PF continua buscas pelo corpo de cacique assassinado em MS

A Polícia Federal (PF) continua com as buscas pelo corpo do cacique Nísio Gomes, desaparecido desde novembro do ano passado, apesar do inquérito sobre o crime ter sido concluído e enviado ao Ministério Público na semana passada. Neste domingo, uma equipe de agentes federais faz buscas em uma área perto da fronteira com o Paraguai.

O cacique foi morto no dia 18 de novembro, durante um ataque ao acampamento indígena Guayviry, situado no município de Aral Moreira (MS), que fica na fronteira. A PF contou com os depoimentos de duas testemunhas que obtiveram o benefício da delação premiada para concluir que o cacique foi assassinado no ataque.

Uma das testemunhas confessou ter carregado o corpo do cacique e deu detalhes sobre o ferimento causado por tiro na região das axilas. De acordo com a PF, os relatos das duas testemunhas coincidem com os indícios levantados pela perícia realizada no acampamento e com as informações prestadas por parentes do cacique. O filho e o neto de Nísio Gomes presenciaram sua execução e também viram o corpo ser retirado do local em uma caminhonete.

Mesmo sem encontrar o corpo, a PF concluiu o inquérito sobre o ataque. O Ministério Público deve oferecer denúncia na semana que vem. As investigações apontam que houve um consórcio entre fazendeiros locais que contrataram uma empresa de segurança privada de Dourados (MS) para expulsar os índios do acampamento. O ataque ocorreu devido a conflitos fundiários. O acampamento indígena localizava-se em uma fazenda arrendada para o plantio de soja, cuja propriedade é objeto de questionamento na Justiça. (mais…)

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O general francês que veio ensinar a torturar no Brasil

Eduardo Febbro – Paris

“A tortura é eficaz, a maioria das pessoas não aguenta e fala. Depois, da maioria dos casos, nós os matávamos. Por acaso isso me colocou problemas de consciência? Não, a verdade é que não”. O autor dessa “confissão” é uma peça-chave da estratégia repressiva de prisões, torturas e desaparecimentos aplicada no sul da América Latina a partir dos anos 70. Trata-se do general francês Paul Aussaresses, ex-adido militar francês no Brasil (1973-1975), chefe do batalhão de paraquedistas, ex-combatente na Indochina, ex-membro da contra espionagem francesa, herói da Segunda Guerra Mundial, fundador do braço armado dos serviços especiais, promotor do uso da tortura durante a guerra colonial na Argélia e, sobretudo, instrutor das forças especiais norte-americanas em Fort Bragg, o famoso centro de treinamento da guerra contra insurgente, e no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, criado por oficiais brasileiros formados na não menos famosa Escola das Américas, onde se formaram todos os militares latino-americanos que cobriram de sangue os anos 60, 70 e 80.

Paul Aussaresses é uma das espinhas dorsais da exportação da tortura e dos desaparecimentos, dois modelos herdados da guerra da Indochina a da Argélia e difundidos depois em todo o continente americano por um compacto grupo de oficiais francesas do qual Aussaresses foi um dos mais ativos representantes. Paul Aussaresses abriu muitos de seus segredos em várias ocasiões: em 2000, em uma explosiva entrevista publicada pelo Le Monde, onde reconheceu o uso da tortura; em três livros, “Não disse tudo, últimas revelações a serviço da França” (2008), “Serviços especiais, Argélia 1955-1957, meu testemunho sobre a tortura” (2001), “Por França, serviços especiais 1942-1954” (2001); e ainda em um documentário filmado em 2003 por Marie-Monique Robin, “Esquadrões da Morte, a escola francesa” (ver vídeo abaixo). (mais…)

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Perú – Nuevo documental muestra la cosmovisión de los pueblos awajún y wampís: “APASH – los de fuera”

Longo, mas vale a pena! Belíssima denúncia, inclusive da ação brasileira na região. E a concepção de mundo dos Povos Indígenas peruanos, com os pés firmemente plantados na realidade, é emocionante.  TP.

Servindi, 21 de julio, 2012.- Un documental elaborado por Cora Peña muestra la selva del Alto Marañón, territorio de los pueblos Awajún y Wampís, donde “no han dejado pasar prácticamente a nadie en mil años, así que le tenemos que agradecer a la globalización por poder ver todo esto porque no lo consiguieron ni incas, ni conquistadores españoles, ni caucheros…” narra la producción.

Compara la vida tradicional con las influencias actuales, donde los de afuera, los apash, han entrado y van poblando y fomentando actividades extractivas como madereras, petroleras y gasíferas. (mais…)

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Argentina: Acampe contra la megaminería

Por Darío Aranda

21 de julio, 2012.- Asambleístas de todo el país reclaman por el fin de los proyectos extractivos a cielo abierto. Desde el lunes hacen un bloqueo selectivo de camiones que abastecen a la Minera Alumbrera. La protesta es por tiempo indeterminado.

