Campesinos exigem providências do governo após ataque na comunidade El Tumbador

Tatiana Félix

Adital – Após o ataque contra campesinos ocorrido na última segunda-feira (15), na comunidade de El Tumbador, localizada em Trujillo, departamento de Colón, em Honduras, a Central Nacional de Trabalhadores do Campo (CNTC), a Associação Nacional de Campesinos Hondurenhos (ANACH), afiliadas à Via Campesina Internacional e demais entidades defensoras dos direitos humanos e do povo campesino, emitiram um comunicado anteontem (16), confirmando a morte de 5 integrantes do Movimento Campesino de Aguán (MCA).

Teodoro Acosta, Raúl Castillo, Ignacio Reyes, Siriaco de Jesus Muñoz e José Luis Sauceda foram as vítimas fatais do ataque. Além deles, outras 4 pessoas ficaram feridas e 2 estão desaparecidas. Os campesinos afirmam que o atentado na comunidade de El Tumbador aconteceu a mando do proprietário de terras Miguel Facussé.

Diante do episódio, os movimentos exigem que o Ministério Público investigue a profundidade dos ataques, assim como os outros assassinatos que foram cometidos contra o povo campesino e que os responsáveis tanto materiais, como os intelectuais de todos estes crimes, sejam punidos.

Eles pedem ainda ao governo do país que resolva o conflito agrário de Aguan, por meio do Instituto Nacional Agrário (INA), para evitar que outras vidas sejam perdidas. “As organizações campesinas condenam estes ataques contra indefesos companheiros campesinos que sua única luta é poder adquirir um pedaço de terra para a sobrevivência de sua família”, reiteram.

No comunicado, os movimentos campesinos rechaçaram a atitude da polícia e do exército hondurenho alegando que as duas corporações têm conhecimento da existência de grupos de extermínio que trabalham para proprietários de terras na zona de conflito, mas que não fazem nada para mediar, nem para evitar os ataques e o derramamento de sangue.

O Observatório Ecumênico para os Direitos Humanos em Honduras (OEDH) também se manifestou e defendeu a integração de uma Comissão Especial de representantes do corpo diplomático e organismos defensores de direitos humanos para documentar e registrar os atos e denunciar formalmente os culpados dos crimes. De acordo com o Observatório, esta Comissão contribuiria para prevenir e evitar outros atos de repressão e perseguição contra os líderes campesinos.

“Nossa função seria de escudos protetores e observadores permanentes de direitos humanos na região, devidamente acreditados, reportando cada incidente a um centro integrado de informação para sua difusão nacional e internacional”, explicou.

A organização Artistas em Resistência (AenR), indignada com o massacre contra o povo campesino, convocou a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP), as organizações populares do país e toda a comunidade que se unam para fazer um boicote contra as empresas e produtos Issima, de propriedade de Miguel Facussé Barjúm, acusado de ser o mandante dos crimes.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=52428

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