Comitê da Verdade planeja visita a aldeia indígena no AM

Representante da Comissão Nacional da Verdade programa vir ao Amazonas para colher relatos sobre o massacre sofrido pelos Waimiri durante a construção da BR-174 (Manaus-Boa Vista).

Por  Alisson Castro

Manaus – A representante da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Maria Rita Kehl, deve vir ao Amazonas para visitar uma aldeia indígena do povo Waimiri Atroari, em Presidente Figueiredo, município distante 118 quilômetros de Manaus.

De acordo com o coordenador do Comitê Estadual da Verdade, Memória e Justiça no Amazonas, Egydio Schwade, a visita está programada para acontecer no final de fevereiro, na aldeia Yawará, localizada no quilômetro 285 da rodovia BR-174, que liga Manaus a Boa Vista/RR. “A proposta do convite é a representante da Comissão ouvir relatos dos indígenas que testemunharam as agressões e massacre vivenciados por eles próprios durante o regime militar sem intermediações de outras pessoas”, afirmou Schwade, que disse que a visita ainda será confirmada.

De acordo com o membro do Comitê Estadual, o jornalista Wilson Reis, a visita da representante da CNV inclui a participação em uma reunião no Sindicato dos Jornalistas no dia anterior à viagem para a aldeia. (mais…)

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MG – Assentada do MST agredida por milicianos da PM de Rio Pardo perde bebê

Nesta data (2 de fevereiro), recebo dos acampados do MST,  a triste informação de que EVA perdeu o bebê de 4 meses por aborto provocado após agressão dos milicianos da PMMG de Rio Pardo de Minas. BHZ, 02/02/2013.

Por Élcio Pacheco.

NA data de 31/01/2013, por volta das 22h40min, milicianos da PMMG, identificado apenas o PM HERBERT e outros, invadiram a residência do casal EVA/VALMIR, ela em estado de gravidez, com graves ameaças, procurando por ISAIAS DIAS DE OLIVEIRA, liderança do MST em  RIO PARDO DE MINAS/MG.

Anota-se que o PM HERBERT foi o mesmo que levou junto com o oficial de justiça a ordem de despejo do Juiz Octávio de Almeida Neves da Vara Agrária do Estado de Minas Gerais nas vésperas do natal de 2012.

A invasão da residência do casal EVA/VALMIR ocorreu tarde da noite, sem mandado judicial. Momento em que os milicianos atacaram EVA empurrando-a, tendo EVA perdido os sentidos e em seguida teve hemorragia com  sangramentos pela vagina, momento em que os milicianos a levaram e deixaram na porta do HOSPITAL TÁCITO DE F. COSTA no centro da RIO PARDO DE MINAS. EVA encontra-se internada, com  suspeita de aborto.  (mais…)

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Vazamento de óleo tóxico em Florianópolis põe saúde da população em risco

Por Elaine Tavares

O vazamento do óleo ascarel de uma estação desativada da Central Elétrica de Santa Catarina (Celesc), no bairro Tapera, em Florianópolis, está sendo considerado gravíssimo pela Federação das Entidades Ecológicas Catarinenses. Segundo o coordenador geral, Gert Shinke, as autoridades estão minimizando o problema e é fundamental que a comunidade se ocupe em exigir um monitoramento contínuo sobre toda a área afetada por pelo menos cinco anos. Gert afirma que os laudos apresentados pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), que apontam não haver contaminação pelo ascarel na baía, não podem ser considerados conclusivos. “Esse óleo leva certo tempo para se infiltrar e é quase certo que agora os laudos não apontarão nada. Os efeitos aparecem mais tarde, quando todo mundo já tiver esquecido o caso”.

O óleo ascarel pertence ao grupo de compostos orgânicos sintéticos conhecidos como PCBs. Eles não são biodegradáveis e tem efeito cumulativo nos tecidos vegetais e animais. Esse tipo de produto é usado em transformadores, desses usados pela Celesc, mas também podem ser usados em outros equipamentos. A preocupação da FEEC é justamente saber onde mais existe esse óleo e em que condições ele está acondicionado. No caso desses 12 mil litros que vazaram, é certo que estavam sem qualquer proteção e sem que se levasse em conta a periculosidade. “A sorte foi que o funcionário percebeu que havia algo errado e procurou os técnicos da universidade que trabalham ao lado do galpão da Celesc. Ainda assim, o produto vazou por mais de dois meses, e os efeitos disso podem ser muito perigosos para toda a cadeia de vida da região”.

Conforme o coordenador da FEEC a contaminação vai se dando muito lentamente e, depois, pode se alojar nos animais, nas plantas e consequentemente nas pessoas que comerem esses produtos. Também pode contaminar a água e todo o subsolo. “O problema é que esse produto é altamente tóxico e a ingestão de quantidades microscópicas já é um problema. Isso vai acumulando no organismo e pode gerar problemas por gerações”.     (mais…)

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MPF e Defensoria Pública vão acompanhar impactos sociais das obras da Copa em São Paulo

Camila Maciel, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública Estadual vão acompanhar os impactos sociais provocados pelas obras da Copa do Mundo de 2014 na capital paulista. Em audiência pública hoje (2), na Câmara Municipal, comunidades que estão sendo removidas para dar passagem aos empreendimentos disseram aos órgãos que os mecanismos usados para compensá-los, como auxílio-aluguel e indenização, na verdade, têm contribuído para aumentar o déficit habitacional da cidade.

