Perú: Foro de pueblos indígenas sobre minería, cambio climático y buen vivir

Servindi – Del 18 al 20 de noviembre se desarrollará el foro “Minería, Cambio Climático y Buen Vivir” en las instalaciones del Museo de la Nación, de Lima. Organiza la Coordinadora Andina de Organizaciones Indígenas (CAOI).

Uno de los objetivos de la actividad es “organizar un gran frente mundial por el Buen Vivir y la defensa de la Madre Naturaleza frente a la creciente amenaza del extractivismo minero y la crisis climática”.
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Tem início o III Encontro Continental do povo Guarani


Encontro tem por objetivo reafirmar atuação para que os direitos dos povos Guarani sejam garantidos
Por Cleymenne Cerqueira e Paul WatersDe Asunción, Paraguay


Dança, alegria e rezas ao deus Ñanderu marcaram o início do III Encontro Continental do Povo Guarani, no Seminário Metropolitano, na cidade de Assunção, Paraguai. O encontro, que tem como tema “Terra, território, autonomia e governabilidade”. Participam do encontro indígenas do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. O evento segue até a próxima sexta-feira, 19 de novembro.

Após os rituais de iniciação do evento, foram lidas as memórias do I e II Encontro Continental do Povo Guarani, realizados no Rio Grande do Sul, nos anos de 2006 e 2007, respectivamente. O encontro é uma iniciativa frente a necessidade de uma maior articulação, reflexão e ação sobre a situação atual em que se encontram os povos Guarani desses quatro países.

O objetivo geral do encontro é incidir para que os direitos dos povos indígenas, constituídos nas constituições nacionais e convenções internacionais e ratificados por esses países, sejam de fato cumpridos. A principal bandeira de luta do movimento indigenista é justamente trabalhar para que o direito dos indígenas a terra seja garantido.

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Escola do MST tem excelente nota no ENEM em Santa Catarina

Na Escola Semente da Conquista, localizada no assentamento 25 de Maio, em Santa Catarina, estudam 112 filhos de assentados, de 14 a 21 anos. A escola é dirigida por militantes do MST e professores indicados pelos próprios assentados do município de Abelardo Luz, cidade com o maior número de famílias assentadas no estado. São 1418 famílias, morando em 23 assentamentos.

A escola foi destaque no Exame Nacional do Ensino médio (Enem) de 2009, divulgado na pagina oficial do Enem. Ocupou a primeira posição no município, com uma nota de 505,69. Para muitos, esses dados não são mais do que um conjunto de números que indicam certo resultado, mas para nós, que vivemos neste espaço social, é uma grande conquista.

No entanto, essa conquista, histórica para uma instituição de ensino do campo, ficou fora da atenção da mídia, como também pouco reconhecida pelas autoridades políticas de nosso estado. A engrenagem ideológica sustentada pela mídia e pelas elites rejeita todas as formas de protagonismo popular, especialmente quando esses sujeitos demonstram, na prática, que é possível outro modelo de educação.
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Conceição das Crioulas: campanha para os acidentados e familiares dos mortos

No dia 10, quarta-feira passada, três pessoas morreram e pelo menos dez ficaram feridas em um grave acidente, na BR-116, na curva da Serra do Boi Morto, próximo à entrada do Quilombo de Conceição das Crioulas. Todas as vítimas são do Quilombo e estavam indo para Salgueiro, para participar de um encontro de Formação de Professores.

O veículo no qual viajavam capotou diversas vezes, e três pessoas morreram: a professora Rosa Doralina Mendes, de 56 anos; Girlene Rosa da Silva, de 23; e a artesã Luiza Maria de Oliveira Silva, de 53 anos. O motorista José Alfredo e os passageiros Maria da Penha da Silva, Lindiney Maria, Amanda Karoline, Edina Eliane, Jacilene Valdeci Oliveira e Fabiana Ana foram levados para o Hospital Regional de Salgueiro, e Maria Lúcia da Silva, para o Pronto Socorro. Valdeci Maria da Silva foi levada para o Hospital da Restauração, em Recife, e Antonio Francisco de Oliveira teve de ser transferido para o Hospital de Traumas de Petrolina.

A comunidade está solicitando apoio não só em termos de solidariedade emocional, como também sob a forma de doação de sangue e de ajuda para apoiar as famílias dos mortos e dos feridos.  Abaixo, detalhes para quem puder ajudar com doações em dinheiro:

TITULAR: ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA DE CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS-AQCC

BANCO DO BRASIL – AGÊNCIA: 0870-2 – CONTA CORRENTE: 12.062-6 – CNPJ: 04.521.261/0001-08.

