O PT envelhece[u], por Rudá Ricci

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Outro dia, um internauta, possivelmente petista (o que não lhe dá mais ou menos crédito), criticou minhas postagens por serem muito negativas em relação ao PT. Talvez, o internauta não tenha lido minhas notas sobre os outros partidos políticos brasileiros. A questão de fundo é que tenho dúvidas se os partidos políticos – surgidos originalmente no século XVIII – mantêm o poder de representação político-social numa sociedade gelatinosa, móvel, provisória como a atual. As “estruturas totais” do mundo moderno, avalio, desmancham no ar. (mais…)

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Decisão do STF sobre impeachment não gera dúvidas, diz Lewandowski a Cunha em reunião aberta

Presidente do STF fez a afirmação a Eduardo Cunha em audiência aberta. Magistrado disse que não poderia esclarecer questões de maneira ‘informal’.

Por Nathalia Passarinho e Mariana Oliveira, do G1 Brasília

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, disse nesta quarta-feira (23) ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em audiência aberta, que, na opinião dele, a decisão da Corte que definiu o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não deixa “margem” para dúvidas. (mais…)

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Associação Juízes para a Democracia divulga nota em repúdio ao processo de impeachment de Dilma

A Associação Juízes para a Democracia, entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem dentre suas finalidades o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito, vem a público manifestar extremada preocupação com o processo de impeachment contra a titular da Presidência da República, recentemente deflagrado na Câmara dos Deputados, nos seguintes termos:

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A destituição de um Chefe do Poder Executivo, legitimamente eleito pelo sufrágio popular (art. 60, § 4°, II, da Constituição da República), consubstancia traumática disruptura institucional, ameaçando os alicerces de uma democracia ainda jovem e carente de aprofundamento e estabilidade plena, como é a existente no Brasil.

O processo de impeachment, por seu caráter de absoluta excepcionalidade, cabível apenas quando há provas incontestes de prática, pelo Presidente, de fato previsto no ordenamento como crime de responsabilidade, não pode se vulgarizar em instrumento rasteiro de disputas político-partidárias, permeado por interesses escusos, animado por sentimentos de vingança ou inconformismo com o legítimo resultado das urnas, ou mesmo de insatisfação com as decisões políticas do Governo.

Não se admite, em uma democracia plena, degenere-se o processo de impedimento em verdadeiro terceiro turno, uma sanção em busca de um culpado, uma pena na busca ávida por um pretexto que a legitime formalmente.

A distorção e a flexibilização dos graves e excepcionais requisitos para o processo de impeachment, de forma a que, com base em fundamentos meramente retóricos, alcancem as aspirações de grupos interessados em tomar o poder, constituem, em si mesmas, manobras que ofendem a Constituição e abrem perigosíssima via de acesso a práticas antidemocráticas e, por isso, autoritárias; um indesejável primeiro passo de retrocessos no árduo processo de consolidação de democracia, pelo qual tanto se lutou, iniciado com a promulgação da Constituição Federal de 1988.

Clama-se, então, ao Congresso Nacional que respeite a vontade dos eleitores  externada pelo voto nas eleições presidenciais de 2014 e não desvirtue o processo de impeachment para um instrumento golpista, tal como ocorreu recentemente em outros países da América Latina; clama-se, por fim, ao Supremo Tribunal Federal, caso necessário, que perdure impedindo que, por meio de verdadeiros malabarismos hermenêuticos, o impeachment torne-se medida banal e incompatível com uma democracia fundada na vontade popular.

São Paulo, 18 de dezembro de 2015.

Associação Juízes para a Democracia

Fonte: Justificando.

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Em defesa da desesperança, por Eliane Brum

Diante da atual conjuntura e de um ano que não acabará, é hora de superar a esperança

Em El País Brasil

A esperança é consenso. Ao mesmo tempo amálgama, exortação e virtude.  Aquele que acusa o outro de causar desesperança apresenta-se, ele mesmo, como um portador de esperança. Jamais, sob hipótese alguma, um desesperançado. O desesperançado é um pária político, é um pária social, é até mesmo um pária doméstico. O desesperançado não teria nada a oferecer a si mesmo, ao outro ou ao país. Só encontra alguma compaixão se, em vez de desesperançado, acatar o diagnóstico de “depressivo” e passar a consumir drogas lícitas para se “curar”. Aí, já não é mais desesperançado, mas “doente”. Para o doente, há perdão. (mais…)

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O Brasil não precisa [de usinas nucleares]

Por Joaquim Francisco de Carvalho*, no O Globo

Devido à desastrosa gestão imposta ao setor energético nestes últimos 12 anos, o racionamento de eletricidade só tem sido evitado pela queda da demanda, provocada pela recessão econômica. Mas isto não bastará para evitar apagões em futuro próximo, porque as mudanças climáticas comprometem a vazão dos rios e cerca de 70% da energia elétrica brasileira vêm de usinas hidrelétricas.

