Curtindo Nimuendaju, por José Ribamar Bessa Freire

Em Taqui Pra Ti

Curt Nimuendaju morreu como viveu: entre os índios. Foi numa aldeia ticuna no Solimões, em 10 de dezembro de 1945. Ele tinha 62 anos. Nesta quinta-feira, aos 70 anos de sua morte, o Museu do Índio do Rio de Janeiro lançou o livro de sua autoria “Reconhecimento dos Rios Içana, Ayari e Uaupés” com texto e fotos de 1927, além de dados sobre as línguas faladas na bacia do Rio Negro, organizado pelo antropólogo Renato Athias, que na ocasião debateu com a linguista Marília Facó e este locutor que vos fala.

Na minha fala, sugeri que a vida de Nimuendaju daria um filme, cujo roteiro tentei esboçar de brincadeirinha. Cheguei até a propor o nome do ator para interpretá-lo: José Mayer, que tem o physique du rôle. Ele contracenará com Kentapí, índia Canela e com Ireti, Apinajé, namoradas de Nimuendaju com quem casou, que serão interpretadas não por atrizes profissionais, mas por leitoras selecionadas por esta coluna (cartas e fotos para a redação). A direção será de Cao Hamburger, que mostrou entender do riscado com “Xingu” e “O ano em que meus pais saíram de férias“. (mais…)

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Orgulho Comunitário: Uma Entrevista com Gilmar Lopes do Morro dos Cabritos

Laura Gama – RioOnWatch

Apesar dos estereótipos negativos associados à vida nas favelas, a realidade é que a maioria dos moradores estão felizes e têm orgulho de residir nas próprias comunidades. De acordo com um estudo feito pelo Data Popular, 85% dos moradores gostam de seu próprio lar, 80% tem orgulho de onde moram e 70% seguiriam morando na própria comunidade mesmo se dobrasse sua renda.

Gilmar Lopes nasceu e foi criado no Tabajaras e Morro dos Cabritos, favelas localizadas emCopacabana, na Zona Sul do Rio. Oficialmente, o censo reporta que Cabritos tem 5 mil pessoas, mas Gilmar diz que a Associação de Moradores estima que o número verdadeiro seja entre 16 e 18 mil. (mais…)

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Juca Ferreira defende inclusão de indígenas na cultura do país

Entre cantos e ritmos, líderes indígenas da América Latina se reuniram no Rio de Janeiro para compartilhar histórias de lutas sociais e culturais. O encontro ocorreu como parte da programação desta terça-feira (8) do Emergências, evento sobre cultura, ativismo e política que vai até domingo (13)

Nana Pôssa – EBC

Para o ministro da Cultura, Juca Ferreira, é preciso incluir a população indígena no projeto de democracia brasileiro.

Para Sônia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, a falta de políticas ambientais afeta diretamente a preservação da cultura indígena. (mais…)

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Boitatá: Política também é coisa de criança

Como parte das comemorações dos 20 anos, a Boitempo anuncia o Boitatá, um selo infantil que não subestima a inteligência de seus pequenos leitores e procura promover o aprendizado, o questionamento e a construção do senso de justiça através de livros instigantes e envolventes. O novo selo tem início com a Coleção Livros para o Amanhã, lançada originalmente em 1977 pela extinta editora catalã La Gaya Ciencia (de Barcelona), que logo após a queda de Franco, e cheia de esperança para a nova geração, contratou uma equipe multidisciplinar de educadores para escrever em conjunto quatro livros. (mais…)

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Quilombo do Cafundó recebe posse de seu território

Repórter Brasil

A 150km da capital paulista, na área rural do município de Salto de Pirapora (SP), a comunidade quilombola do Cafundó recebeu do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) documento que garante a posse do terreno pelos seus moradores.