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Para entender melhor o caso Monteiro Lobato

Para quem não estava acompanhando a discussão sobre o uso dos livros de Monteiro Lobato nas escolas públicas, como leitura para crianças das primeiras séries, republicamos abaixo a notícia do dia 6 de novembro, do Correio Brasiliense, na qual é introduzida a sugestão de uma nota de esclarecimento sobre a questão do racismo nas obras do autor, a exemplo do que já fora feito em relação a animais em extinção. E, em seguida, a manifestação da Academia Brasileira de Letras, que curiosamente transforma a proposta de uma nota em censura e “banimento” do autor, dando início a uma série de artigos e declarações de escritores diversos que, aparentemente, também não se deram ao trabalho de se informar antes de se pronunciar sobre o assunto. TP.

CNE mantém decisão de notificação sobre preconceito em obra de Lobato

Larissa Leite – Publicação: 06/11/2010

Racismo e censura. Os dois temas mais do que polêmicos envolveram, na última semana, os debates acerca da obra Caçadas de Pedrinho, do escritor Monteiro Lobato. Afinal, há racismo na obra? Se existe, o que fazer em relação a isso? Sugerir a exclusão da utilização oficial do livro ou a inclusão de uma nota explicativa seria um ato de censura? Os questionamentos foram feitos a partir de posicionamento do Conselho Nacional de Educação (CNE) a respeito da obra — na qual o órgão identificou a presença de “estereótipos raciais”. A posição recebeu críticas de estudiosos e não foi respaldada pelo Ministério da Educação (MEC). No entanto, a discussão a respeito do clássico infantil, publicado em 1933, parece longe do fim: a despeito da posição contrária do MEC, o CNE — que tem a atribuição de assessorar a pasta — informou que o argumento em relação à obra não irá mudar: a defesa de, pelo menos, incluir uma nota sobre a existência de racismo — já defendida em parecer não homologado — está mantida. E o Ministério da Educação está convidado a novo debate. (mais…)

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A História da Austeridade, por Boaventura de Sousa Santos

A recente reunião do G-20 em Seul foi um fracasso e mostrou que a ordem econômico-financeira criada no final da Segunda Guerra Mundial está colapsando, indicando no horizonte a eclosão de graves conflitos comerciais e monetários. Por toda a parte, os cidadãos vão são sendo bombardeados pelas mesmas ideias de crise, de tempo de austeridade, de sacrifícios compartilhados. O que não é dito é mque a crise foi provocada por um sistema financeiro desregulado, chocantemente lucrativo e tão poderoso que, no momento em que explodiu e provocou um imenso buraco financeiro na economia mundial, conseguiu convencer os Estados (e, portanto, os cidadãos) a salvá-lo da bancarrota e a encher-lhe os cofres sem lhes pedir contas. O artigo é de Boaventura de Sousa Santos:

A recente reunião do G-20 em Seul foi um fracasso total. Chegou a ser constrangedora a perda de credibilidade dos EUA, como suposta economia mais poderosa do mundo, e o modo como tentaram acusar a China de comportamentos monetários afinal tão protecionistas quanto os dos EUA. A reunião mostrou que a “ordem” econômico-financeira, criada no final da Segunda Guerra Mundial e já fortemente abalada depois da década de 1970, está a colapsar, sendo de prever a emergência de conflitos comerciais e monetários graves. Mas curiosamente estas divergências não têm eco na opinião pública mundial e, pelo contrário, um pouco por toda a parte os cidadãos vão sendo bombardeados pelas mesmas ideias de crise, de tempo de austeridade, de sacrificos repartidos. Há que analisar o que se esconde por detrás deste unanimismo.

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Olurun Eke e a República incompleta

No Dia da Consciência Negra, é preciso repudiar a História do Brasil como um suceder de arranjos, combinações, “jeitinhos” em que o conflito nunca aparece ou, se vem à tona, é considerado como “coisa externa à nossa gente”.

Gilson Caroni Filho

Ao incluir o Dia da Consciência Negra no calendário escolar, a lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, não propiciou apenas um resgate da história dos povos negros. Foi bem além. Ensejou a necessidade de um novo olhar sobre culturas que, ao contrário da postulação ocidental, não colocam a questão da Verdade, de conteúdos absolutos e inarredáveis, de essências escondidas atrás de formas ou aparências. Sua riqueza é de outra ordem. E talvez este seja o significado mais profundo do dia 20 de novembro: memória e resistência como possibilidades históricas. (mais…)

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Brasil: A consciência negra

Alexandre Braga

A cada ano, no dia 20 de novembro, o Brasil celebra, comemora, protesta e entra definitivamente na sua conscientização negroide, isso quer dizer, celebramos o dia da consciência negra. Alexandre Braga, ativista do movimento, vem contribuir com um texto sobre tal assunto. Esse fato venceu as teses morenistas, que pregavam que seríamos uma nação atrasada por causa da nossa herança africana ou porque uma possível ascendência negra iria nos envergonhar. Todo esse repertório falacioso perdeu força e caiu no desgosto da população, apesar de se passarem tantos anos de exclusão étnica.

