Terra sem limites é colocada à prova em plebiscito popular

Consulta nacional organizada pela sociedade civil captou a opinião da população brasileira sobre a necessidade de limitar a propriedade da terra.  Resultado será divulgado em plenária marcada para 18 e 19 de outubro. A reportagem é de Bianca Pyl e Maurício Hashizume e publicada pelo sítio Repórter Brasil, 21-09-2010.

Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?  Você concorda que o limite das grandes propriedades de terra no Brasil possibilita aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade?

Essas duas questões foram apresentadas a população brasileira pelo Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, entre os dias 1º e 12 de setembro.  Articulado pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA) e por outras organizações que fazem parte da iniciativa, a campanha nacional propõe que a Constituição Federal estabeleça um limite máximo de área de 35 módulos fiscais – unidade que serve de parâmetro para a classificação de tamanho e varia conforme as características de cada município – para os imóveis rurais.  A Lei nº 8.629, de fevereiro de 1993, considera grandes propriedades imóveis acima de 15 módulos fiscais. (mais…)

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Ilha da Maré, BA: Pescadores protestam contra obra

GEORGE BRITO – A Tarde – 22.09.2010

Pescadores e marisqueiros da Ilha de Maré e comunidades vizinhas denunciaram ontem que a obra de ampliação do canal de acesso do Porto de Aratu está causando mortandade de peixes e “entulhando” a maré, gerando prejuízos à atividade pesqueira de subsistência. Segundo a denúncia, a dragagem tem destruído recifes onde mariscos e peixes se reproduzem.

Durante toda a manhã de ontem, cerca de 400 pessoas fecharam a estrada que dá acesso ao porto. Uma fila de quase cinco quilômetros de caminhões se formou no acostamento e pelo menos 30 caçambas ficaram sem poder sair do porto. Os caminhoneiros chegaram a esperar parados mais de três horas. “Estou aqui desde as 8h45”, afirmou ao meio-dia José Alberto, 50.

Para fechar a pista, os manifestantes queimaram pneus, sacos plásticos e galhos de árvores. A presidente da colôniaZ-4 da Ilha de Maré, Marizélia Carlos Lopes, 40, afirmou que desde abril os pescadores sofrem as conseqüências. “A gente também está reivindicando contra a poluição química causa da pelas atividades do Porto de Aratu. O posto médico da ilha só vive cheio”, disse. A comunidade, segundo os pescadores, tem sofrido com problemas respiratórios, de visão e outras doenças ligadas às substâncias químicas, como amônia, xileno, soda cáustica e nafta petroquímica. (mais…)

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“Allí nadie se salva: te violan y te botan”

Poblado minero de Guacamayo.
Las ONG estiman que unas 1.200 niñas de entre 12 y 17 años llegan cada año a los burdeles.
Alfonso Daniels – BBC Mundo

En Perú, cientos de niñas son prostituidas en campamentos de prospección informal de oro en la Amazonía cada año. BBC Mundo habla con una de las pocas que logró escapar.

Cuatro de la madrugada y Teresa se pone la escasa ropa que trajo, una encima de otra. Tiene tan solo 14 años y no sabe dónde está. Espera un par de horas y cuando comprueba que todos duermen sale disparada por la entrada del burdel sin mirar atrás.

Hacía tres días que había llegado a este lugar, una miserable choza cubierta de plástico azul empapelada con pósters de mujeres desnudas y un tubo en el medio rodeado de sillas, donde buscadores de oro ilegales vienen a tomar cerveza y acostarse con una chica.

Corrí, corrí, corrí y me salvé. El policía después me felicitó, me dijo que era un milagro que había salido viva porque allí nadie se salva, te violan y te botan al monte (mais…)

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Manifesto dos Brancos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Ufrs2

“Este texto é um manifesto escrito e subscrito por brancos que compõem a comunidade escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele é uma retumbante admissão pública, por nossa parte, de que vivemos em um contexto de exclusão estrutural de negros e indígenas dos benefícios e espaços de cidadania produzidos por nossa sociedade e onde, ao mesmo tempo, é produzida uma teia de privilégios a nós brancos, que torna completamente desigual e desumana nossa convivência. Somos opressores, exploradores e privilegiados mesmo quando não queremos ser. O racismo não é um “problema dos negros”, mas também dos brancos. É pelo reconhecimento destes privilégios que marcam toda nossa existência, mesmo que nós brancos não os enxerguemos cotidianamente, que exigimos a imediata aprovação de Ações afirmativas de Reparação às populações negras e indígenas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

No Brasil vivemos em um estado de racismo estrutural. Já é comprovado que raça é um conceito biologicamente inadmissível, só existe raça humana e pronto. Mas socialmente, nos vemos e construímos nossa realidade diária em cima de concepções raciais. Portanto, raça é uma realidade sociológica. Não é uma questão de que eu ou você sejamos pessoalmente preconceituosos. Mas é só olhar para qualquer pesquisa que veremos como existe um processo de atração e exclusão de pessoas para estes ou aqueles espaços sociais, dependendo de sua cor. Não é à toa que não temos quase médicos negros, embora eles sejam a maioria nas filas dos postos de saúde; que quase não vemos jornalistas negros, mas estes são expostos diariamente em páginas policiais; que não temos quase professores negros, especialmente em posições com melhores salários, e vemos alunos negros apenas em escolas públicas enquanto, na universidade pública quase só encontramos brancos. (mais…)

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