A família da consultora de seguros Sandra da Silva, 40 anos, está entre as afetadas pelas obras, pois mora no caminho do traçado Linha 17 – Ouro da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que ligará, entre outros pontos, o Aeroporto de Congonhas ao bairro Morumbi. Ela relata que a oferta de uma indenização de R$ 113 mil ou de auxílio-aluguel de R$ 400, enquanto aguarda a construção de conjunto habitacional, não é viável, tendo em vista que os valores não são suficientes para que ela permaneça na área onde mora hoje.

“Aqui [comunidade Comando, no bairro Campo Belo, zona sul] é muito valorizado e vai valorizar ainda mais. É perto do aeroporto e ainda vai ter metrô. Moro aqui desde que nasci e quero continuar, mas com esse valor é impossível. Se pelo menos eu e meu marido estivéssemos empregados, a gente complementava o valor do aluguel até receber o apartamento, mas estou de mãos atadas agora. Se aceitar a indenização, vou ter que morar muito longe”, relatou. (mais…)

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PI – Dez anos depois, Guaribas deixa para trás título de cidade mais pobre do país

Lucas Rodrigues, da EBC, em Guaribas (PI)

Guaribas (PI) – Lançado no dia 3 de fevereiro de 2003, no município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, o Programa Fome Zero foi criado com o objetivo de erradicar a miséria, com a transferência de renda e garantindo o alimento para as famílias que viviam na extrema pobreza. Hoje, o Brasil ainda tem pelo menos 5,3 milhões de pessoas sobrevivendo com menos de R$ 70 por mês, diferentemente do início dos anos 2000, quando eram 28 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza.

Nos último dez anos, esse número vem diminuindo. Em parte, por causa de políticas públicas de ampliação do trabalho formal, do apoio à agricultura e da transferência de renda. Hoje, a iniciativa, que ganhou o nome de Bolsa Família, chega a quase 14 milhões de lares. Ela nasceu do Programa Fome Zero, criado para garantir no mínimo três refeições por dia a todos os brasileiros. E foi do interior do Nordeste que essa iniciativa partiu para o restante do país. (mais…)

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Carta Aberta da Federação da Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN

O choro das mães ecoa pelas aldeias Hup. É ensurdecedor. Os pais carregam suas filhas nos braços. O cemitério abre-se novamente. São mais duas crianças. Duas meninas que vimos sorrir, falar e andar pelas casas. Começavam a conhecer o mundo, os rios, os caminhos da mata. Começavam a brincar. Receberam seus nomes ancestrais escolhidos cuidadosamente por seus avós. Suas almas, recém chegadas do Lago de Leite, foram protegidas contra todas as doenças causadas pelas gentes-peixe, pelo Trovão, pelas gentes-cobra. Infelizmente, não resistiram às “doenças dos brancos”. A gripe e a diarreia, a falta de medicamentos e atendimento médico, a sempre “falta de combustível” e a discriminação étnica venceram mais uma vez. Todos se reúnem em torno dos pequenos corpos. Abrem a cova. E choram. Choram ao ver crescer o /Dö’däh höd/, o cemitério das crianças. Choram ao ver crescer sua tristeza e revolta. Jovino, Agente Indígena de Saúde (AIS) diz “não conseguimos segurar a vida”. Assim como os Hupd’äh, nós, médicos, enfermeiros, lideranças indígenas, pesquisadores, políticos não conseguimos segurar as vidas.

Fatigados de relatórios, cansados de documentos enviados às instâncias competentes, viemos a público denunciar a situação crônica vivenciada pelas populações indígenas no Alto Rio Negro, Amazonas, no que tange à assistência em saúde.

A evasão gradual das ações do Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro (DSEI-RN) desde 2008 desenha um quadro epidemiológico desolador entre os 23 povos que habitam o maior mosaico de terras indígenas do país. Sintomas clínicos como diarréias, facilmente tratáveis, transformam-se em enfermidades graves e levam dezenas de crianças menores de cinco anos a óbito. Baixo peso em poucas semanas vira desnutrição aguda. Constipações comuns na infância indígena tornam-se pneumonias e matam outras dezenas de crianças. (mais…)

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Nova manifestação defende permanência dos índios na Aldeia Maracanã

Tânia Rêgo/ABr - Rio de Janeiro - Políticos, representantes da sociedade civil e índios promoveram nova manifestação em defesa da manutenção da Aldeia Maracanã no prédio do antigo Museu do Índio, nas proximidades do Estádio Maracanã, na zona norte da cidade.

Nielmar de Oliveira, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Políticos, representantes da sociedade civil e índios promoveram hoje (2) nova manifestação em defesa da manutenção da Aldeia Maracanã no prédio do antigo Museu do Índio, nas proximidades do Estádio Maracanã, na zona norte da cidade. O prédio estava ameaçado de demolição para a construção de um estacionamento no local.

O movimento teve como tema Não à Remoção da Aldeia Maracanã. O objetivo foi manter a sociedade civil mobilizada em torno da causa, deflagrada quando foi anunciada a demolição do prédio, ocupado desde 2006 pelos índios. A manifestação foi convocada, principalmente, pela internet. Na mensagem, os organizadores defendiam a necessidade de, “juntos, mostrar ao mundo que a Aldeia Maracanã continua a sua luta pela resistência à desocupação do edifício. (mais…)

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