O Detetive da Palavra: “Índios & brasileiros: posse da terra Brasilis nos discursos jornalístico on line, político e indígena”

José Ribamar Bessa Freire

A universitária Valéria Silva, do Curso de Museologia, não esperou a aula terminar. Ali mesmo, na sala, diante de seus colegas, tirou um revólver da mochila e disparou um tiro certeiro nos cornos do professor de antropologia que caiu estrebuchando numa poça de sangue e saliva, sem largar o giz que segurava entre os dedos. “Ele falava demais” – ela disse ao reitor, a quem entregou a arma, ainda trêmula, as bochechas infladas, os olhos injetados, quase saltando das órbitas.

BALA CALA DOCENTE, berraram os jornais no dia seguinte, registrando depoimentos dos colegas de Valéria, que nunca escondeu seu ímpeto assassino, nem mesmo para os vizinhos do edifício em Botafogo onde mora: – “Um dia eu ainda mato esse ladrão de discurso, que sufoca a gente. Ele fala, fala, fala e não ouve ninguém. Não deixa aluno abrir a boca. Rouba a nossa voz, nos impõe um silêncio humilhante”. Colegas e vizinhos julgavam que era apenas uma forma exagerada de expressar seu descontentamento.

E era, porque nesse relato, onde quase tudo é verdade – personagens, ‘ameaças’ de morte e até o domicílio em Botafogo – o desenlace fatal não aconteceu (ainda?) porque Valéria, por enquanto, não mata nem mosquito da dengue. O crime só foi aqui encenadopara mostrar como a mídia está se lixando para os eventos acadêmicos. Uma aula, por mais excepcional que seja, jamais será notícia, a não ser que uma aluna fique nua dentro da sala ou use mini-saia como aquela estudante que causou o maior tumulto em uma faculdade de São Bernardo do Campo (SP). Mas aí, a notícia não é a aula.

Acabo de assistir a um evento acadêmico nessa quinta-feira, numa sala de aula em Niterói (RJ). A Universidade Federal Fluminense (UFF) pariu mais uma doutora. Maria do Socorro Pereira Leal, professora da Universidade Federal de Roraima, defendeu tese de doutorado no Curso de Pós Graduação em Letras. Ela analisou a disputa de terras no Brasil, a partir dos discursos dos fazendeiros, dos políticos e dos índios no processo de demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol (RR), destacando a cobertura on line de três jornais: Folha de Boa Vista, Folha de São Paulo e O Globo. (mais…)

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MG – Brejo dos Crioulos e a dívida dos governos brancos

Sexta feira dia 25 de março de 2011 a polícia militar com o sargento Marcos de Varzelândia esteve dentro do acampamento de Brejo dos Crioulos sem apresentar mandado judicial aos quilombolas acampados. Domingo dia 26 de março de 2011 pistoleiro conhecido por Veião ou Veioti contratado por Miguel Véo Filho deu tiros afugentando meninos que nadavam perto da ponte no território quilombola. Segunda feira dia 27 de março de 2011 novamente a polícia militar comandada pelo sargento Marcos e o oficial de justiça de Varzelândia Mágno entraram no acampamento para realizar despejo dos acampados quilombolas e segundo os quilombolas não apresentaram o mandado judicial.

Os últimos quatro anos do governo FHC, os oito anos do governo Lula e os três meses do governo Dilma não conseguiram ainda desapropriar o território Quilombola Brejo dos Crioulos. Luta esta de mais de 12 anos e dívida social longa. Esses governos ainda não mostraram que não estão a serviço da elite branca deste país. Este processo já se encontra na Casa Civil necessitando somente de vontade política em reconhecer a dívida social para com os remanescentes. Enquanto isso o poder judiciário nestes 12 anos, benevolente com a propriedade privada, tem feito o mais fácil e rápido para o latifúndio ou seja o despejo. Em fevereiro foi tirado a competância da Vara de Despejo de Conflitos Agrário e no dia do despejo foi enviado à Vara Federal (de Despejo?) e em um mês sai o despejo sem ouvir a defesa.

Doze anos não foram suficientes para mostar ao executivo e judiciário que o problema social não se resolve com o despejo e sim com a desapropriação. Mas a diferença é que o latifúndio representa o dinheiro e os quilombolas a miséria e pobreza da elite brasileira. (mais…)

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Rede Cegonha será integrada com outras ações do SUS para a mulher

Rede Cegonha será integrada com outras ações do SUS para a mulher

A Rede Cegonha terá atuação integrada com as demais iniciativas para a saúde da mulher no SUS, com foco nas cerca de 61 milhões de brasileiras em idade fértil. Nos postos de saúde, será introduzido o teste rápido de gravidez. Confirmado o resultado positivo, será garantido um mínimo de seis consultas durante o pré-natal, além de uma série de exames clínicos e laboratoriais. A introdução do teste rápido, inclusive para detectar HIV e sífilis, também será novidade para reforçar o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento.

Desde a descoberta da gravidez até o parto, as gestantes terão acompanhamento da Rede Cegonha, tomando um posto de saúde como referência, e saberão, com antecedência, onde darão a luz. As grávidas receberão auxílio para se deslocarem até os postos de saúde para realizar o pré-natal e à maternidade na hora do parto, com vale-transporte e vale-táxi.

