Defensoras de Direitos Humanos denunciam perseguição no país

Tatiana Félix

Adital – Como resultado do Encontro Nacional de Defensoras de Direitos Humanos que aconteceu no México de 14 à 16 de outubro, mais de 60 ativistas de diversos setores e movimentos sociais mexicanos, divulgaram uma declaração onde denunciam a violação de direitos, o ataque e a perseguição sofridas pelas mulheres militantes no país. “Aumentaram o risco e os ataques contra as defensoras de direitos humanos de todo o país, sendo particularmente preocupante a situação das defensoras nos estados como Chihuahua, Monterrey, Oaxaca, Chiapas e Guerrero, assim como os repetidos e crescentes ataques contra defensoras de direitos humanos que denunciam casos de feminicídio”, afirmam no documento.

Segundo as defensoras, as mulheres que trabalham nos centros de refúgio que atendem mulheres vítimas de violência; aquelas que defendem a autonomia reprodutiva, as famílias de pessoas presas, perseguidas e desaparecidas por motivos políticos; além das defensoras indígenas e as ativistas das comunidades LGBT, também têm sofrido constantes ataques repressivos. Elas ressaltam que se “limitaram o exercício de nossa cidadania e se agravou a cultura do machismo, misoginia e discriminação contra as mulheres”. Elas denunciam ainda que a fragilidade da democracia e o estado de direito, a impunidade, a corrupção e as violações de direitos acontecem desde a participação do exército na área de segurança pública, até na proteção dos interesses privados que violam direitos econômicos, sociais e culturais, entre outros.

Por causa destas e outras situações é que elas relatam a luta com um ‘Estado falido’, já que segundo as ativistas, o Governo renunciou sua obrigação de garantir os direitos da população, e o Estado estaria utilizando as instituições e os recursos públicos para “atacar, criminalizar e violar o trabalho das pessoas que defendem os direitos humanos”.

Mas, apesar destes obstáculos, as defensoras mexicanas de direitos humanos reafirmam seu compromisso em dar continuidade à sua luta reafirmando que seu trabalho “amplia e reconstroi a democracia, o estado de direito e desenvolve oportunidades de vida digna para toda a sociedade”.

“De maneira particular, nossa ação favorece a liberdade, o acesso à justiça, à cidadania e à não discriminação das mulheres. Portanto, o Estado, a sociedade, o movimento de direitos humanos e nossas próprias organizações, têm que comprometerem-se com o reconhecimento, fortalecimento e apoio de nosso aporte como defensoras de direitos humanos”, enfatizam.

Para acessar a declaração na íntegra, acesse: http://www.ponfinalaviolencia.org/wp-content/uploads/2010/10/DeclaracionDefensorasMexicoFinal.pdf

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=52158

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