Cerro Negro, pequeña localidad del oeste de Catamarca, se convirtió en el epicentro de la lucha contra la megaminería. Desde el 9 de julio se mantiene un acampe de asambleístas de todo el país y el lunes pasado se transformó también en bloqueo selectivo de camiones que abastecen a Minera Alumbrera, el yacimiento que desde hace quince años extrae cobre y oro.

“Sabemos bien lo que es la megaminería, nadie nos contó, sino que lo vivimos en carne propia, porque desde años padecemos a la Alumbrera. Por eso decimos no a la megaminería, basta de este modelo extractivo que contamina, reprime y mata”, resumió Juanjo Rodríguez, desde el bloque catamarqueño bautizado Acampe Nacional Contra la Megaminería. (mais…)

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Polícia Militar de São Paulo mata mais que a polícia dos EUA

Em cinco anos, a PM do Estado de São Paulo matou quase nove vezes mais do que a polícia norte-americana

Dados obtidos pela Folha mostram que, de 2006 a 2010, 2.262 pessoas foram mortas após supostos confrontos com PMs paulistas. Nos EUA, no mesmo período, conforme dados do FBI, foram 1.963 “homicídios justificados”, o equivalente às resistências seguidas de morte registradas em São Paulo.

Analisando as taxas de mortos por 100 mil habitantes, índice que geralmente é usado para aferir a criminalidade e comparar crimes em regiões diferentes, constata-se que no Estado de São Paulo, com população de 41 milhões de habitantes, a taxa é de 5,51. Já nos EUA, onde há 313 milhões, a taxa é de 0,63.

Os números mostram que mesmo adotando técnicas de redução de letalidade, a PM paulista ainda mata muito. O método Giraldi, que orienta o PM a atirar duas vezes e parar, tem sido deixado de lado. Especialmente desde a segunda quinzena de junho, quando a tropa entrou em alerta, após a morte de oito policiais militares. (mais…)

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De professor a “super-herói”: Forma de abordagem em sala de aula ajuda a afastar a violência

Convívio. Sala de aula também é espaço para o “acolhimento da dor do outro”, conforme a professora Maria Laura Rosa. Fotos: Samuel Aguiar.

Luciene Câmara, para O Tempo

“Como que se resolve um problema?”, perguntou a professora Maria Laura de Abreu Rosa, 50, para uma sala de 25 alunos do 1º ano do ensino fundamental. A resposta saiu rápida e em coro: “Olhando nos olhos e pedindo perdão”. Foi assim que a turma solucionou um pequeno conflito entre duas estudantes, que tinham se desentendido ao disputarem uma boneca. É a partir de ensinamentos assim e da observação constante que educadores têm ajudado cada vez mais crianças e adolescentes a lidarem com as dificuldades e os perigos que rondam a juventude.

O número de desaparecimentos, por exemplo, mostra como esse público é vulnerável à violência. De 2006 a julho deste ano, 4.880 pessoas de zero a 17 anos desapareceram de seus familiares em Minas Gerais, uma média de dois casos por dia, de acordo com a Polícia Civil. O preconceito racial também fez 129 vítimas só neste ano. Isso sem falar da violência doméstica e da pedofilia – os dados não foram divulgados pela Secretaria de Estado de Defesa Social – além do bullying e da homofobia, que ainda não são registrados com tais nomeações pela corporação. (mais…)

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Avanços e desafios do ECA nestes 22 anos

“É preciso que o ECA chegue aos quatro cantos do país abrangendo inclusive outros grupos populacionais, como quilombolas e indígenas, historicamente excluídos desse processo. Muitos falam que o ECA é uma utopia, que é inadequado. Isso não é verdade. O que existem são políticas inadequados que não dão conta de garantir o direito dessas crianças e adolescentes”.

Diário do Pará

Cada criança e adolescente tem o direito de sobreviver e se desenvolver, de aprender, que possam crescer sem violência; que estejam protegidas do vírus HIV/Aids, sendo prioridade absoluta nas políticas públicas. Garantir esses direitos é uma da missões do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil e que na Amazônia ganha uma dimensão muito maior face aos graves problemas que crianças e adolescentes enfrentam na nossa região.

No último dia 13 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 22 anos. A despeito dos avanços nas conquistas e na redução patente de índices sociais negativos, é fato que ainda há muito o que fazer na defesa das crianças e adolescentes no Brasil.

O Unicef é um organismo parceiro do poder público na implementação de políticas em defesa das crianças e dos adolescentes. O fundo existe em 151 países no mundo e está no Brasil desde 1950, sendo pouco mais de 20 anos na Amazônia, onde mantém três escritórios centrais: o de Belém, com jurisdição nos Estados do Pará, Amapá, Tocantins e Mato Grosso; o de Manaus com atuação no Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia; e o de São Luís, abrangendo a plataforma dos nove estados da Amazônia Legal Brasileira. Antônio Carlos Cabral, Oficial de Desenvolvimento Infantil para a Amazônia Legal, falou essa semana ao DIÁRIO sobre o ECA, suas conquistas e seus desafios. (mais…)

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