A Rede Cegonha também prevê a qualificação dos profissionais de saúde que darão a assistência adequada às gestantes e aos bebês. Serão capacitados os profissionais de saúde que atuam tanto na atenção primária como em serviços de urgências obstétricas. (mais…)

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Rede Cegonha tem quase R$ 9,4 bi para assistência à mãe e ao bebê

Rede Cegonha tem quase R$ 9,4 bi para assistência à mãe e ao bebê

Ações vão facilitar acesso e qualificar atenção à saúde das mulheres e crianças antes, durante e após o parto

Conjunto de medidas lançado nesta segunda-feira (28) pelo governo federal visa garantir a todas as brasileiras, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendimento adequado, seguro e humanizado desde a confirmação da gravidez, passando pelo pré-natal e o parto, até os dois primeiros anos de vida do bebê. A Rede Cegonha contará com R$ 9,397 bilhões do orçamento do Ministério da Saúde para investimentos até 2014. A meta é levar as ações inseridas na Rede Cegonha a todo o País. As medidas serão coordenadas pelo ministério e executadas pelos estados e municípios.

Os recursos serão aplicados na construção de uma rede de cuidados primários à mulher e à criança. Estimativas apontam que o Brasil tem cerca de três milhões de gestantes, sendo que mais de dois milhões são atendidas exclusivamente pelo SUS.

Inicialmente, o cronograma de implantação da rede priorizará as regiões da Amazônia Legal e Nordeste – que têm os mais altos índices de mortalidade materna e infantil – e as regiões metropolitanas, envolvendo a maior concentração de gestantes. Porém, conforme explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, qualquer município pode aderir à Rede. As obras do artista plástico Romero Brito, produzidas especialmente para a Rede Cegonha, serão utilizadas como padrão visual das unidades de saúde inseridas na Rede. (mais…)

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Inédito: série diz que Brasil só avança com Reformas Democráticas

Acompanhe a partir desta segunda-feira (28) a série inédita “Reformas Democráticas”. Produzida em 20 dias pela equipe do portal Vermelho, a série traz seis episódios que revelam: o Brasil só avança com mudanças estruturais na área urbana, da educação, da mídia, tributária, agrária e política. No 1º episódio, “Reforma Urbana”, você vai saber por que viver nas cidades é cada vez mais caro e como o planejamento urbano pode melhorar nossas vidas.

http://www.vermelho.org.br/tvvermelho/noticia.php?id_noticia=150383&id_secao=146

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PE – Nota de Desagravo

As Entidades de Direitos Humanos se preocuparam há muito tempo com a necessidade imposta a todos de respeito às minorias presentes no contexto multicultural do país e principalmente de Pernambuco, acreditando que essa diversidade, e os con?itos que sujam a partir dela, são elementos integrantes da história desse povo, de origens tão distintas e de resistências tão semelhantes. Nesse processo histórico, observa-se que sempre foi um inconveniente ao grupo detentor do poder político e econômico a reivindicação dos negros pela liberdade e sua resistência nos quilombos, a presença de povos indígenas em grandes faixas de terras e a luta de camponeses pobres por terra e direitos.

Porém, todos esses fatos não podem ser apagados, esquecidos ou desrespeitados, pois fazem parte do natural con?ito social na defesa de interesses e na luta por direitos, sendo incorporados à cultura local e parte fundamental do que é a sociedade posta hoje, com seus ganhos e suas carências. São, sem dúvida, patrimônios históricos e culturais pernambucanos e brasileiros.

Esses camponeses sem terra contribuem de maneira essencial para o processo histórico do Estado, transformando regiões e as compreensões das pessoas que não se alinham necessariamente as suas reivindicações, sendo elemento fundamental para a construção social da democracia, que está em permanente processo. (mais…)

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MA – Crianças atravessam a linha de ferro debaixo do trem em Alto Alegre do Pindaré

Crianças atravessam a linha de ferro debaixo do trem em Alto Alegre do Pindaré

pe. Dário – Rede Justiça nos Trilhos

Alto Alegre do Pindaré/MA encontra-se na ‘região vermelha’ do próprio diagnóstico da Vale: aqui acontece o maior número de acidentes mortais por atropelamento do trem.

Faltam proteções e passagens de nível ao longo da linha de ferro. Crianças, jovens, adultos e idosos ainda hoje devem passar debaixo do trem de minério parado na estação, para atravessar do outro lado.

A passarela mais próxima fica bastante distante. E o trem, a qualquer momento, pode voltar em movimento. Já uma pessoa idosa morreu por isso: não teve a prontidão de sair debaixo dos vagões… (mais…)

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MA – Petição: Piquiá não pode esperar mais!

Há mais de vinte anos as famílias de Piquiá de Baixo  custam a respirar.

Ainda hoje, 300 famílias vivem ao lado de quatorze alto-fornos siderúrgicos, que se instalaram na região onde já vivia um grande número de moradores.

Cercado pela ferrovia da mineradora Vale, seu pátio de descarregamento de minério, as usinas guseiras, as termoelétricas e uma aciaria, além de grandes extensões de monocultura de eucalipto, o povo de Piquiá não tem outra chance a não ser pedir o remanejamento, para um novo local onde tenha menos poluição e mais qualidade de vida.

A associação de moradores de Piquiá, a Paróquia São João Batista, os Missionários Combonianos Brasil Nordeste, a rede Justiça nos Trilhos, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia vêm denunciar o descaso e a lentidão das instituições públicas e privadas para garantir justiça a essas vítimas do desenvolvimento… de outros. (mais…)

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