O Brasil celebra, comemora, protesta e entra definitivamente na sua conscientização negroide. Esse fato venceu as teses morenistas, que pregavam que seríamos uma nação atrasada por causa da nossa herança africana ou porque uma possível ascendência negra iria nos envergonhar. Todo esse repertório falacioso perdeu força e caiu no desgosto da população, apesar de se passarem tantos anos de exclusão étnica. Hoje, a consciência negra, que virou uma agenda pública mensal, significa o reconhecimento dessa importante herança negra para o sucesso societário brasileiro. (mais…)

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IBGE indica que 226 mil famílias ainda não têm acesso ao programa

Existem pelo menos 226 mil famílias pobres no País com direito a receber benefícios do Bolsa- Família, mas ainda sem acesso ao programa de transferência de renda. São pobres cuja existência é indicada por estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas que não são localizados pelas prefeituras municipais, responsáveis pelo cadastramento dos beneficiários do programa.

A reportagem é de Marta Salomon e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 16-11-2010.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, o maior número de vagas está concentrado em São Paulo. São quase 319 mil vagas para jovens no Estado com a mais baixa cobertura no país: 77,93% do número estimado de pobres recebe o benefício, de acordo com o levantamento mais recente da pasta.
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Monteiro Lobato, Lya Luft e Minha Sensibilidade

Duas observações: o texto abaixo, assim como o diálogo que a autora estabelece, na segunda parte, com um artigo da escritora Lya Luft, são longos mas extremamente ricos; e os destaques em negrito são meus. TP.

Katia Costa-Santos

Este ano eu iniciei um texto que intenciono postar aqui sobre a mais completa ignorância e desinformação em que cai a grande maioria dos intelectuais, pensadores, dramaturgos, ficcionistas não-negros brasileiros quando o assunto são as relações raciais no Brasil – ele já existe e virá assim que fizer os arremates. É impressionante! Não importa o quão brilhante essas pessoas sejam. Quando se trata das sensibilidades do negros brasileiros nenhum deles ou delas pensa duas vezes: calçam suas botinas de sinhozinhos e sinhazinhas e pisoteiam essas sensibilidades outras como quem destrói erva daninha, com aquela pisada forte, “se deixar crescer e se espalhar não terá mais jeito!” E eles têm razão. Porque ser negro brasileiro é, muitas vezes, ser negro retinto e passar por uma catarse qualquer na vida adulta e descobrir, neste lance, que se é negro – graças às Deusas não é o meu caso, minha família não tinha espaço pra essa disfunção, tínhamos outras, não essa. Assim como, uma vez que “se vê a luz”, não há mais caminho e volta. É por isso que às vezes esses “novos negros” se refugiam no seio branco da sociedade – quando têm cacife para tanto – e afastam-se completamente de qualquer relação direta com negros e negras, especialmente, porque não têm resistência, estrutura psíquica para seguirem “se olhando no espelho”, agora que a venda caiu, a que cobria seus olhos. E eu acho, sinceramente, que este é um direito que lhes cabe. Ninguém pode ou deve se meter, cada um sabe de si.

Mas o problema, para os donos das botinas — aquelas que herdaram de seus antepassados escravocratas, junto com os outros capitais da família – é que quando a clareza sobre o racismo brasileiro e suas artimanhas, camadas, implicações e alcance vira bússola e holofote a história é outra. É por isso que digo que os pisoteadores de sensibilidades negras têm razão quando nos massacram como a ervas daninhas: eles sabem que este é um caminho sem volta: a verdade de que nós negros brasileiros sempre fomos “coisas” prestadoras de serviços e ilustrações sem importância do cenário cultural brasileiro como um todo. Até os criadores e criadoras bem intencionados desse país defecaram em nossas sensibilidades, humanidades. E continuam a fazê-lo. Até porque, “todos sabem como se trata os pretos!” Inclusive os pretos fujões, aqueles que fogem do espelho, e é por isso que os respeito, porque sei que ninguém tem o direito de enfiar ninguém numa luta covarde, perversa, e esquizofrênica como essa dos negros brasileiros contra o racismo à brasileira. (mais…)

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