AM – Visita da CNV aos waimiri-atroari ainda é incerta

Em 2003, os waimiri-atroari festejaram o nascimento do milésimo bebê, Iawyraky. Foto: Euzivaldo Queiroz

Elaíze Farias

Há três meses, a Comissão Nacional da Verdade criou uma comissão específica para investigar violações contra os índios do povo suruí, cuja terra está localizada no Pará, durante a ditadura militar. A psicanalista Maria Rita Kehl, que integra a CNV, já iniciou os diálogos com os jovens que vão ajudá-la nessa investigação, colhendo depoimentos dos indígenas suruí mais velhos.

No Amazonas, a expectativa é que uma comissão nesses moldes também seja desenvolvida junto aos índios waimiri-atroari, povo que, segundo relatos do indigenista Egydio Schwade, do antropólogo Stephen Baines, da jornalista Verenilde Pereira, e de tantos outros que trabalharam com este povo, também foram vítimas da ditadura. Há uma estimativa que duas mil pessoas da etnia tenham morrido durante o processo de ocupação de suas terras para construção da rodovia 174 e construção de empreendimentos para exploração e escoamento de minério dentro de suas terras.

Não faço parte do comitê no Amazonas da CNV, mas tenho acompanhado os debates, as deliberações dos seus integrantes, bem como as notícias referentes a estes debates. Uma dessas notícias era (ou é, depende ainda de decisões a serem tomadas) que Maria Rita Kehl viria a Manaus neste mês de fevereiro. O roteiro incluía reuniões em Manaus, em Presidente Figueiredo e, claro, em uma das aldeias do povo waimiri-atroari. A data prevista da visita estava marcada para os próximos dias 22 e 23.

Soube na semana passada que esse cronograma não está confirmado. O plano esbarra na dificuldade de organizar até o dia 22 os representantes das 30 aldeias waimiri-atroari, segundo explicações do coordenador do Projeto Waimiri-Atroari (PWA), Porfírio Carvalho, dado à CNV. (mais…)

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“Mensagem ao STF sobre denúncias Marãiwatsédé”

“Atuei como perita do juiz no processo de terras xavantes de Maraiwatsede, no Mato Grosso, entre 2005 e 2006, e desde então venho tentando ser ouvida quanto a denúncias envolvendo governador de estado, juízes, MPF, Funai e advogados dos réus, em irregularidades que testemunhei no exercício dessa função e ao longo dessa tentativa de denúncia. A condução deste processo é irregular, até mesmo por não ter indiciado governador de estado comprovadamente envolvido nos planos de invasão das terras indígenas em 1992, pouco depois da entrega do relatório de identificação, com financiamento de latifundiário da região que escondeu na sede da fazenda Suiá Missu, pouco antes, três sacos de crânios humanos. Os índios não tinham ninguém em sua defesa. Muito menos procuradores que agiram ativamente contra o interesse deles, até mesmo causando assassinato de dois sem terras, para atender esse propósito.

As denúncias de irregularidades foram encaminhadas muitas e muitas vezes, primeiro parceladamente, e depois sintetizadas em carta aberta, às mais diversas autoridades, incluindo juiz da Quinta Vara do MT e desembargadores do TRF1 e sua Corregedoria, MPF e Dra. Déborah Duprat, senador Pedro Taques, entreguei-a em mãos ao Ministro Gilberto Carvalho, há mais de oito meses, diante de uma plateia de estudantes de Direito que me apoiava no ato, encaminhei-as a Paulo Maldos, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e enfim, incontáveis tentativas de ser ouvida, já que se trata de denúncias gravíssimas.

Apesar de nunca ter conseguido que se tomasse qualquer providência, tive minha vida pessoal e familiar absolutamente destruída ao longo de sete anos de tentativa de interlocução com os Poderes Públicos para testemunhar sobre tudo que observei como perita neste processo e jamais pude voltar a atuar como antropóloga de forma remunerada, embora tivesse sido selecionada para seis cargos, cujos contratos depois não saíam, nem eu recebia resposta a minhas tentativas de obter explicações para isso. A verba de projeto elaborado por mim, aprovada, desapareceu, enquanto minha assinatura apareceu falsificada em prestação de contas. (mais…)

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Espanha: Marinaleda, uma cidade cooperativa onde a terra é de todos…

Marinaleda é uma cidade/município da província de Sevilha, Andaluzia, Espanha, que funciona como uma cooperativa agrícola de 2.650 pessoas. Patrocinado por: www.novacomunidade.org – O Modelo Cooperativo Familiar e www.mddvtm.org – Movimento de Democria Directa VTM.

“Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento”. (Carlos Bernardo González Pecotche)
“Um povo ignorante é um instrumento cego da sua própria destruição”. (Simón Bolivar)

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Dorothy Stang: Presente! (uma pequena homenagem – não carnavalesca – a uma grande mulher)

Por João Alfredo Telles Melo

Já neste último dia de Carnaval e me preparando para ir ao Sanatório Geral, no Benfica, me deparo, em meio a um rápido passeio nas postagens do Facebook, com a lembrança do martírio de Irmã Dorothy Stang, há oito anos atrás, em Anapu, no Pará.

