Gélidas e gordas…, por Alceu Castilho

Mais uma vez o ex-ministro Alexandre Padilha é agredido verbalmente em um restaurante em São Paulo. (Talvez até fisicamente, eu diria, a se pensar nas prováveis parábolas expelidas por aquelas bocas salivantes). Ver aqui.

Primeiro tendo a enxergar uma crítica involuntária ao movimento de desmanicomialização. Mas tento abdicar do meu tema-fetiche (vejo a saúde mental como anterior ao capitalismo ou outros assuntos estruturantes…) e ver naquela cena grotesca mais fascismo, fenômeno de massas, do que indivíduos potencialmente insanos. Organizadamente perigosos, digamos. Covardes em turma, sim. Ao mesmo tempo personagens, avatares, símbolos. (mais…)

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Estatuto ‘antifamília gay’ avança na Câmara

IHU On-Line

O relator da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa o Estatuto da Família, deputado Diego Garcia (PHS-PR), apresentou nesta quarta-feira, 2, seu relatório no qual estabelece como conceito básico de família “a união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos”. Exclui-se, portanto, o conceito de que uma família possa ser formada por pais homossexuais.

Segundo Garcia, o texto está “alinhado aos preceitos constitucionais e valores morais e éticos de nossa sociedade, com o fim de garantir direitos e o desenvolvimento de políticas públicas para a valorização da família”. O documento também cria os “Conselhos da Família”, que serão órgãos responsáveis pela execução de políticas públicas referentes aos direitos da família. Após a leitura do texto, o relator foi aplaudido na comissão, formada majoritariamente por parlamentares da Frente Parlamentar Evangélica. (mais…)

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Outra Europa não é possível

Ao desprezar plebiscito grego, União Europeia abandonou seu flerte com democracia e direitos. Esquerda pós-capitalista precisa perceber virada, para não tornar-se supérflua

Por Bernard Cassen | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Durante quase três milênios, os maiores matemáticos – entre eles, os gregos Hipócrates e Arquimedes – tentaram resolver o problema da quadratura do círculo: a construção de um quadrado de área idêntica a um círculo dado, utilizando apenas uma régua e um compasso. Foi preciso esperar 1883 para que um professor alemão, Ferdinand von Lindemann (1852-1939), demonstrasse que isso era impossível. (mais…)

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Deputado do PSDB-RN quer limitar debate político dentro da sala de aula

Rogério Miranda propõe que professores que promoverem “assédio ideológico” devem ser presos

Por Tâmara Teixeira, em O Tempo

Uma das atividades preferidas dos alunos do professor de geografia Giovanni Pinto é a que simula um júri para tratar política e temas polêmicos em sala de aula, como a discussão sobre maioridade penal. Curiosos para participar dos debates sobre temas importantes para o país, os jovens enchem o educador de perguntas sobre corrupção e economia. Os debates na sala do docente e em dezenas de milhares de outras escolas Brasil afora – tão comuns, principalmente, nesse momento de crise –, podem, no entanto, virar caso de polícia. (mais…)

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Quando a periferia será o lugar certo, na hora certa?, por Eliane Brum

A maior chacina de 2015, em São Paulo, mostra que as palavras começam a matar antes da morte e seguem assassinando os vivos depois

Em El País

As fotos do 13 de agosto mostram mulheres lavando o sangue dos mortos com rodo, como nos filmes B de terror. Se o rio vermelho escorre pelos degraus, as palavras ecoam para além da extensa fila de cadáveres. Elas matam lentamente, como balas em câmera lenta, que perfuram os corpos, se espatifam por dentro e vão corroendo os órgãos. Dia após dia, dia após dia, dia após dia. Mata-se e morre-se também na linguagem. As palavras silenciam os mortos para além da morte. E calam os vivos, mesmo quando eles pensam gritar. (mais…)

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A bomba é ‘caseira’ e o tiro é de ‘chumbinho’

Dois atentados acontecem e o que a mídia faz? Minimiza a gravidade dos fatos. A história mostra o que acontece quando nos calamos diante do fascismo.

Por José Renato Vieira Martins, em Carta Maior

O ódio inoculado há anos na população é um dos grandes responsáveis pela escalada da intolerância, do racismo e da xenofobia que estamos assistindo no Brasil. O atentando contra o Instituto Lula e a agressão contra os haitianos em São Paulo são manifestações do mesmo tipo de irracionalidade. (mais…)

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O imobilismo e a tentativa de resgatar o sentimento progressista. Entrevista especial com Talita Tibola

“A emergência e o crescimento dos círculos de cidadania ao longo de 2015 é uma iniciativa, entre outras, que busca uma recomposição para sair do imobilismo, sem recair nas falsas polarizações e sem, no entanto, pretender repetir junho de 2013″, avalia a psicóloga

Por Patricia Fachin – IHU On-Line

Junho de 2013 significou “a perda do medo e a retomada do político pela população”. Contudo, “depois de junho”, restaurou-se o medo, fragmentou-se a mobilização e houve uma divisão ainda maior entre partidos políticos e movimentos sociais, afirma Talita Tibola, psicóloga que vem estudando as manifestações políticas que têm surgido no país nos últimos anos. (mais…)

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‘Política imposta pela Alemanha é crime contra a Humanidade’

Sujeitar o povo a condições de asfixia – criando premeditadamente as condições para uma catástrofe humanitária – viola todas as convenções internacionais

InfoGrécia/Carta Maior*

A poucas horas da votação das medidas prévias de austeridade, a presidente do Parlamento grego voltou a apelar ao Governo para que não aceite a chantagem dos credores para um acordo em que já nem o FMI acredita. Leia aqui o discurso de Zoe Konstantopoulou na semana passada a justificar a abstenção na proposta, traduzido pelo blogue Aventar. (mais…)

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“Os países endividados deixaram claro que eram nosso pior inimigo”. Entrevista com Yanis Varoufakis

IHU – “Nada mais me surpreende, nossa zona do euro é um lugar incômodo para as pessoas decentes. Tampouco me surpreende que (Tsipras) fique e aceite um péssimo acordo. Entendo que sinta que tem obrigações com aqueles que o apoiaram e não quer que nosso país se transforme em um Estado falido. Mas não vou mudar minha opinião, a mesma desde 2010, de que a Grécia deve parar de adiar e fingir, devemos parar de pedir novos empréstimos e fingir que resolvemos o problema, quando isso não é verdade; quando nossa dívida é ainda menos sustentável com novas medidas de austeridade que mergulham ainda mais a economia e o fardo recai cada vez mais sobre os que não têm nada, com a inevitável crise humanitária. Não estou disposto a aceitar isso. Não contem comigo”, afirma Yanis Varoufakis, ex-ministro das Finanças da Grécia, em entrevista concedida a Henry Lambert, publicada por News Stateman e reproduzida por El País, 14-07-2015. (mais…)

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Depois do “oxi”, foi traição?, por Bruno Cava

IHU – “O debate à esquerda novamente empaca na dialética entre “vontade política” e “correlação de forças”. De um lado, a acusação de falta de vontade política, de capitulação perante a chantagem capitalista, de um vício da vontade. De outro lado, a desculpa do realismo político, do discurso que não há alternativa, que infelizmente temos que ser pragmáticos e fazer o que eles (a troika) quer que façamos. Se cairmos nessa dialética viciosa, não haverá saída à crise: ela será sempre, ou um discursinho idealista de “saída à esquerda” que atende a nossa boa consciência, ou um endurecimento sectário cuja consequência será uma ainda maior impotência política”, escreve Bruno Cava, em artigo publicado por UniNômade, 12-07-2015. (mais…)

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