A bacia do São Francisco, por exemplo, está sendo devastada pela agropecuária, o que reduz a vazão dos rios, como aliás já se previa há mais de 40 anos. No entanto, em vez de agir no sentido de reverter esse processo, mediante o incentivo ao reflorestamento das nascentes e matas ciliares, o governo agrava-o, haja vista o disparatado projeto de transposição das águas daquele já minguante rio. Futuro sombrio também é previsível para as bacias do Tietê, Paraná, Paraíba e Iguaçu — e até para a Bacia Amazônica. (mais…)

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Infelizmente, Fachin é a grande decepção do ano no cenário jurídico

Por Brenno Tardelli, em Justificando

Foi um ano de muitas surpresas, sem dúvida.

No campo jurídico, no entanto, nada foi mais surpreendente do que a postura do ministro Edson Fachin no Supremo Tribunal Federal. Para quem não se lembra, o ministro passou por uma das mais difíceis sabatinas da história, com forte oposição e largo apoio de juristas de renome e de movimentos sociais, que buscavam alguém na Corte com um pensamento mais progressista. Ele já havia se candidato algumas vezes e despontava com alguns posicionamentos inovadores, principalmente na área de Direito de Família.

Eis que, depois de tanto desgaste, logo nos seus primeiros meses de corte, Fachin começou a estranhar quem havia lutado tanto para que ele ocupasse a vaga.  (mais…)

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Você conhece a história da primeira deputada negra do Brasil?

Por Fernanda Canofre, em Global Voices

Antonieta era menina pequena quando andava pela pensão da mãe tentando aprender as letras. Espiando os hóspedes-estudantes, de pouco em pouco se alfabetizou junto à irmã Leonor. Nem imaginava que seria por meio das letras que a professora Antonieta de Barros entraria para a história como a primeira deputada negra do Brasil. O ano era 1934 e não fazia nem 50 anos que a escravidão havia sido abolida.

Pouca gente conhece a história de Antonieta ou mesmo sabe quem foi ela. Em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, no Sul do país, ela aparece em nome de rua, escola, túnel e tem até um memorial. Ainda assim, como acontece com tantos nomes perdidos em placas, para muitos é só sinônimo de um endereço qualquer — algo que a cineasta Flávia Person decidiu mudar. (mais…)

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Partido da Mulher Brasileira não levanta a bandeira feminista

Para presidente do PMB, Suêd Haidar, missão do partido é aumentar a participação da mulher na política; dirigente é contra o aborto e condena debate sobre a violência contra a mulher nas escolas

Por Jessica Mota, na Agência Pública

Apesar de o momento político ter levado diversas mulheres a se manifestarem pela garantia dos seus direitos nas ruas e nas redes sociais – com as campanhas #primeiroassédio e #meuamigosecreto –, o recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB) não é feminista. “Ele é um partido feminino”, explica Suêd Haidar, presidente da legenda que surgiu há quase três meses, em 29 de setembro, em entrevista à Agência Pública. (mais…)

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Nota Pública – O momento político atual e a surdez do governo Dilma

“A Diretoria e a Coordenação Executiva Nacional da Comissão Pastoral da Terra – CPT vêm a público se manifestar sobre o grave momento da conjuntura nacional, cujo foco na polarização da crise política, em muito enviesada e distorcida, obscurece a percepção dos atuais conflitos violentos contra os povos do campo”. Confira a Nota da Comissão Pastoral da Terra sobre a atual conjuntura nacional:

CPT

O país viveu, neste ano de 2015, um período conturbado pela recessão econômica e pela crise política que encurralaram a presidência da República. A incompetência no enfrentamento da crise econômica, as denúncias diárias de corrupção que atingem o PT e aliados de seu governo de coalizão têm sido utilizadas pela oposição para uma busca ilegítima do poder que ameaça desestabilizar a ordem democrática. A corrupção, endêmica na vida política brasileira, é apresentada, sobretudo pelos meios de comunicação, como a maior e mais grave da história deste país.  Esquece-se que somente agora estes casos estão sendo investigados e punidos. (mais…)

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O governo enxergará sua única saída?

Há um golpe de Estado em curso, mas é difuso. Alastra-se como um câncer, alimentando-se da crise do Lulismo e da deriva neoliberal de Dilma. A chance de combatê-lo seria uma nova aliança

Por Felipe Amin Filomeno – Outras Palavras

A crise política por que passa o Brasil hoje é complexa demais para ser compreendida pelas formulações maniqueístas que predominam nos debates cotidianos. Tanto a tese da presidenta corrupta quanto a tese do golpe cuidadosamente orquestrado pela oposição são demasiado reducionistas. Há um golpe de Estado em curso, mas ele é difuso, paulatino e contingente. O golpismo atual é como um câncer para o governo Dilma: espalha-se de forma sorrateira de um setor para outro da sociedade, ora se retrai por causa de ações do governo e da mobilização de segmentos da sociedade civil, ora se fortalece pela ação dos partidos de oposição, do judiciário partidarizado, da mídia oligopolista e dos especuladores financeiros. É doença oportunista e difícil de tratar. (mais…)

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