconceito e discriminação racial, com vistas à formulação, implementação, monitoramento e avaliação das políticas públicas para uma sociedade justa e equânime. A instituição congrega pesquisadores(as) negros(as) interessados em pesquisas acadêmicas em temas pertinentes à construção e ampliação do conhecimento humano e outros pesquisadores comprometidos com temas de interesse das populações negras no Brasil, África e Diáspora. Nossa finalidade é o fortalecimento profissional dos nossos pesquisadores – homens e mulheres -, e a institucionalização dessa temática, considerando que o campo acadêmico dos estudos de relações raciais tem encontrado dificuldades para se afirmar no âmbito das Ciências Sociais e Humanas, dado o cerceamento de iniciativas e oportunidades aos e às que são vistos(as)  como negro-negra(s) que se dedicam à temática racial. 

A ABPN tem a MISSÃO de: “congregar e fortalecer pesquisadores(as) negros(as) e outros(as) que trabalham com a perspectiva de superação do racismo, e com temas de interesse direto das populações negras no Brasil, na África e na Diáspora, defendendo e zelando pela manutenção da Pesquisa com financiamento público e dos Institutos de pesquisa em geral, propondo medidas para o fortalecimento institucional da temática das relações raciais”. (mais…)

Ler Mais

Justiça mantém ampliação de área preservada em Caeté

O topo da Serra da Piedade e Observatório da UFMG, próximo ao santuário
Vale alega que o tombamento afeta entre outros direitos da empresa, a propriedade da mina Córrego do Meio, em Sabará

Bruno Porto – Do Hoje em Dia

A Justiça Federal indeferiu o pedido de liminar da Vale, na qual a empresa reclama participação no processo que ampliou a extensão do tombamento da Serra da Piedade, em Caeté. Em comunicado, a mineradora alega que o tombamento, realizado em 2010,  afeta,  entre outros direitos da empresa, a propriedade da mina Córrego do Meio, localizada em Sabará, a aproximadamente 12 quilômetros do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, no topo da Serra. A mineradora não informou se vai questionar novamente o processo de tombamento. Para os advogados consultados, a partir do indeferimento, o processo se torna uma “causa morta”.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento, argumenta que nos termos do art. 9º do Decreto-Lei nº 25/37, são legitimados ao oferecimento de impugnação apenas os proprietários de bens tombados, não possuindo legitimidade os proprietários de bens situados no entorno do bem tombado, que seria o caso da Vale. (mais…)

Ler Mais

Llamamiento para el 17 de abril: Día Internacional de las Luchas Campesinas

El 17 de abril es el Día Internacional de las Luchas Campesinas, que conmemora la masacre de 19 campesinas y campesinos que luchaban por tierra y justicia en Brasil en 1996. Cada año se celebra este día en todo el mundo, en defensa de las campesinas y los campesinos que luchan por sus derechos

Durante los últimos años hemos padecido la aplicación de nuevas políticas y de un nuevo modelo de desarrollo basado en la expansión y expropiación de terrenos, conocido como acaparamiento de tierras. El acaparamiento de tierras es un fenómeno impulsado por inversores y personas con poder a escala local, nacional e internacional, con la connivencia de gobiernos y autoridades locales, para controlar los recursos más preciados del mundo. El acaparamiento de tierras ha provocado la concentración de la tierra y recursos naturales en manos de grandes inversores, dueños de plantaciones, empresas madereras, hidroeléctricas y mineras, desarrolladres turísticos e inmobiliarios, autoridades portuarias y de infraestructuras, etc. La consecuencia ha sido el desalojo y desplazamiento de poblaciones locales —generalmente campesinos y campesinas—, la violación de derechos humanos y de la mujer, el aumento de la pobreza, la fractura social y la contaminación ambiental. El acaparamiento de tierras trasciende las estructuras imperialistas Norte-Sur: las corporaciones transnacionales involucradas están basadas en Estados Unidos, Europa, Chile, México, Brasil, Rusia, India, China, Sudáfrica, Tailandia, Malasia, Indonesia y Corea del Sur, entre otros. (mais…)

Ler Mais

Conar determina alteração do anúncio da Devassa considerado racista e sexista

A Ouvidoria da Seppir foi oficiada ontem (29), sobre a decisão do órgão

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) determinou a alteração do anúncio da Devassa por concluir pela ocorrência de racismo, machismo e sexismo, entre outras infrações éticas, na composição da peça. A decisão foi comunicada ontem (29) à Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em resposta ao processo instaurado e encaminhado por essa instância ao Conar e ao Ministério Público.

“A frase utilizada na peça associa a imagem de uma mulher negra à cerveja, reforçando o processo de racismo e discriminação a que elas estão submetidas historicamente no Brasil e que é caracterizado, entre outras manifestações, pela veiculação de estereótipos e mitos sobre a sua sexualidade”, afirma o Ouvidor da Seppir, Carlos Alberto de Souza e Silva Júnior, segundo o qual o processo foi instaurado na Ouvidoria a partir de uma denúncia referente à propaganda que divulgava a frase: “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra. Devassa negra encorpada. Estilo dark ale de alta fermentação. Cremosa com aroma de malte torrado”.

De acordo com o Conar, as infrações cometidas no anúncio encontram-se previstas em inúmeros artigos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. “O contexto da imagem associado à frase transcrita deixa explícita uma ideologia de estereótipos, tendo em vista que esta publicidade de cunho ambíguo expõe um segmento étnico e a imagem das mulheres negras, referindo-se ao seu corpo e sua sexualidade”, conclui Carlos Alberto. (mais…)

Ler Mais

Ilhabela – Instituto Arqueológico encontra novo sítio na Ilha dos Búzios que pode revelar inédita presença indígena

Litoral Norte (São Paulo) – Até o momento não havia comprovação de que os povos Macro-Jê tivessem adquirido amplo domínio do litoral, das técnicas de navegação e alcançado longas distâncias na costa paulista. Uma importante descoberta foi feita nesta semana pela arqueóloga Cintia Bendazzoli, que coordena o Projeto de Gestão e Diagnóstico do Patrimônio Arqueológico de Ilhabela (Gedai), por meio do Instituto Histórico, Geográfico e Arqueológico lotado na Secretaria Municipal de Cultura.

Trata-se da identificação de um importante sítio arqueológico de cunho funerário na Ilha dos Búzios e escavado emergencialmente por conta da iminência de destruição dos vestígios. O sítio arqueológico batizado de Toca da Caveira apresentava vestígios ósseos humanos, além de acompanhamentos funerários como pote de barro e ferramenta de pedra, revelando um complexo ritual funerário indígena. Naquela mesma ocasião foram identificados mais dois sítios de natureza pré-colonial, mas que ainda não foram alvo de pesquisa mais detalhada. A arqueóloga se empenhou nos últimos dias na análise dos vestígios obtidos com a escavação desta área funerária.

Segundo Cintia, o trabalho laboratorial realizado com os achados revelou tratar-se de um sepultamento coletivo com a presença de vestígios de pelo menos cinco indivíduos diferentes, sendo quatro adultos e uma criança de aproximadamente cinco anos de idade. Nenhum dos esqueletos estava completo, e segundo a pesquisadora, a ausência de muitas das unidades ósseas pode ter origem na intervenção anterior ocorrida no local, ou ainda, pode ser própria ao ritual elaborado pelo grupo.  (mais…)

Ler Mais