O quilombo do Cafundó surgiu em 1866, um fazendeiro libertou 15 escravos e deu a eles parte das terras, 22 anos da assinatura da Lei Áurea.  Além da língua africana, a comunidade preserva tradições como o artesanato. (mais…)

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Às ancestrais: Quinhentos anos em um dia, por Nilma Bentes

Havia ameaça, mas não choveu.
O que era um tantinho de mulher negra virou um tantão e comoveu.
Lembrava um rio onde flutuavam milhares de flores coloridas.
As dezenas de faixas traziam mensagens; traduziam anseios de vidas doloridas.
As falas emocionadas alternavam com as melodias cheias de ginga e exalavam alegria.
Nem os fascista pró-ditadura empanaram ou reduziram nossa energia.
No todo, um Estado um tanto indiferente, embora um governo reticente. (mais…)

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Foucault e o bonjour amazônico, por José Ribamar Bessa Freire

A canoa vai de proa /e de proa eu chego lá,
Rema, meu remo, rema / Meu remo, rema.

(Fafá de Belém – Indauê Tupã)

Confesso um pecado academicamente mortal: não conheço a obra de Michel Foucault. O único livro dele que li de cabo a rabo foi A História da Loucura escrito ainda no início dos anos 1960. Tomei conhecimento dos demais só através de resenhas, entrevistas, citações em dissertações e teses em cujas bancas me envolvi. Um amigo querido, ex-professor da UFF, que era vidrado no filósofo francês e não dizia um “oi” sem citá-lo, morreu sem perdoar meu pecado. Se ele ainda estivesse vivo, agora sim, me absolveria porque, para me redimir, eu o cumprimentaria assim citando Foucault: (mais…)

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Chapada dos Veadeiros: Caminhos da Reportagem

TV Brasil

O Caminhos da Reportagem desta quinta-feira, 26/11, mostra as belezas naturais e culturais da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Declarada Patrimônio Mundial Natural pela Unesco, o lugar revela entre serras e nascentes paisagens que encantam seus visitantes.

O programa mostra o Encontro anual de Culturas Tradicionais que conta com a participação de pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo. Há quinze anos, a festa popular reúne comunidades quilombolas, indígenas, ciganas, pesquisadores e turistas. (mais…)

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Dossiê Falas e Falhas da universidade: “Os antropólogos contam tudo errado! Nós somos as autoras das nossas falas”

Entrevista com Nelly Duarte (Marubo) e Sandra Benites (Guarani)

Por Oiara Bonilla e Bruna Franchetto, em DR

Nelly Duarte: “Sou Marubo, nasci na aldeia Posto Indígena Curuçá, no vale do rio Javari, Amazonas. Surgi dos meus pais, Ranẽ Tupanë e Tamã Shëta. Cursei Bacharelado em Antropologia na Universidade Federal do Amazonas e hoje sou aluna do curso mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional/UFRJ. Moro em Icaraí – Niterói/RJ”.

Sandra Benites: “Nasci na aldeia Porto Lindo, no Mato Grosso do Sul, onde aprendi a ler e escrever. Já casada fui morar no Espírito Santo e cursei o Magistério Indígena na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje moro no Rio e, em março de 2016, começo o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional/UFRJ”. (mais…)

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Saiu a DR 2: “Mulheres à beira de um ataque de Lattes”

Pelas Editoras, para Combate Racismo Ambiental

“Em sua segunda edição, a DR quer falar do lugar das mulheres no meio intelectual e cultural, em particular na universidade.

Convidamos, para esta edição, mulheres que desejam discutir sua relação com esses espaços de saber e de poder. E que são, também, os espaços de nossas vidas. As falas aqui reunidas provêm de diferentes lugares e expressam diferentes embates com o meio universitário. Nós mesmas, editoras, temos posições distintas na universidade – umas fora, outras dentro, outras batalhando para entrar. E como a universidade nunca será seriamente pensada se não for atravessada pelos saberes e lutas que se travam fora dela, convidamos, para a entrevista da vez, Antônia Melo, coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre. (mais…)

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