Reitor da UnB é o alvo atual da “revista Veja”

Tania Pacheco

“Um dos símbolos da luta pela democracia durante o regime militar, a Universidade de Brasília tornou-se reduto da intolerância esquerdista” –  subtítulo da primeira página de Veja, abaixo da manchete “Madraçal no Planalto”.

O tamanho da ilustração ao lado é proposital. Depois de atacar “falsos índios” e denunciar “pretensos quilombolas”, entre outras tantas matérias de igual padrão jornalístico, Veja se volta agora para a UnB, ou melhor: para o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Reitor José Geraldo. Para isso, reúne desde uma procuradora que foi vaiada pelos estudantes ao falar contra as cotas a um dos professores que perdeu a eleição para a reitoria.

Ao contrário do que determina o chamado bom jornalismo, a única voz discordante que a matéria apresenta é a do próprio Reitor acusado, reduzida a uma frase, o que demonstra que, se há fundamentalismo embasando a questão, é o da própria revista. Aliás, irrefutável na medida em que, após a frase do Reitor, vem o fecho “glorioso”, em autoria, fundo e forma, que claramente não só resume a opinião dos editores como deixa claras as motivações da matéria:

“Para o sociólogo Demétrio Magnoli, são evidentes os sinais de que algo está deteriorando o ambiente acadêmico do que foi uma das mais respeitadas instituições de ensino do país. Resume Magnoli: ‘Um campus, por definição, deve ser uma praça de debates onde a diversidade de ideias é o maior valor. É preocupante quando uma universidade adota uma posição ideológica. A UnB vive o processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa’.” (mais…)

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