Sou carnavalesco de criancinha, dos bailes do Líbano e dos Diários, do Corso da Dom Manuel, fico feliz que o Sanatório e o Luxo da Aldeia me relembrem os velhos e bons carnavais das marchinhas, mas, uma sombra de tristeza (como esse dia nublado de hoje) me atravessou nesta manhã quando fui relembrado de sua morte anunciada em 2005.

Digo anunciada, porque até as sumaúmas da Floresta Amazônica sabiam da trama de madeireiros e grileiros para calar a voz daquela missionária que lutava pelos projetos de desenvolvimentos sustentável de pequenos camponeses na região conflagrada de Altamira, no norte do Pará. Eu mesmo, à época Deputado Federal, junto com outros colegas parlamentares, acompanhamos Dorothy ao Ministério da Justiça na vã tentativa de sermos recebidos pelo então titular da pasta, Márcio Thomaz Bastos. (mais…)

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RJ – Quilombo da Marambaia, URGENTE!

Quilombo da Marambaia, urgente!

Informação enviada por Luciene Lacerda, por volta das 13:30h:

Recebi a informação de que moradores do Quilombo estão sendo retirados pela marinha e suas casas serão destruídas. No dia 22 de fevereiro terá uma audiência publica em Mangaratiba com secretário do Meio Ambiente e demais autoridades.

16:30 – A informação já tem algumas horas, e não se conseguiu mais contato, até agora. Mas o que se sabe é que alguns moradores já haviam sido retirados de suas casas, que seriam em seguida demolidas, e o mesmo estava acontecendo com outros. Não se tem notícia do que aconteceu ou está acontecendo com os moradores; se ficam na Marambaia (onde?) ou se estão sendo movidos para o continente. A única informação que a Marinha teria dado foi de que haveria uma reunião dia 22 com o Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc [?!], e outras autoridades.

Favor ler, a respeito:

Pedimos desculpas aos leitores deste blog: felizmente, não é necessário nos preocuparmos com o Quilombo da Marambaia

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“A guerra que você não vê” (The war you don’t see), de John Pilger

Neste documentário, John Pilger expõe como os grandes meios de comunicação dos países imperialistas (assim como seus representantes nos países periféricos) manipulam as informações com o objetivo de justificar suas guerras de rapina e outras políticas contrárias aos interesses das maiorias populares. John Pilger revela como estes meios agem de modo orquestrado para beneficiar as políticas imperialistas dos Estados Unidos, por exemplo, e de seus agentes no Oriente Médio (Israel).

A vida humana nada conta para estas potências imperialistas (ou sub-imperialistas) nem para a mídia que as defende. Nada está por cima dos interesses econômicos ou estratégicos militares dos estados e grupos econômicos que exercem a hegemonia política no planeta. As cenas das atrocidades cometidas no Iraque, no Afeganistão e na Palestina são amostras do grau de perversidade a que se pode chegar com o objetivo de garantir privilégios.

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Mães D´Água Yeyê Omó Ejá – (belíssimo, em 13 partes)

Mães D’Água – Yèyé Omó Ejá foi um concerto/show produzido pela Fundação Palmares para comemorar seus 22 anos, em 2010, numa celebração em homenagem a Iemanjá – a rainha do mar, segundo as religiões de matriz africana. No palco, sete incríveis cantoras negras – Daúde, Margareth Menezes, Mart´nália, Luciana Mello, Rosa Marya Colyn e Paula Lima. Trechos da fala de Mãe Railda, sacerdotisa do Ilê Axé Opô Afonjá – Ilê Oxum, de Brasília. Regente: Ângelo Rafael Fonseca. Acima, a Abertura Sinfônica – Marabô Iayô: Ponto de candomblé Ketu.  Abaixo, os demais vídeos. (mais…)

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“Nova pornografia” – Quando a tortura se torna um fato normal

Cena do filme "A hora mais escura"

Lúcia Guimarães – O Estado de S.Paulo

Cheguei a pensar que havia acordado na década errada. Seria fevereiro de 2003? Um documento obtido por um repórter atentava contra a Constituição e a língua inglesa, costurando um arrazoado para assassinar cidadãos americanos no exterior, se considerados um perigo iminente para a segurança americana. Definição de perigo iminente? Confie em nós, povo.

Grandes jornais confessaram que, há um ano, escondem dos leitores, a pedido da Casa Branca, o fato de que há uma base secreta na Arábia Saudita de onde decolam os drones, os aviões sem pilotos comandados por controle remoto. Os drones que matam não só os suspeitos de terrorismo no Paquistão, no Iêmen, na Somália, mas também civis transformados em dano colateral. (mais…)

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